Os conflitos deveriam se resolver com a racionalidade

Especialistas denunciam que a Otan cometeu um erro estratégico, ao avançar sobre terreno perigoso, provocando o nacionalismo "soviético", e dando-lhe condições para que o engasgo russo se manifestasse num plano arquitetado há muitos anos.

Foi assim com a Alemanha, depois da primeira guerra mundial, que indenizava as nações agredidas com tudo o que tinha de recursos financeiros e materiais, e deixava seu povo morrer de fome, até surgir o "salvador da pátria", chamado Adolf Hitler, que prometia uma nação forte e pura.

Pois bem, desde Nero e os diversos "Calígulas" romanos, jamais se viu um culto a personalidade maior do que o difundido pela máquina alemã. De um pintor fracassado a bilionário, sua fortuna equivale a "cerca de 3,5 bilhões de euros em valores atuais". Putin, ex agente da KGB também é considerado um dos homens mais ricos do mundo, observe:

"Ex-agente da polícia secreta comunista da era soviética, a KGB, Vladimir Putin é o homem mais rico do mundo? A dúvida sobre o tamanho da fortuna do presidente russo circula há alguns anos e ressurgiu recentemente, após o presidente-executivo de um fundo de investimentos americano garantir que o mandatário tem US$ 200 bilhões (cerca de R$ 625 bilhões).... - Veja ref AQUI

Enfim, o culto a personalidade é achar que sempre haverá um novo messias. O culto deveria ser feito somente para Deus e mais ninguém, pois é o único merecedor de nossos joelhos no chão.

Pois bem, o ocidente joga contra a nação de Putin com poder econômico, tentando cancelá-la. Mas Putin tem quatro coisas a seu favor: estratégia, recursos, preparo e bombas atômicas.

Putin deu anteriormente o aviso: a Criméia. A Otan quis manter seu status quo de guerra fria e buscava conceder a membresia à Ucrânia. Putin encarou a provocação!

E esse viés de abertura pode propagar outra guerra: China e Taiwan. E se isso acontecesse, o ocidente estaria de mãos amarradas. Portanto, observe o encontro passado das duas potências: China e Rússia.

Confesso: não há vencedor numa guerra! Melhor é a paz e os acordos de não hostilidade. Resumo assim, numa frase que li em 1978, no Sindicato do Comércio do Rio de Janeiro, na rua André Cavalcanti, próximo a Rua do Riachuelo, que me impactou muito na maneira que trato com a adversidade, e que guardei na mente, na forma que vou escrevê-la, mas não consigo mais lembrar o nome do autor:

"Só existem duas formas de se acabar com o inimigo: ou matando ou se tornando amigo".

Mas a insensatez da humanidade sempre escolhe a primeira opção. Essas provocações são incoerentes com os preceitos de civilidade. Esses estímulos perfazem as condições de destruição dos lados dos países. Aliás, ninguém segue ganhando.

Mas a paz não significa não ter condição de reagir. Observe que milhões de judeus foram levados ao matadouro, como ovelhas pacíficas. Ninguém jamais saberá a dor das famílias destroçadas. A humilhação de não se despedir dos filhos... parentes...amigos... crueldade. Imagine a magreza provocada pela fome e seus próprios dentes de ouro servindo de despojo. No roubo dos bens, das casas, da honra... A morte por gás, por tiro, por enforcamento. Pois bem, assista a obra de Spielberg: Holocausto.

E a punição dos malfeitores? Não houve! Milhões de judeus foram mortos, mas apenas 12 foram condenados à morte em Nuremberg, entenda:

O mais famoso dos julgamentos de crimes de guerra realizados após a guerra é o julgamento de 22 importantes autoridades alemãs perante o TMI em Nuremberg. Este julgamento começou em 20 de novembro de 1945. O TMI chegou a seu veredicto em 1º de outubro de 1946, condenando 19 dos réus e absolvendo 3. Dentre os condenados, 12 foram sentenciados à morte, dentre eles, o Marechal do Reich Hermann Göring, Hans Frank, Alfred Rosenberg e Julius Streicher. O TMI sentenciou três réus à prisão perpétua, e quatro deles a períodos de reclusão que variavam entre 10 e 20 anos.

Então, milhares de assassinos nazistas nunca foram julgados ou condenados. Sim, criminosos, mas isentos da justiça dos homens, porque ao confessar a impossibilidade de julgá-los, também confessou que não existe justiça humana.

A paz não significa somente concordar. E muitas vezes, para termos a paz é necessário lutar e ter armas para isto. Portanto, imagine se o ocidente não possuísse também armas... pense se cada judeu na segunda guerra mundial tivesse uma arma para defender sua família.
E eu uso os judeus, mas poderiam ser muçulmanos, cristãos, norte coreanos, ucranianos, valdenses, huguenotes, ciganos, homossexuais, deficientes físicos, índios americanos, asiáticos, afro-descendentes etc.

E, para termos a paz é necessário o equilíbrio de forças. Novamente, nisto acredito e nisto me manifesto.

De concreto, como brasileiros, não entendemos o que é viver ao lado de uma nação que possui mísseis atômicos. Imagine, por exemplo, que a Venezuela tivesse essas armas. Aliás, este foi o grande medo americano em relação a Cuba. E sintetizamos os mísseis americanos como protetores de nosso continente.

Poucos lêem, mas a Carta das Nações Unidas, em seu Art. 2º afirma:

Artº. 2 A Organização e os seus membros, para a realização dos objetivos mencionados no Artº. 1, agirão de acordo com os seguintes princípios:

1. A Organização é baseada no princípio da igualdade soberana de todos os seus membros;

2. Os membros da Organização, a fim de assegurarem a todos em geral os direitos e vantagens resultantes da sua qualidade de membros, deverão cumprir de boa fé as obrigações por eles assumidas em conformidade com a presente Carta;

3. Os membros da Organização deverão resolver as suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de modo a que a paz e a segurança internacionais, bem como a justiça, não sejam ameaçadas;

4. Os membros deverão abster-se nas suas relações internacionais de recorrer à ameaça ou ao uso da força, quer seja contra a integridade territorial ou a independência política de um Estado, quer seja de qualquer outro modo incompatível com os objetivos das Nações Unidas;[...]. (grifei) MAIS REF

Essa punição exigida pela referida carta universal ainda não foi posta na mesa.

A estratégia de Putin foi brilhante, segundo analistas, e envolve muitos detalhes cruciais para a retomada soviética. Agora, como consequências imediatas no seguro estão as guerras de informação e a guerra cibernética. E nisto somos absolutamente fracos.

Há pouco, as seguradoras e grandes marketplaces foram invadidas. Algumas seguradoras ainda sofrem o impacto de tal demanda criminosa. A Americanas perdeu mais de R$ 2 bilhões de valor, devido a essa invasão.

Ninguém, desse modo, está isento desta guerra, até porque somos hoje 6% do PIB brasileiro. A indústria do seguro é uma das que mais sofrem com as variações humanas. O maior exemplo é justamente com o enfrentamento da pandemia.

Portanto, uma coisa eu concordo em discordar, de que a guerra pode resolver o problema do mundo. De fato, pra mim não importa quem senta numa cadeira, desde que tenha competência para solucionar os problemas e conflitos pela paz, e que consiga ter uma visão holística de todas as nuances de uma guerra declarada. MAIS REF

Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros