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Moda: Futilidade ou apenas mais um campo desvalorizado por estar ligado ao feminino?

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Verônica Bittencourt
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Por Pedro H. Jasmim, CEO e co-fundador do Grupo BERLINN, holding de brand solutions e agência de brand experience

Hoje escrevo de Paris, depois da minha primeira fashion week, imerso em desfiles e conversas sobre a indústria, uma pergunta me persegue: por que a moda é tantas vezes tachada de fútil? Superficial? Um tema menor? Quando olhamos mais de perto, fica claro que essas percepções são, na verdade, um reflexo de algo mais profundo: o preconceito enraizado em nossa sociedade.

A moda vai muito além de tecidos e tendências passageiras. Ela é uma forma poderosa de expressão cultural e de identidade pessoal. Quando escolhemos o que vestir, estamos comunicando ao mundo quem somos, no que acreditamos, e, em muitos casos, quais são nossos sonhos. A moda é um reflexo dos tempos — uma lente através da qual podemos enxergar as mudanças sociais, econômicas e políticas. É um campo de criatividade e inovação que alimenta a economia criativa, impactando setores como a música, o cinema, o entretenimento e até a tecnologia.

Se a moda tem esse poder todo, por que ela continua sendo rotulada como algo fútil? Uma das principais razões é o fato de estar fortemente ligada ao universo feminino e à cultura queer. Nossa sociedade, com raízes patriarcais e machistas, tem a tendência de desvalorizar tudo o que está ligado às mulheres e às pessoas LGBTQIA+. Esse viés é histórico. Pense nas disciplinas ou áreas de conhecimento frequentemente associadas ao feminino: moda, beleza, cuidado com o lar. Todas elas são desvalorizadas, vistas como “menores” ou “supérfluas”. No entanto, quando o assunto é poder e influência, o quadro muda completamente.

Curiosamente, a moda é um dos raros espaços onde mulheres e pessoas queer sempre tiveram uma voz de destaque. Desde Coco Chanel rompendo com padrões até Vivienne Westwood usando as passarelas para desafiar o status quo político, a moda sempre foi um palco de rebeldia, inovação e mudança. Em 2017, Maria Grazia Chiuri, primeira mulher a liderar a Dior, trouxe um desfile emblemático, no qual modelos usavam camisetas estampadas com a frase “Todos deveríamos ser feministas”. Essas são apenas algumas das muitas demonstrações de como a moda pode ser um canal para discussões profundas e transformadoras.

No entanto, mesmo com a criação sendo dominada por mulheres e pessoas LGBTQIA+, a realidade é que o poder ainda está concentrado nas mãos de homens — brancos e cisgêneros. Os grandes conglomerados de moda, como a LVMH e o Grupo Kering, que controlam marcas como Gucci, Saint Laurent e Balenciaga, ainda são liderados por homens. Isso levanta uma série de questões sobre representatividade e diversidade. Será que esses líderes realmente entendem os desejos e necessidades das mulheres, que são o público predominante da indústria da moda?

Essa disparidade revela uma contradição intrigante: a moda é vista como um campo feminino, mas, no final das contas, quem controla as rédeas do poder e dos lucros são os homens. Isso coloca em evidência como nossa sociedade valoriza o que é considerado "feminino" apenas quando se torna um negócio lucrativo. Ao mesmo tempo, a criatividade e a expressão dentro da moda continuam sendo subvalorizadas.

Portanto, a pergunta não é se a moda é fútil. A pergunta é: por que continuamos a ver um campo tão intrinsecamente ligado ao feminino com desdém? O problema não está na moda em si, mas em como enxergamos e categorizamos o que é associado às mulheres e à cultura queer.

Talvez seja hora de questionar os filtros pelos quais vemos a moda — e, por consequência, o feminino. Afinal, não seria fútil continuar desvalorizando uma forma tão poderosa de expressão e transformação social? Aqui, direto de Paris, fica a reflexão de que moda é tudo, menos superficial. Ela é identidade, cultura, rebeldia e, claro, poder.


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