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Assassinato do CEO de Uma Empresa de Planos de Saúde nos Estados Unidos (Destaque)

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Voltaire Marensi - Advogado e Professor
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Voltaire Marensi - Advogado e Professor Voltaire Marensi - Advogado e Professor

Segundo informações iniciais colhidas por Bernd Debusmann Jr, responsável pela divulgação da BBC News em Washington DC, a polícia de Nova York divulgou duas fotos de um indivíduo sem máscara que está sendo procurado para ser interrogado sobre o assassinato do CEO da UnitedHealthcare, a maior provedora de planos de saúde privados dos EUA, Brian Thompson.

Ainda, segundo a sobredita reportagem, o executivo de 50 anos foi morto a tiros na manhã de quarta-feira (4/12), do lado de fora do Hotel Hilton, em Midtown Manhattan.

O suspeito teria fugido do local sem levar nenhum dos pertences do empresário. Diante desta casuística, praticamente incomum, no entender dos investigadores, a vítima teria sido alvo de um crime premeditado.

Os responsáveis pelas investigações estão usando tecnologia de ponta, como reconhecimento facial e identificação dos cartuchos disparados contra a vítima com mensagens de alto significado na “área securitária” daquele país. O motivo exato deste crime, permanece ainda incógnito.

De outro giro, segundo foi apurado, a composição de duas imagens divulgadas pela NYPD, polícia de Nova York, o objetivo é procurar um indivíduo sem máscara usando um capuz na ocasião em que os disparos foram efetivados pelo assassino.

A polícia também está contando com a ajuda da população para identificar um indivíduo que está sendo procurado para interrogatório em provável conexão com o evento letal relativo ao crime em pauta.

O ataque teria acontecido por volta das 06h45 (horário local) em uma área movimentada de Manhattan, perto da Times Square e do Central Park.

A vítima estava na cidade para participar de uma conferência de investidores, no final daquele fatídico dia.

De acordo com a polícia, o suspeito — que usava uma máscara facial preta e um casaco marrom claro ou creme — parecia estar esperando Thompson por volta de alguns minutos do lado de fora do Hotel Hilton, aonde o executivo discursaria em uma conferência.

O executivo assassinado chegou à cena do crime a pé, sendo baleado nas costas e na perna, declarado morto pelos peritos cerca de meia hora depois em um hospital local.

O detetive-chefe do Departamento de Polícia de Nova York (NYPD, na sigla em inglês), Joseph Kenny, revelou que a arma do suspeito parecia ter emperrado, mas que ele conseguiu destravá-la rapidamente continuando a atirar.

Imagens de câmeras de segurança parecem mostrar que o atirador havia colocado um supressor, também conhecido como silenciador, em sua pistola, conforme apurado pela BBC Verify, equipe de checagem de fatos da BBC.

O prefeito de Nova York, Eric Adams, um veterano da polícia daquela cidade, disse à rede MSNBC que o uso de um silenciador neste tipo de crime seria um fato sem precedentes em sua carreira.

Segundo relatos, os investigadores acreditam que a arma usada seja uma BT Station Six 9, que é comercializada tendo suas raízes nas pistolas usadas pelas forças de operações especiais dos Aliados na época da Segunda Guerra Mundial.

A polícia teria visitado lojas de armas em Connecticut para tentar determinar aonde a arma foi comprada.

Após o ataque, o vídeo mostra o suspeito fugindo do local a pé. As autoridades disseram inicialmente que o suspeito teria se utilizado de uma bicicleta elétrica da Citi Bike, que pertence à Lyft.

Mas a Lyft, que é proprietária e opera a Citi Bike, afirmou mais tarde que havia sido informada pela polícia de Nova York que um de seus veículos não havia sido usado, de acordo com a rede CBS News, parceira da BBC nos EUA.

Até o momento, a investigação sobre o assassinato de Thompson se concentra em algumas pistas que a polícia está usando para identificar o suspeito.

O FBI já anunciou uma recompensa de US$ 50 mil por informações que levassem a uma prisão e condenação, somando-se a uma recompensa de até US$ 10 mil que o NYPD ofereceu. A polícia diz acreditar que o suspeito agiu sozinho.

