Após declarações de Bolsonaro, Mourão vai a Pequim se aproximar de chineses
Vice-presidente brasileiro reabriu grupo de relações diplomáticas e comerciais que não se reunia há quatro anos
Após uma crise diplomática iniciada ainda durante as eleições presidenciais do ano passado entre Jair Bolsonaro e o governo chinês, o vice-presidente Hamilton Mourão viajou a Pequim, capital do gigante asiático, para participar de uma reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban).
A presença do general teve um papel simbólico significativo, já que o grupo não se reunia desde 2015, quando a então presidenta Dilma Rousseff começou a sofrer um processo de impeachment.
Após a reunião, Mourão afirmou que o governo incluiu, entre as agendas prioritárias, um reforço para que a China autorize plantas frigoríficas brasileiras a exportar carne para o país, a abertura do mercado local para a venda de aviões da Embraer e também uma permissão para que autoridades chinesas deem aval para a exportação de sementes geneticamente modificadas, como as usadas para a produção e a venda de açúcar.
Ele ainda tentou abafar a crise iniciada por Bolsonaro no ano passado dizendo que a maior parte das questões envolvendo os dois países podem ser tratadas por meio de uma comunicação eficiente. O presidente brasileiro deve viajar à China no segundo semestre e, em novembro, vai receber o seu homólogo, Xi Jinping, durante o encontro do grupo de países chamado BRICS, em Brasília.
"Tanto o vice-presidente Qishan quanto eu concordamos que a Cosban tem que ser a instância solucionadora de todas as questões que envolvem Brasil e China, até para dar uma organização e método nesse nosso relacionamento", afirmou Mourão se referindo a Wang Qishan, vice-presidente chinês, que participou da reunião ao lado dele.
Recentemente, uma pesquisa feita por uma turma de pós-graduação em administração EAD de uma faculdade privada de São Paulo mostrou como o órgão poderia ser fundamental para reaproximar os dois países.
Mourão também advogou por uma diversificação das exportações brasileiras com produtos de maior valor agregado e citou o exemplo da soja, vendida em larga escala para o país asiático. "Se nós colocamos soja em estado puro, ela vem com a tarifa praticamente zero. Se eu coloco óleo de soja, ela vem com barreira tarifária. É isso que nós temos que discutir", disse.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009 e, no ano passado, os fluxos de negócios quase bateram na casa dos US$ 100 bilhões. Enquanto o Brasil vendeu US$ 64,2 bilhões em produtos, o país importou bens que somaram US$ 34,7 bilhões -- gerando um superávit recorde de US$ 29,5 bilhões.
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