Entenda a expansão do EAD no Brasil
Modalidade cresceu mais de três vezes de 2007 a 2017 no país
O ensino à distância (EaD) tem obtido números extremamente expressivos no Brasil. De acordo com o Censo da Educação Superior de 2017, o país tinha 8,3 milhões de alunos no ensino superior. Desses, 21,2% dos estudantes estavam na modalidade de ensino à distância. Em 2017, eram 7%. O número de matrículas nessa modalidade cresceu 18% de 2016 a 2017, fato esse que possibilitou um avanço no total de matrículas do ensino superior no Brasil. De 2007 a 2017, o EaD cresceu mais de três vezes.
Causas do aumento de alunos no EaD
Diversos fatores podem ser listados para o crescimento do ensino à distância no Brasil. O avanço das novas tecnologias e formatos de aula foram importantes para consolidar o modelo e se diferenciar drasticamente das aulas presenciais, com mais interatividade e ferramentas de estudo. O acesso à internet por outras camadas da população também é um fato importante que contribuiu para a ascensão das aulas virtuais.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país fechou 2016 com 64% da população com mais de 10 anos conectada à rede. Em 2013, o país ainda tinha menos da metade dos brasileiros com acesso à internet, número revertido em 2014. A tendência, portanto, é de que o número de estudantes na modalidade aumente significativamente, impulsionado pela nova geração que já nasce rodeada pela tecnologia. Segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), a modalidade de ensino à distância superará o ensino presencial em número de matrículas em 2023.
A flexibilidade também é outro ponto alto do ensino virtual. Com aulas ministradas pela internet, o estudante não tem obrigação de estudar sempre no mesmo horário, e pode fazer seu próprio cronograma de estudos. Essa é uma vantagem sobretudo para aqueles que já trabalham. O fato de não poder sair de casa também é um fator positivo para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Aliado à flexibilidade está o fato de os cursos serem mais baratos por não necessitarem de uma estrutura maior, como os cursos presenciais, o que também reflete no atual momento econômico do Brasil.
“As mensalidades dos cursos a distância são mais baixas, então existe uma migração dos cursos presenciais para os EaD. O país também vive uma crise econômica. Existe ainda uma tendência de as pessoas aceitarem mais o EaD como uma forma de capacitação, de formação profissional, e ele também é mais inclusivo, atende pessoas que já deixaram a escola há algum tempo e querem retornar aos estudos”, disse Josiane Tonelotto, professora e conselheira da Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância), ao Jornal Nexo.
Um impacto mais recente também produziu efeitos na oferta de cursos à distância. Em 24 de maio de 2017, o governo publicou um decreto para ampliar o número de polos e flexibilizar a disponibilidade do ensino à distância no país. Com isso, o Ministério da Educação observou um crescimento de 133% dos polos EAD no Brasil, com um total de 15.394 instituições registradas.
Desafios
Em alguns casos, a realização do ensino à distância é controversa. Algumas áreas possuem restrições quanto ao tipo de curso ofertado, como é o caso de algumas licenciaturas e graduações ligadas à saúde. Para minimizar esse impacto, para os cursos de licenciatura são exigidos estágio obrigatório; para cursos de saúde, o MEC obriga ter momentos presenciais para garantir a qualidade das práticas ensinadas ao decorrer da formação.
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