O atirador pagou em dinheiro o albergue em que hospedou, bem como compras e corridas de táxis que fez. Além disso, apresentou o que a polícia pensa se tratar de uma identidade falsa. No albergue, teria mantido a máscara o tempo todo no rosto e não teria falado com ninguém, segundo informações da Associated Press.

O nome usado por ter sido falso se cogita não pertencer a uma pessoa real. Os investigadores julgam que a pessoa de interesse - termo usado nos EUA para designar um suspeito ou uma pessoa que possa ter relação com algum caso sendo investigado - teria entrado em um ônibus que partiu de Atlanta, na Geórgia, para Nova York dias antes do ataque, conforme informou a CBS, citando uma fonte informada sobre a investigação. Não está claro se ele entrou no ônibus em Atlanta ou depois, durante uma parada.

Além disso, a polícia está analisando o DNA de três cartuchos e três balas encontradas na cena do crime.

As palavras deny ("negar"), defend ("defender") e depose ("litigar") foram encontradas escritas nos cartuchos detonados, conforme duas fontes policiais à CBS.

Os investigadores julgam que isso pode ser uma referência aos chamados "três Ds do seguro" — uma referência conhecida feita por aqueles que se opõem ao setor.

Os termos se referem às táticas usadas pelas seguradoras para recusar pedidos de pagamento de pacientes dentro do complexo sistema de saúde dos Estados Unidos, administrado em sua maioria por empresas privadas.

As palavras lembram — embora não sejam exatamente as mesmas — o título de um livro chamado Delay, Deny, Defend: Why Insurance Companies Don't Pay Claims and What You Can Do About It, vale dizer, "Atrasar, Negar, Defender: Por que as companhias de seguros não pagam sinistros e o que você pode fazer a respeito", em tradução livre.

Esta obra teria sido publicada em 2.010, escrita por Jay Feinman, um acadêmico de direito da Universidade Rutgers, em Nova Jersey. A obra é apresentada como uma exposição do setor de seguros e um guia prático para os americanos lidar com a mora injustificada das indenizações securitárias.

Segundo dados divulgados à mídia essa empresa, gerida pelo empresário assassinado, teria faturado cerca de 16 bilhões de dólares no ano passado e os usuários teriam pago mensalidades exorbitantes, além de registros de que um simples curativo poderia custar milhares de dólares.

Mais ainda. De que o ato que vitimou o CEO pode ter sido resultado de um assassino que procurou vingança pelas próprias mãos, a exemplo da Lei de Talião elaborada pelo Código de Hamurabi, consistindo em uma retaliação pelo fato de que determinadas seguradoras americanas adotariam estratégias comum para retardar indenizações aos respectivos beneficiários indicados nas respectivas apólices de seguro.

A verdade é que no mercado segurador, o crime poderá desestabilizar a confiança dos investidores e causar revisões nas apólices de seguro, sobretudo no âmbito de keyman insurance, que cobre perdas relacionadas à morte de líderes empresariais. A segurança corporativa certamente será reavaliada, podendo gerar demandas por novos produtos, como seguros de riscos específicos para executivos de alto escalão, a exemplo de robustos clausulados implementados em apólices de contrato de seguro D&O.

Deveras. Dependendo da motivação do crime, se poderá alterar a percepção de risco da indústria como um todo, pressionando por uma regulamentação mais rigorosas e uma supervisão mais próxima.

Este trágico evento reforça a interseção entre direito penal e corporativo, lembrando que a proteção da liderança empresarial é também uma questão de interesse público e econômico.

De outro giro, este fato que levou a morte do CEO da UnitedHealthCare, maior seguradora de saúde dos EUA, levanta implicações globais, inclusive no Brasil.

Segundo informações da CNN Money, a maioria dos adultos segurados nos EUA teve pelo menos um problema, incluindo negação de reivindicações, com seu seguro saúde no período de um ano, de acordo com uma pesquisa divulgada em junho de 2023 pela KFF, um grupo de pesquisa de políticas de saúde sem fins lucrativos.

