Sim, Proteção Veicular é seguro. O que não é seguro é a promoção da Proteção Patrimonial
Armando Luís Francisco
Certa vez, recebi a ligação de um segurado, que me informava o sinistro do seu automóvel.
Naquela ocasião, o cliente desesperado disse que o motorista causador evadiu-se do local. De certa maneira, deixei todos os compromissos daquela manhã e fui ao local onde ele se encontrava. Interessantemente, o cliente havia estacionado seu veículo no meio-fio do postinho de saúde do bairro, onde estavam ele e a filha, esperando atendimento. Porém, antes do acidente, o veículo terceiro estava estacionado do outro lado da rua daquele local e com o condutor no volante, e na contramão da via, e que, da manobra de marcha-ré, conseguiu se perder e bater em toda a lateral do veículo segurado. Lá, depois de chamarmos os servidores municipais da Delegacia de Trânsito e confeccionar o Boletim de ocorrência do acidente, investiguei entre as pessoas que circulavam por ali e encontrei alguém que conhecia o terceiro, nos levando até a casa do causador do acidente. A verdade é que ao nos ver no portão de sua casa, o dito senhor, já idoso, trêmulo, não precisou nem ser cobrado, para afirmar que iria pagar pelo conserto do veículo segurado. Educadamente, como sempre devemos agir com as pessoas, disse que o erro crucial dele foi ter saído do local. Felizmente, todas as contas do referido prejuízo foram pagas, e a companhia seguradora deste segurado, graças a Deus, nem soube que correu o risco de pagar por um sinistro deste tipo. Assim, tudo isso terminou bem, porque parece que eu agi com perícia. De certa forma, quando se trabalha desse jeito, se evita que os prejuízos se acumulem, na maior parte dos casos.
Mas o que eu quero destacar, neste começo de um novo parágrafo, é a frase que ele me disse na ocasião; uma pergunta que remonta ao que eu quero deixar de nexo sobre omissões e imperícias, para a condução deste meu texto, que ora vos escrevo. Portanto, assim indagou ele: Como você me encontrou? Amigo, pense nessa pergunta que ele me fez. E eu respondo aqui um pouco diferentemente do que respondi para ele; por agir com perícia, desprendimento, compromisso; de certa forma investigativa e com um espírito pronto a solucionar o caso; procurando onde se deveria procurar, analisando o contexto e obtendo provas contra o causador do acidente, pude resolver a situação e colocar a responsabilidade em quem deveria se responsabilizar desde o começo. Entretanto, a verdade é que somente os pequenos homens e mulheres parecem ser responsabilizados pelos atos ou omissões que praticam ou estão praticando, em ato contínuo. A outra verdade é que nem sempre a grandeza de se dizer que foi responsável por tudo isso que aconteceu, de crescimento dessa indústria paralela, pode ser verificada e apontada em qualquer situação que se preze neste contexto de responsabilização. Sim, caro leitor, ouvi muito dizer que essa responsabilização, por dever de ofício, é uma questão intrínseca. Mas, cada um que se assuma nessas questões. A verdade final é que eu também me sinto responsável pelo que estamos vendo de ruim no seguro, como corretor de seguros, por não ter feito o suficiente ou não ter agido mais e melhor.
Todavia, quero demonstrar, enfaticamente, e por mais absurda que pareça, com as provas cabais, que a Proteção Patrimonial, todavia, agora, chamada de Proteção Veicular, é considerada seguro. Sim, meu amado leitor, vamos às provas: Mutualismo, promessa de indenizar, coberturas que incluem - até - a responsabilidade civil por danos a terceiros; assistência 24 horas, franquia de casco, pagamento de prêmio etc. E, na recente reportagem sobre os danos causados aos consumidores, tirando-se o tom jocoso da matéria, o que eu pude ver foi a ação para recuperação de bens sinistrados, prática coerente e corrente entre as seguradoras brasileiras. Ademais, senão Seguro, a indústria dos seguros não estaria agindo, tardiamente, para destruir essa via. Aliás, posso afirmar que isso não tenderá a acontecer. A resposta demorada às ações daqueles empresários do setor de Proteção Patrimonial já ganhou os horizontes mais "nobres" da consciência popular. E no próximo parágrafo eu demonstrarei o porquê de se acreditar que certas ações, até louváveis, podem surtar diferentes do que se planejou. Aqui, neste final de parágrafo, eu conceituo que Proteção Patrimonial é Seguro como Produto, pois possui as características das apólices. Entretanto, não é seguro, por não possuir todos os lastros exigidos para ser Seguro, como garantias financeiras, método e legalidade.
