IBRACOR, o anjo da guarda da vida de uma corretora SUSPENSA pela SUSEP

Tenho prova real, o próprio órgão público tem o layout de que a falta de documentação "Não prevê suspensão". Então, se não prevê suspensão, por que suspender?

Tenho o costume de ajudar os corretores de seguros em sua jornada, especialmente os pequenos escritórios, pois sou apaixonado pelo meu trabalho e sei das dificuldades da maior parte de nós. Nesse caso específico, eu tinha uma amizade com um corretor de seguros do RS, que devido a uma doença, veio a falecer. Infelizmente, com a morte do querido esposo, a corretora oficial de seguros, viúva, sentiu o peso da atividade e da morte do marido corretor.

Pois bem, logo me solidarizei e a ajudei em seu momento difícil, até caminhar segura, confortável e com muita confiança em si. Hoje, 08/08/23, ela me ligou desesperada. Infelizmente, num ato extremamente questionável, descobriu que sua corretora estava suspensa, e sabem o motivo: um documento faltante, acredita? Sim, o mesmo documento que já estava lá em outras rodadas de recadastramento de corretoras de seguros. Aliás, se ela soubesse, já teria enviado com toda a diligência.

Obviamente, dediquei um longo tempo pela manhã e passei as coordenadas de como ela poderia sair dessa situação. Entretanto, com todas as dicas que eu dei e links que passei, descobriu, ainda, também, o IBRACOR, e o contatou por conta própria.

De forma exata, Rafaela, do IBRACOR, foi a pessoa fenomenal que a atendeu dedicadamente a corretora e que merece todo e qualquer elogio de minha parte, da parte da corretora ajudada, e de todos os profissionais brasileiros da corretagem.

Hoje, aliás, de tarde, eu liguei para a corretora para saber se estava tudo bem com a tarefa de tirar a suspensão da corretora e tive a felicidade de ouvir dela o cuidado feito com esmero por parte de Rafaela, e que resultou em tirar do cadastro da corretora a suspensão. A corretora me disse que em menos de meia hora tudo estava resolvido. Sinceramente, tenho lágrimas fartas e fáceis de escapar pelo rosto! E amo ver a história contada sobre como um ser humano salvou outra pessoa de um problema e do desespero.

Enfim, eu não escrevo nem para agradar e nem desagradar ninguém, e que todos os meus elogios não são publicidades pagas. Realmente, tenho o hábito de destacar personalidades pelo que realmente são. Neste caso, tanto para o IBRACOR como para Rafaela o meu muito obrigado pela atuação voluntária! Isto porque a solidariedade é muito do que precisamos neste mundo recheado de egoísmo e falta de sensibilidade com o drama das pessoas.

Mas vamos aos fatos concretos: os corretores de seguros apenas observam se seus cadastros estão em dia, em momentos particulares de alguma mudança ou em época de recadastramento. Data venia maxima, o órgão público peca em suspender os corretores de seguros por falta de um contrato social ou outro documento qualquer e meramente comprovatório. Intermediadores com 10, 20, 30 anos ou mais se vêem envergonhados com essa medida pesada, drástica e dramática, e no meu entender, que deveria ser repensada totalmente. Realmente, novamente: quando o órgão público faz isso, não suspende a corretora, mas suspende a vida da corretora e decreta sua morte. Sim, a corretora não pode mais atuar, enquanto não resolver um problema que ela não criou, onde até suas comissões são suspensas. E a corretora também perde sua alma, ainda que seja por um momento. Creia, de uma hora para outra ela é abduzida do mundo real e comercial e colocada no limbo de uma vala punitiva.

Quero também citar os problemas de comunicação. Todos sabemos que uma medida drástica como esta pode acabar com uma corretora de seguros. E todos sabemos também que um e-mail não é uma medida correta para uma posição radical como essa. Aliás, toda e qualquer comunicação com a Susep, geralmente, exige a presença de Certificação, Gov.br, citação etc. Porém, a valorização profissional do corretor de seguros é essa que se está demonstrando? Alguém mandou um e-mail, o corretor não viu o problema e o cadastro ficou suspenso? A corretora não sabendo de sua posição suspensa e sendo surpreendida quando não consegue mais entrar no site da seguradora? É isso? Está certa a atitude? Não poder-se-ia melhorar o trato da comunicação? Esse tipo de dor punitiva é realmente o resultado que um governo quer alcançar? Tirar uma empresa de sua concepção de intermediar o seguro é o resultado escolhido? Deixar que as seguradoras apenas acatem a ordem de suspender é a alegria que faz o seguro girar? Receber uma comunicação de suspensão diretamente de uma seguradora é o fato que irá mudar a estrutura de um sempre bem organizado cadastro geral de corretores de seguros? Afincar uma espada diretamente no coração do corretor de seguros é o momento mais apaziguador de uma relação que não deveria ser conturbada? Não seria o mesmo que violar uma profissão ou praticar uma violência sobre a qual os corretores não tem resguardo? Ou que mensagem se dá num caso desses? Ou que outras indagações poderíamos fazer sobre o trato profissional? De certo que a nossa profissão ficou no desgaste!

Mas não é somente isso! Moralmente, qualquer corretor de seguros ficaria abalado com essa situação. O vexame é intenso e pode ser que vá precisar de reparação. Pense: uma coisa dessas não precisa de uma comunicação oficial? Não é necessário certificar o corretor da pendência? Se até multas de trânsito ou qualquer comunicação oficial precisam ser assinadas. Então, suspender um corretor de seguros é tão "sem nenhuma condição de citação por meios e canais apropriados e coerentes"?

Novamente, data venia maxima, são tantas indagações, onde o órgão público máximo e doutrinador deveria reconsiderar essa questão de forma intensa. Também, peço aos defensores da profissão que peçam às seguradoras que avisem as corretoras sob suspensão, até para examinarem se podem conceder um prazo mínimo depois da ciência, pois elas têm acesso ao banco de dados.

Por último, a vergonha, isso é o que essa corretora e todos os demais que tiveram suas empresas suspensas passam. Elas, as corretoras, não roubaram ninguém; elas não deixaram de pagar os impostos pela atuação; elas não deixaram de gerar riquezas; elas mantêm empregos; elas não cometeram crimes sujeitos a punição; elas não prejudicaram ninguém, ou que merecessem esse tratamento tão drástico e anti comercial. Aliás, novamente, até o layout diz "Não prevê suspensão"

Novamente, obrigado a Rafaela e ao instituto que ela representou, suas atuações merecem reverberar positivamente. Essa atitude fez subir o conceito da própria entidade, onde, depois do susto, do rubor, da angústia e da inoportuna medida, ainda sabemos que soluções boas e simples podem vir de uma atitude conciliadora e reparadora de brechas.

Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros