Usar máscara durante o exercício não faz mal, revela estudo
Por ser uma barreira entre o ar externo e os canais respiratórios, há receio sobre a utilização durante os esforços físicos
Em algumas cidades do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro, o uso de máscaras se tornou obrigatório para a locomoção e entrada em espaços de convivência social, como academias. Polêmicas desde o início da pandemia, as máscaras fazem parte da proteção contra o coronavírus, mas também há movimentos contrários ao uso.
Alguns dos argumentos mais comuns entre esses grupos são que as máscaras tratam sobre a possibilidade de causar efeitos negativos na saúde se usadas durante os treinos físicos. No entanto, um estudo conduzido pelo cardiologista Fabrício Braga, diretor médico do Laboratório de Performance Humana (LPH) da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, aponta que a principal diferença entre praticar exercícios sem e com a máscara é a queda da frequência respiratória.
De acordo com Braga, como há a necessidade de vencer a resistência do material, é natural que o ciclo de inspirar e expirar ocorra mais vezes e que, para ser completo, demande mais tempo. Conforme os exercícios são feitos, também é comum que a pessoa sinta urgência em colocar mais ar dentro do pulmão. Assim, há dois modos de fazer isso: respirar de forma acelerada – com ciclos menores – ou de forma prolongada – com a puxada de ar feita de forma lenta e mais profunda.
“Quem opta por respirar mais rápido acaba enfrentando maior dificuldade. Isso porque não dá tempo suficiente para ocorrer essa troca de ar. A máscara dificulta”, descreve o pesquisador. Contudo, o problema é apenas um desconforto, sem a possibilidade de causar danos ao sistema respiratório.
Para chegar aos resultados e avaliar os efeitos fisiológicos do uso de máscaras durante os exercícios, ele analisou 12 voluntários. Divididos em dois grupos, eles pedalaram de máscara por um total de 12 minutos. Enquanto uma equipe seguia em ritmo leve, a outra manteve o moderado.
Alternativas
Para minimizar o impacto das máscaras sobre a respiração nos treinos, há duas recomendações principais: respirar mais devagar e comprar uma versão do material que seja mais adequada aos exercícios físicos.
Para Braga, as máscaras feitas totalmente de algodão não são indicadas. “Elas esquentam mais e levam a uma maior restrição ventilatória”. As hospitalares também não irão alcançar um rendimento satisfatório. Assim, o especialista recomenda o uso das que possuem duas camadas de tecido hidrofóbico, que umidifica menos.
Atividade física na quarentena
Com mais tempo em casa, mesmo as pessoas que não eram adeptas às práticas de atividades físicas perderam certo condicionamento físico. Mais do que um movimento em prol do corpo, a manutenção de uma rotina saudável também é eficaz para o aumento da imunidade e a redução de fatores de risco para o agravamento da Covid-19.
“Temos observado que indivíduos mais ativos se recuperam mais rapidamente da Covid-19 que os sedentários. Hoje, é obrigação do médico recomendar fortemente exercícios para o controle das doenças crônicas”, afirma o cardiologista e médico do esporte Nabil Ghorayeb, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo.
Desta forma, é importante prosseguir com os exercícios em casa. Atualmente, há aplicativos e professores atendendo remotamente, o que possibilita a prática regular e supervisionada das atividades. No pós-treino, também é possível a ingestão de suplementos que ajudam no fortalecimento da musculatura e potencializam os resultados, como o BCAA, por exemplo.
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