URGENTE: Publicidade para proteção veicular só vai agravar o problema do seguro pirata
ARMANDO LUÍS FRANCISCO
Fiquei impressionado com o sucesso da última matéria. Realmente, com um tema tão delicado (e ácido), não podia ter melhor resultado em leituras e posições.
Ademais, os problemas não são as ações contra o desmando da ilegalidade de empresas piratas, mas o tipo de atitude contra a proliferação das Proteções veiculares.
No texto passado, eu citei a quebra da TV paga, como exemplo. Também, que estamos seguindo o mesmo caminho de divulgação da pirataria, sendo uma publicidade reversa. A verdade é que o cliente, que sabe que existe outro tipo de seguro, também procura o que lhe interessa, sempre olhando para o próprio bolso. A propaganda é a alma do negócio.
No texto passado, eu escrevi para técnicos de seguros, setores jurídicos e seguradoras. A argumentação apresentada contra a pirataria era para quem lê textos grandes.
Realmente, apresentar situações em matutinos, vespertinos e noturnos de grande audiência só vai despertar a curiosidade dos consumidores brasileiros para com o seguro marginal.
Sim, repito em bom som: Proteção veicular é um produto derivado de Seguro. Porque tem tudo o que o seguro tem: Promessa, Impresso, Cobertura/ Garantia, Cláusulado, Serviços, Assistência 24 horas e CONDIÇÕES GERAIS.
Para exemplificar, Dorival Alves de Souza escreveu uma excelente matéria sobre a decisão da justiça que desfavorece uma empresa de Proteção Veicular, que negou pagamento de sinistro, que afirmava ser o evento do sinistro incompatível com sua regra contratual. Sendo um dos mais competentes e conceituados sindicalistas e juristas do seguro brasileiro, Souza conseguiu sintetizar o tratamento que o judiciário deu ao caso, similitude contundente com o seguro tradicional. Veja a matéria:
De modo geral, a própria indústria do seguro é a principal responsável pelo avanço da Proteção Patrimonial. Buscando um nicho específico, às seguradoras à margem da Legislação buscaram exatamente aquilo que as companhias tradicionais não tinham condição de oferecer. Sem nenhuma perspectiva de segurar seus bens, os segurados de caminhões, automóveis, táxis, veículos de aplicativos, com perfis jovens e agravantes, com apontamento de crédito, com veículos antigos etc, buscaram uma solução que os deixassem "segurados".
A verdade é que sempre se disse amém para tudo. E ninguém nunca se responsabilizou pelo ocorrido. E foi justamente isso o sucesso da matéria, obrigado! Graças a Deus cumpriu o objetivo. E vou continuar demonstrando de forma objetivamente crítica, que há um erro no caminho.
Realmente, falar menos e fazer mais. Solange Paiva Vieira, a leoa do seguro, é um exemplo de como se deve fazer as coisas. Gostando ou não gostando da moça, a verdade é que em silêncio, sem publicidade, fez o que devia se fazer pelo consumidor de seguros. E, se a verdade fosse a mesma no nosso negócio, teríamos nos preparado para essas ocasiões.
A independência profissional sempre foi uma necessidade de nossa atividade, mas não há esta premissa na nossa atividade laboral, mas isso é um tema para uma outra matéria. Isso porque a nossa indústria produz "concentração" da atividade. Realmente, há uma função geral em que o CADE deveria apreciar a luz da Constituição Federal do Brasil.
Voltando ao assunto, grito com todas as letras que há um erro crasso em se divulgar a atividade da Proteção Patrimonial. E o pior de tudo é a falta de debate entre nós os formadores de um conceito seguro. Como eu citei antes, amando ou odiando, o exemplo da mulher que mudou o seguro deveria ser combinado com as nossas atitudes: Silêncio e trabalho no ponto certo no que se quer mudar. E ,vamos parar de ver as coisas de modo simplista. Shalom!
ARMANDO LUÍS FRANCISCO
Jornalista e Corretor de Seguros
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