Profissionais que desperdiçam capital das seguradoras podem estar incorrendo em corrupção? - PARTE 1

No entanto, é importante destacar que o capital das empresas deve ser utilizado de forma coerente com as metas corporativas, exemplificando quando se trata de investimentos em publicidade. Nesse sentido, é imprescindível que as empresas estabeleçam um parâmetro mínimo para seus investimentos em publicidade em seu Código de Ética, a fim de garantir que estes estejam alinhados com a estratégia da organização e tragam retornos significativos.

De acordo com especialistas, a prática de investir em publicidade sem considerar sua eficácia pode ser vista como "desvio de finalidade", o que pode prejudicar a confiança dos investidores e acionistas de referência, quando passam a conhecer o problema. Portanto, é importante que as empresas façam escolhas estratégicas para seus investimentos em contratos de publicidade, evitando o desperdício de capital e protegendo a confiança dos investidores.

Atualmente, existem ferramentas disponíveis para medir e verificar a eficácia dos investimentos em publicidade, evitando a realização de propaganda com volume significativo de dinheiro, por longos períodos, em "coisas" que talvez não retornem coerentemente o investimento ou mesmo incoerentes com as tendências e técnicas do mercado corporativo. Dessa forma, é fundamental que as empresas adotem uma abordagem estratégica e analítica para direcionar adequadamente seus investimentos e demonstrar compromisso com a ética empresarial.

Por meio de documentação e relatórios que evidenciam a insatisfação quanto ao uso inadequado do capital, os investidores, mesmo os pequenos acionistas, podem demonstrar sua insatisfação e incentivar as empresas a tomar medidas para melhorar sua estratégia de investimento, ainda que de forma sigilosa. Em resumo, a transparência em relação ao uso dos investimentos, inclusive em publicidade e sua coerência com a estratégia da empresa são fundamentais para se evitar desvios de finalidade e demonstrar comprometimento com o Código de Ética das empresas e suas contabilidades, inclusive para evitar qualquer pensamento lógico e comercial que visualize um contexto qualquer, diferente da necessidade daqueles contratos com terceiros.

Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros