Corretor de seguros, apenas um meio sem poder
Armando L Francisco
A corretagem de seguros é uma das melhores profissões do mundo. E nossa ambição é saciada com suas nuances excepcionais. Por isso estou nela há cerca de 30 anos.
Mas a corretagem de seguros é muito trabalhosa, porque, como exemplo, uma apólice de seguros não é a certeza do pagamento de uma indenização, mas é uma promessa condicional de que haverá um pagamento indenizatório.
Outro aspecto importante é que esse trabalho envolve praticamente todas as rotinas que não seriam de fato da atuação do próprio corretor de seguros.
Sabe por que? O corretor de seguros ainda não sabe os limites de sua atuação, não há margens mínimas ou máximas. É como se fosse um recipiente que aceita qualquer coisa, um subproduto de um mercado, que recebe comissão apenas por uma coisa que faz: intermediar o negócio!
Então, o corretor de seguros vende apenas promessas! E a concretização dessas promessas depende de normas estabelecidas, técnicas diversas, coberturas, declarações verdadeiras e efetivas e muita boa-fé!
Mas não é somente isso, ele costuma agir e dar atendimento para que essas promessas se cumpram.
Virtudes à parte, o engano é imaginar que o corretor de seguros é o procurador do segurado ou seu próprio representante. O corretor de seguros não representa o segurado simplesmente porque envia uma proposta em seu nome.
O bom corretor de seguros é um sacerdote profissional e geralmente pratica também a emoção em seus tratos com consumidores de seguros.
Mas não somente isso, de novo, eles são impotentes na atuação direta, pois nunca agem na ponta por definição, mas no meio, na intermediação.
E a visibilidade do corretor de seguros depende exatamente do organismo, porque isso é o que o fortalece.
O organismo não pode ser maltratado como, alegoricamente, um cão sem dono. O organismo importa e deve gerar confiança. Porque o organismo, a massa, o ideal são exatamente a porta de sobrevivência profissional.
Também, tem o seu cuidado na Lei. De forma genérica, a citada é antiga, mas não é caduca. Talvez padeça com o Alzheimer.
E sem o poder para deixá-las atual, corre o perigo de uma votação legislativa que as inviabilize para o futuro.
O futuro do corretor não é propriamente a tecnologia, que via de regra é somente um atrativo administrativo e comercial, e necessário. O futuro da corretagem é a legislação. Pense que seus privilégios se evidenciam em Lei.
Porque organismo é a massa, o número e o poder para bem ou mal, para fazer ou desfazer, para se situar ou não na demanda, na exigência no modus operandi.
São intrincadas as maneiras de se perpetuar as fases do corretor e sempre vai exigir a política; sabe por quê? - ou o porquê - Porque o corretor de seguros é um grande profissional sem o poder, dependente e carente.
Porém, o pior de tudo isso é a força de destruição que cada um de nós tem com alguém semelhante que atua nessa área. Já ouvi muitas vezes a frase de que os corretores de seguros não têm poder porque não conhecem o seu poder.
Termino assim: a corretagem de seguros é singular, viva e impotente, essa é a definição que encontrei para nossa atuação. E complemento a frase anterior da seguinte maneira: hoje ela é totalmente dependente de lobby, sem atores políticos diretos nas casas legislativas.
Armando L Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros
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