Outrossim, vamos entender algumas coisas; há várias nuances que me deixam suspeitar de que algumas ações poderão aumentar o número de pessoas que irão adquirir a Proteção Patrimonial. A verdade é que em cada esquina ou semáforo deste Brasil já existem panfletagens de Proteção Patrimonial. O meu célebre amigo, Laureano Fortuna, já me sinalizou certa vez, que nos arredores de Antônio Prado/ RS, já existem alguns pontos físicos e vasta publicidade sobre estes produtos de proteção patrimonial. E isto assusta os defensores dos segurados, pela organização e desprendimento dos empresários que estão segurando o patrimônio dos consumidores. Vez em quando, em Caxias do Sul/RS, é ainda maior a publicidade da Proteção Patrimonial, em detrimento às ações das próprias seguradoras. No estado do RS, portanto, a contaminação é catastrófica. Em SP, MG, RJ, por exemplo, é uma corrida do corretor contra às Proteções Patrimoniais. E no Brasil todo já é moda ter o produto seguro nas mãos das empresas de Proteção Patrimonial.
A ilustração que eu vou usar para você, meu dileto leitor, é um comparativo muito sério com outra pirataria brasileira. Segundo reportagens que você poderá buscar no Google, em 4 meses, a TV paga perdeu mais de meio milhão de assinantes. Em outra matéria, numa pesquisa da Mobile Time, ainda em março/21, demonstrando que o número de telespectadores de TV pirata estaria se aproximando do número de assinantes de TV paga no Brasil, se atestou com o decréscimo massificado dos assinantes de TV paga. Mas é bom entender que tudo começou há alguns anos. De certa forma, ainda na época do VHS. E qual foi a solução apresentada para se acabar com a pirataria na TV? Publicidade. Certamente, as melhores e mais sofisticadas promoções desta ilegalidade- isto mesmo - da pirataria, que foram feitas pelas próprias operadoras de TV paga. O apelo foi sensacional, mexia com o brio, com a honra, com a família, com o tráfico de drogas, com o crime em geral, com as vovós, com os filhinhos, com a exagerada e verdadeira noção do que o crime produz. Entretanto, o que foi que todo esse movimento surtiu? Possível quebra de boa parte das Operadoras de TV ou, no mínimo, a exaustão de se perder clientes e renda. Hoje, se você tentar cancelar um pacote de TV paga, o desespero pela perda é tão grande, que se faz até uma promoção quase de graça, para se manter o cliente na base da operadora. Portanto, você realmente acredita que no seguro será diferente disso que relatei?
Deste modo, negar que a equiparação do mercado marginal com o mercado de seguros não é uma mensagem eficiente, já é uma ilusão em si mesma. O ponto focal é justamente admitir o caminho e trafegar em horizontes reais. Pois é justamente o fato de ser um seguro (PRODUTO), ainda que marginal, que faz com que o nosso mercado vá atrás de resolver as questões legais desse outro segmento de mútuo. A lucidez com que deveremos encarar o nosso futuro, frente as possibilidades de que essa concorrência não se amplie ao ponto de deixar-nos vulneráveis, promete ter melhores ganhos do que o que já vimos até então. Mas o que está havendo hoje, ainda que seriamente criticada por este articulista, não pode deixar de merecer algum elogio. Sair do sofá confortável e pensar sobre o problema, já é um movimento salutar. Mas a forma negacionista do que se tenta divulgar de irreais, não traduz a verdade. O que este mercado produz, o qual me insiro vertiginosamente, enquanto a soldadela se insere na disputa honorífica de desvirtuar a ilegalidade do seguro marginal, é riqueza suficiente para se manter em todas as frentes e de vencer todas as trincheiras. Sun Tzu merece se introduzir.
