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Mais da metade dos profissionais com carteira assinada não foram promovidos e nem tiveram reajuste salarial desde que se tornaram figuras parentais

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Isabela Rodrigues
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Estudo da APOEMA ressalta como universo corporativo precisa ser mais inclusivo e acolhedor com colaboradores que têm filhos

As empresas brasileiras precisam de um olhar mais integrado e humanizado em relação à parentalidade. É o que revela o estudo Aldeias do Cuidado: o universo corporativo como apoio à parentalidade, idealizado e realizado pela APOEMA, ateliê de pesquisa de comportamento, em parceria com a MindMiners, empresa de tecnologia especializada em pesquisa digital, e a Maternidade nas Empresas, consultoria especializada em equidade de gênero pela valorização da parentalidade no ambiente corporativo. Segundo o levantamento, desde que se tornaram figuras parentais pela primeira vez, mais da metade (51,1%) dos entrevistados não foram promovidos e nem tiveram reajuste salarial. A pesquisa ouviu 1.000 pais e mães de todo o país, que trabalham com carteira assinada.

Ao avaliar a distribuição por gênero, o estudo ressalta um olhar ainda enviesado: 54% das mulheres afirmam não ter recebido nenhuma promoção ou reajuste salarial desde que tiveram filhos, em comparação a 48% dos homens. Além disso, 42% das mães acreditam que perderam chances na carreira, enquanto apenas 27% dos pais se sentem da mesma forma, e 50% das mulheres têm medo de perder o emprego, contra 41% dos homens.

Para Julia Ades, sócia fundadora da APOEMA, o cenário reforça que as mães são mais impactadas no que diz respeito às "perdas" no ambiente corporativo. “Tanto quando pensamos na licença paternidade, que é de apenas cinco dias, e que afeta diretamente na sobrecarga dessa mulher, que fica em casa cuidando dos filhos, quanto à falta de organização de programas e processos de adaptação da profissional que volta de uma licença maternidade e à não promoção das mesmas, por exemplo”, afirma.

Gestores com filhos x gestores sem filhos

Outro recorte da pesquisa mostra que profissionais liderados por gestores que têm filhos apresentam sentimentos mais positivos do que aqueles que têm chefes que não são pais: 71,5% desses colaboradores sentem liberdade e segurança para se ausentar quando têm compromissos com seus filhos (versus 57,1% com gestor não pai), 59,4% entendem que são incentivados pelo gestor direto a viver melhor a parentalidade (versus 45,8% com gestor não pai) e 75,8% conseguem conciliar demandas de carreira com a jornada com filhos (versus 57,7% com gestor não pai).

Além disso, 17% dos colaboradores gerenciados por figuras parentais foram promovidos com reajuste de 10%, enquanto apenas 9% das pessoas lideradas por gestores que não têm filhos tiveram esse mesmo aumento.

A necessidade de um olhar mais integrado

Para Julia, o levantamento constata a importância da coletividade quando se fala sobre parentalidade no ambiente corporativo: “Quando funcionários se tornam pais e mães, há uma transformação muito poderosa na jornada de cada uma dessas pessoas. Essa mudança impacta diversos pilares de suas vidas, e o trabalho é um dos principais”, destaca.

A especialista observa que, diferente do que se tende a pensar, a parentalidade pode aprimorar a carreira de cada mãe e pai. “Essas pessoas criam novas habilidades, se deparam com desafios de gestão de tempo, a resiliência ganha espaço”, afirma. “Nesse contexto, um olhar mais integrado e empático do universo corporativo para a parentalidade pode colaborar não só para cada funcionário, como para a própria empresa, que poderá conhecer as novas facetas dessas pessoas e aproveitá-las da melhor forma”, complementa.

De acordo com a pesquisa, esse acolhimento está ainda mais distante das figuras parentais com menor poder aquisitivo. Enquanto 73% dos respondentes das classes A/B relatam um estilo de liderança empático, 64% dos entrevistados da classe C classificam sua gestão desta forma. Além disso, a sensação de maior despreparo e pessimismo quanto à volta ao mercado de trabalho após a licença é o dobro entre as rendas mais baixas (20% da C x 10% da A/B).

“Os números mostram que é muito necessário que as organizações abram espaço para ouvir pais e mães, e entender o que, de fato, sentem, pensam e precisam”, pontua a sócia fundadora da APOEMA. “Isso pode colaborar para aumentar o engajamento desses colaboradores com a empresa e seu desempenho profissional lá dentro”, revela.

Nesse sentido, a especialista acredita que é preciso transpassar a premissa de que quando se vira pai e mãe, o trabalho sai prejudicado. “Na nossa investigação, ficou claro que há um outro olhar para isso. Os pais e mães desenvolvem habilidades que, quando implementadas no ambiente de trabalho, colaboram muito para o desenvolvimento individual e coletivo. Não podemos continuar enxergando a parentalidade como "rival" da carreira. Pelo contrário, ela pode ser uma grande aliada”, finaliza.

Para acessar o relatório de análises e o mini documentário que ilustra os aprendizados do estudo, clique aqui.

Ficha técnica do estudo
Idealizadoras: Julia Ades, Helena Dias, Millena Cunha, Soraia Marioti
Realização: APOEMA
Pesquisa Quantitativa: MindMiners
Recrutamento: Letícia Pinheiro
Designer: Gustavo Mendes
Produtora de Vídeo: Little Stories Filmes
Apoio: Maternidade nas Empresas

Sobre a APOEMA

A APOEMA é um ateliê de pesquisa de comportamento de consumo que aproxima o universo corporativo das diferentes realidades de seus consumidores. Idealizada por duas publicitárias que estudam psicologia, sociologia e antropologia, a empresa faz da pesquisa uma poderosa ferramenta, capaz de revelar sentimentos, emoções e experiências que habitam as pessoas e guiam seus comportamentos de consumo. Por meio de estudos aprofundados, sprints estratégicos, workshops co criativos e mentoria de pesquisa, o ateliê já desenvolveu projetos para gigantes como Nubank, Renner, QuintoAndar, Nike, Itaú, O Boticário e Flash.


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