“Limitações no acesso ao atendimento devido a recusas de pedidos de assistência médica têm sido uma fonte de frustração há muito tempo”, disse Kaye Pestaina, diretora do Programa de Proteção ao Paciente e ao Consumidor da KFF.

As evidências sugerem que o atirador se via como uma “figura do tipo Batman” que buscava justiça em nome de pessoas que ele entende que está representando”, disse Bryanna Fox, professora de criminologia na Universidade do Sul da Flórida.

De outra banda, há declarações de “que um importante grupo do setor de seguradoras de saúde criticou algumas das reações nas redes sociais. Pois, as pessoas em nossa indústria são profissionais motivados por missões, trabalhando para tornar a cobertura e o atendimento os mais acessíveis e para ajudar as pessoas a navegar no complexo sistema médico”, disse Mike Tuffin, CEO da associação comercial, AHIP.

“Condenamos qualquer sugestão de que ameaças contra nossos colegas — ou qualquer outra pessoa em nosso país — sejam aceitáveis, concluiu o executivo.”

A UnitedHealthcare, de sua vez, em uma declaração à CNN teria afirmado que suas principais prioridades são apoiar a família de Thompson, garantindo a segurança de seus funcionários trabalhando com as autoridades para levar o atirador à justiça.

“Nós, do UnitedHealth Group, continuaremos a estar lá para aqueles que dependem de nós para seus cuidados de saúde”, disse um dos gestores do grupo.

Outras seguradoras não retornaram solicitações de comentários.

Penso eu, que tal evento poderá influenciar o mercado segurador nacional no sentido de um viés protecional mais hermético, direcionando gestores na busca de sua implementação em pouco tempo.

Pois bem. A conscientização sobre os riscos associados à liderança corporativa certamente irá ampliar a demanda por seguros de vida e responsabilidade civil para altos executivos, bem mais consistentes e arrojados do modulado seguro D&O. O seguro de keyman, vale dizer, de homem-chave, já popular em outros países, pode ganhar mais relevância no Brasil.

De outra banda, empresas seguradoras brasileiras podem revisar práticas de governança e gestão de riscos, buscando assegurar maior proteção contra ameaças externas. Regulações mais rígidas poderão surgir, impactando custos e operações no setor.

Além disso, o caso evidencia a vulnerabilidade de grandes líderes empresariais, reforçando a importância de medidas preventivas, como segurança privada e análises de risco. A conexão global dos mercados de seguro amplifica o impacto de casos como este, exigindo resposta conjunta da indústria para proteger a confiança pública e as operações comerciais.

O caso pode, ainda, catalisar debates sobre a relação entre segurança empresarial, inovação no setor segurador e os limites éticos da proteção de lideranças. Essa análise poderá se tornar mais criteriosa e oportuna, quando se coloca em pauta rumores de que a vítima teria se valido de informações sigilosas para obter lucro na venda de algumas ações, naquele mercado.

O assassinato do CEO de uma das maiores operadoras de planos de saúde nos Estados Unidos lança luz sobre as tensões crescentes em setores essenciais como o de saúde, especialmente em um contexto de pressão econômica, mudanças regulatórias e insatisfação social. Enquanto as investigações continuam, o caso destaca a importância de discutir a segurança de líderes empresariais e de refletir sobre as causas que podem levar a eventos tão extremos.

Mais do que um crime isolado, essa tragédia serve como um lembrete de como questões éticas, organizacionais e sociais estão interligadas. Que a busca por justiça traga não apenas respostas concretas, mas também impulsione diálogos necessários para evitar que tragédias semelhantes se repitam.

Por fim. A meu sentir, é preciso voltar a olhar para que a instituição multissecular do seguro seja protegida, também, por um outro prisma, ou seja, blindando este vetusto instituto de segmentos comerciais de determinados empresários inescrupulosos que só visam lucros e cometem malversações em seus gerenciamentos, sem deixar jamais de lembrar que este contrato-tipo nasceu para proteger e dar segurança aos que dele se valem.

É o que penso, s.m.j.

Porto Alegre, 08/12/2024

Voltaire Marensi - Advogado e Professor


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