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Conscientização ajuda a alavancar seguro de vida

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Seguindo a tendência das lives, o CVG-SP organizou um encontro virtual para discutir as oportunidades e os desafios para o seguro de vida no atual cenário de pandemia do Covid-19. Participaram da live, Silas Kasahaya, presidente do CVG-SP e os vice-presidentes, Marcos Kobayashi e Alexandre Vicente.

Sobre o atual momento de pandemia, Silas disse perceber maior conscientização em relação ao seguro de vida, principalmente nos produtos individuais em que, segundo ele, há uma maior procura e, por isso, o atual momento mostra uma oportunidade. “Temos participado de webnars e lives e percebemos uma participação dos corretores em fazer uma oferta virtual. Acho que isso se deve ao preparo que o setor teve. Muitas companhias investiram nessa forma de contratação virtual”, afirmou.

O jornalista Paulo Alexandre que fez a mediação do encontro lembrou que segundo pesquisa do Ibope e da Prudential, 15% dos brasileiros têm seguro de vida. “A dificuldade em falar da morte é apontada pelos corretores”, afirmou.

Nesse sentido, Marcos Kobayashi disse que agora, no meio de uma crise sanitária, assistimos uma discussão maior sobre seguro de vida. Ele disse ter aumentado o interesse das pessoas e os esclarecimentos sobre o assunto. “Gosto de lembrar sempre que desde o final de 2016 vemos essa conscientização para o seguro de vida. Desde esse período, a carteira de vida já ultrapassou a carteira de auto em arrecadação”, recordou.

Alexandre Vicente concordou que o crescimento da carteira de vida vem sendo observado há um tempo. “Esse é um trabalho de todo o mercado: seguradores e corretores que levam a sociedade informações sobre o produto de vida. Acho que a pandemia trouxe uma necessidade de prevenção. As pessoas estão vendo que podem ser acometidas de uma hora para outra. Isso começa a trazer uma maior conscientização e preocupação”, apontou.

Momento ideal para o seguro de vida

O presidente do CVG-SP disse ainda que esse é o momento de incentivar o seguro de vida, o que, de maneira geral, as companhias já vinham fazendo. “Esse momento reforça tudo o que temos trabalhado nos últimos anos. Até um tempo atrás era difícil seguro de pessoas ter destaque, mesmo nos eventos do setor. Hoje, vemos que o seguro de pessoas tem vivido um momento positivo”.

Ele ressaltou ainda ter ficado impressionado com a adaptação dos corretores que no momento em que o país – e o mundo – vive um distanciamento social, o corretor de seguros se adaptou ao vídeo. “Os corretores se adaptaram e estão dando um show nesse momento. As vendas continuam. Os corretores estão conseguindo até ofertar melhor”, disse.

Para Kobayashi, esse o momento proporciona essa abordagem virtual. “Acho que temos que tomar cuidado com oportunismos. Um discurso catastrófico para levar para o caminho da venda pode até denegrir o trabalho que, nós do produto de vida, fazemos. Temos que atentar para a responsabilidade que nós do mercado temos em levar conhecimento do seguro de vida”.

Ele destacou ainda que o seguro de vida tem outras coberturas importantes, além da morte, como a cobertura de diárias de internação. “Acredito muito que o momento seja propício e todos os agentes devem explorar esse assunto e dar conhecimento a sociedade”, afirmou.

Alexandre Vicente concorda. “Eu, particularmente, sou um otimista nessa situação. O mercado de seguro de pessoas vai sair mais maduro nessa situação. As seguradoras se preparam para esses momentos e hoje conseguimos fazer uma subscrição à distância, temos assinatura eletrônica. O mercado evoluiu bastante”, ressaltou.

Ele disse ainda que os corretores de seguros de pessoas não foram impactados pela atual crise e conseguem manter seu nível de venda e atendimento a seus clientes. Vicente acredita que o mercado vai sair maduro porque há várias possibilidades de treinamento. “As seguradoras ainda investem em treinamento capacitação para os corretores. Precisamos aproveitar esse momento”.

Kasahaya lembrou que no quesito formação, os cursos oferecidos pelo CVG-SP são muito importantes para formação dos corretores e continuam acontecendo de maneira on-line. “Esse é um aprendizado que estamos tendo. Se alguém tinha dúvidas do ensino à distância, estamos vendo que as pessoas estão se adaptando”, afirmou.

Responsabilidade social

Kobayashi disse que o mercado segurador tem um compromisso e responsabilidade social muito grande. Por isso, para ele a decisão de 95% das seguradoras do mercado em pagar o seguro de vida pela covid-19, não foi surpresa. Ele explicou que a decisão passou por diversas esferas, inclusive com o ressegurador e só foi possível por conta da solidez financeira das seguradoras. “A tomada de decisão não é simples. Se o mercado fosse fragilizado, certamente não teríamos esse cenário de garantir essa proteção”, ressaltou.

Para Alexandre Vicente com a decisão das seguradoras, o mercado de seguro de pessoas sai fortalecido. “Tem que ter responsabilidade da solidez financeira e é algo que o mercado vai analisar junto com o ressegurador para avaliar como ficaria essa situação futura. Hoje demos um grande passo de apoio nesse processo de catástrofe. Acho que o futuro precisa ser analisado e colocado em pauta. Hoje, o mercado está analisando as possibilidades futuras nesse ponto”, disse.

Nesse sentido, Silas Kasahaya afirmou ser preciso ter a visão social e técnica. “Como vamos trabalhar daqui pra frente?”, questionou. Ele explicou que há poucos estudos e que toda precificação é feita em cima de estudos específicos para fazer os cálculos atuariais. “Essa é a grande questão que já está sendo feita nas seguradoras e entidades. Se olharmos nossos modelos de aceitação e subscrição de risco estão ajustados perante estudos de acontecimentos passados”, ressaltou.

Ele afirmou que as ciências de dados estão sendo bem usadas, mas ainda é difícil dizer o que vai acontecer no futuro sobre a cobertura de pandemias futuras.

Por isso, Alexandre Vicente acha que é preciso aproveitar esse momento em que seguradoras e corretores se adaptaram. “É um momento que vai deixar pontos positivos nos processos novos de contratar seguro”.

Para Kobayashi, a importância do seguro de vida passa pela conscientização por meio dos corretores de seguros. ele enfatizou que é preciso ter cuidado com o oportunismo, mas isso não significa falta de atitude.

Sobre o efeito no mercado de seguros, ele disse já haver estudos apontando que o seguro de vida e saúde devem manter o crescimento. “A abordagem dos corretores deve estar em linha com essa questão da proteção pessoal e das famílias. Ninguém fica ileso de passar por esse momento sem dificuldade”, ressaltou.

Silas Kasahaya destacou que as questões comerciais têm chamado sua atenção. Ele lembrou que no Brasil a região sul sempre foi mais adepta à proteção. “É uma região formada por pessoas que têm histórico de terem passado por guerras. O que vemos hoje é que a conscientização vai ficar mais forte”, reforçou.

Ele afirmou ainda que tem acompanhado as análises feitas pelo economista Francisco Galiza e ainda não é possível ter clareza dos impactos econômicos da pandemia no mercado de seguros. “Tem a conscientização, mas do ponto de vista financeiro teremos que esperar. Essa é a grande questão que está nos assolando”, ponderou.


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