Entenda por que muitos usuários estão deixando de comprar iPhone
Menor fidelidade e mais tempo de uso do aparelho são alguns dos motivos
A Apple lançou o iPhone em 2007 e se tornou sinônimo de smartphone com tela sensível ao toque. Em quatro anos, a companhia já tinha vendido cerca de 73,4 milhões de unidades. Entre 2007 e 2018, foram lançados 18 novos modelos, fator que ajudou a difundir a marca em todo mundo. Mas recentemente a empresa de Cupertino viu o número de vendas de um dos seus principais produtos retrair e impactar negativamente os resultados trimestrais.
A venda de iPhones no primeiro trimestre de 2019 teve declínio de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior, a maior redução de todos os tempos. O resultado negativo também impactou o lucro trimestral da companhia, com uma diminuição de 16% em relação a 2018. A retração também foi estendida para o segundo trimestre de 2019 - de acordo com o The New York Times, houve uma redução de 12% nas vendas de iPhone neste período. Mas o que faz com que usuários desistam de comprar o celular da maçã?
São vários os fatores relacionados com a queda do número de vendas de iPhones no mundo. Uma pesquisa feita pelo BankMyCell com um conjunto de dados de mais de 38 mil indivíduos, mostrou que a fidelidade dos usuários com a marca atingiu o menor patamar em 2019. Em 2017, 92% dos usuários pretendiam continuar com o iPhone no futuro. No primeiro trimestre de 2019, esse número caiu para 73%, o menor desde 2011.
Segundo o estudo, 24,5% dos proprietários migraram para as principais concorrentes da Apple, que utilizam o sistema operacional Android. Desses, 13,8% compraram celulares da Samsung, 8,2% optaram por modelos da LG e 2,5% adquiriram modelos da Motorola.
Outro desafio encontrado pela Apple é fazer os usuários trocarem seus smartphones antigos. Apesar de novas funcionalidades serem apresentadas em modelos recentes, as estatísticas mostram que os proprietários de iPhone ainda preferem continuar com o mesmo aparelho por um bom tempo. De acordo com dados da própria companhia, metade dos celulares vendidos estão em uso, o que também contribuiu para uma queda de 5% nas receitas em seu grande trimestre das festas de fim de ano, segundo o CEO, Tim Cook.
Se não bastassem os problemas internos de fidelidade e maior tempo de uso do mesmo smartphone, a Apple também enfrenta uma forte concorrência de outros fabricantes, além de estar em meio a uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. De acordo com os relatórios das consultorias Strategy Analytics e Counterpoint Research, referentes à venda de smartphones no segundo trimestre de 2019, todas as quatro maiores fabricantes melhoraram a participação de mercado em relação a 2018, com exceção da Apple.
Segundo os dados disponibilizados pelas empresas de consultoria, a empresa de Cupertino enviou entre 36,4 e 38 milhões de celulares no período de abril a junho, enquanto os dados oficiais da companhia indicam que no mesmo período de 2018 esse número foi de 41,3 milhões de unidades. QUem tem a maior fatia de mercado é a Samsung, com 22,3% de participação de mercado, seguida pela Huawei, com 17,2%.
As fabricantes chinesas possuem uma estratégia mercadológica agressiva, com celulares intermediários com configurações avançadas e quase a preço de custo. Essa estratégia, por si só, fez com que a Huawei e outras se consolidassem no mercado interno chinês e neutralizassem a participação das rivais, como a Samsung e a Apple. No caso da empresa norte-americana, buscou-se oferecer descontos de até 50 dólares na China por meio dos revendedores. Deu certo: em pouco menos de um mês as vendas deram um salto de até 83%. Já a Samsung apostou na criação de modelos intermediários com recursos mais avançados, acabando de vez com a linha Galaxy J.
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