Vamos aos fatos importantes: em 2021, mês de Maio, começou o ataque contra as seguradoras piratas. Em todo o Brasil já se notava que toda a representação desta indústria estava firme e decidida a garantir que os espaços não fossem ocupados. A verdade é que o mercado em geral já descobriu que a água já está no pescoço deste mercado. O negócio agora é partir para algo desesperador e fomentar a prática que as operadoras de TV já tentaram antes, em vão. Esquecem-se que o Brasil é o país do jeitinho pirata, dos tv boxes, dos streamings IPTV, apps etc. Esquecem-se da engenharia social aplicada aos negócios de seguro, do marketing reverso, de quanto a indústria negligenciou atitudes que poderiam trazer certa lógica ao negócio. A verdade é que os acionistas não estão satisfeitos com o desenrolar do que aconteceu com a indústria do seguro, que eu amo e promovo com singeleza e pureza de coração. Por isso, não me venha dizer que ninguém tem culpa nisso tudo. Eu sou testemunha de que muito avisei sobre isso e estou muito bem documentado sobre os fatos. Realmente, estou há 20 anos orientando para este acontecimento pitoresco. Por louvável que seja, em certa ocasião, foi a representatividade dos corretores de seguros (e os próprios produtores de seguros) que segurou o crescimento desse mercado marginal. Diversos seguradores já me posicionaram sobre os meus escritos e sobre a complexidade do que eu sempre disse para todos os players desta nossa indústria. A morosidade em se agir me levou para algumas indagações fortes: 1) Como uma indústria riquíssima não previu essas coisas? 2) Como pode deixar essa bananada acontecer nos últimos 25 anos? 3) Por que ainda se promove as seguradoras piratas? 4) Se a Ciência entrou no caminho escolhido para combater o mal feito, ou pode ser encarada como desespero? 5) Onde se quer chegar com esses atos? 6) ETC.
De qualquer forma, boa parte dos segurados, graças a Deus - levantando as duas mãos para cima, não sabem que existe o seguro patrimonial pirata. A partir de uma promoção tão rica em comentários verdadeiros, infelizmente, passarão a saber. Por isso a preocupação, e que também deveria deixar você absolutamente nervoso. A quebra do conceito promovida pelo governador de Goiás, também marcou bastante espaço contra o nosso mercado segurador. Mas eu quero informar que existem homens e mulheres capazes de uma estratégia que parece mais alinhada com o estabelecer de limites. Entre esses personagens, eu sinto saudade de Jayme Brasil Garfinkel. Aliás, tenho por mim a grande aptidão de seu filho, Bruno Garfinkel, que é uma pessoa extremamente competente na administração, sendo um baluarte no seguro. Ainda, a firmeza de um grande amigo: Sérgio Suslik Wais, que completou 74 anos e mais parece um adolescente sobre trabalho e idealismo, que tem paixão pelo que faz. Fortemente, acrescento José Adalberto Ferrara, a ferramenta humana de inovação da Tokio e um excelente gestor em todas as áreas da Cia. Ainda, a possibilidade de Eduard Folch, da Allianz, um dos mais experientes CEO do mundo do seguro. Mais, Marcio Sêroa Coriolano.
Finalmente, e se nenhum desses quiser trabalhar a questão, é só me chamar. Pode até ser que você esteja se divertindo com o que escrevi agora, que bom, poder te alegrar é um desejo sincero. Mas a verdade é que eu sei o que fazer para conciliar esta questão e posso demonstrá-la ponto por ponto. Porque nos últimos 20 anos eu praticamente não errei em coisa alguma do nosso mercado. E tenho a virtude e a honra necessárias para se sentar com qualquer um que deseje o mesmo que eu, para produzir efeitos positivos e não degradadores de nosso mercado. E, se ainda tu continuas rindo, que bom, de novo, pelo menos nesta questão você estará contente. Finalizando, desta forma, o avanço das empresas de seguros marginais que deveria ser contido, mas não acredito que nesta maneira idealizada pelo nosso mercado. Shalon.
Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros
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