Natal Seguro é reconhecer a diferença entre caridade e Graça

Bem, há muitas teses vivenciadas por aí. E nenhuma delas reflete a verdadeira informação da data de Seu nascimento. Imagina-se que o Messias tenha nascido entre fevereiro e abril, há cerca de 2.000 anos.

Mas é bom entender que mesmo não sendo uma festa afirmada pelo escritor bíblico, o nascimento do Salvador remete sempre a comemoração de uma vida aplicada a nossa redenção

Nesta singeleza, muitos acreditam que podem recompensar o ato de Cristo com ações de bondade. A caridade, muitas vezes pode estar sendo encarada de maneira errada. A salvação vem exclusivamente pela graça, através da fé, sem a participação humana no ato de salvar.

Todos sabemos que a caridade é a beneficência aplicada aos humanos. Eu e você somos iguais, mas sofremos de formas diferentes. Alguns são mais privilegiados e outros são mais necessitados. A caridade, portanto, é o amor revestido de atos de bondade e compaixão, mas sem poder para minimamente poder salvar o ser humano.

Mas a diferença entre Graça e Caridade é gritante e incomparável. A graça é mais que uma decisão de Deus. E reflete o preço que Ele pagou. A caridade, entretanto, brota de um coração salvo.

A Graça nunca foi de graça ou barata. E é justamente o contrário do que se aplica na caridade. O favor divino diz respeito a não ter um preço no universo que pague o favor de Deus. Portanto, não pode ser comprada com atos de bondade humanos.

A caridade, entretanto, é exigida por Deus para suprir outros carentes, e não pode salvar ninguém de seus pecados e nem mesmo diminuir qualquer tipo de culpa do ser humano.

A caridade é uma expressão do maior de todos os amores, o Amor de Deus. Mas é importante frisar que na Bíblia há uma comparação entre esses atos ou as nossas justiças como trapos de imundície.

De verdade, quando dita sobre a nossa repartição das coisas, dos atos, do nosso bem estar e outras coisas mais, se diz que a nossa mão esquerda não não deve ver o que a direita faz. E quando se fala da Graça, se diz que toda boca confesse que Jesus Cristo é o Senhor.

Assim, não é razoável aplicar as obras de caridade como tendo poder de salvação. E se tentarmos fazer isso, corremos o risco de imaginarmos coisas que jamais se aplicarão às obras de Deus.

Porém, devemos entender o lugar correto da caridade. O amor ao próximo, benevolente, sem contrapartida de receber qualquer outra coisa do próximo ou mesmo de Deus é o que deve mover o nosso coração.

Duas coisas diferentes e tão longe de uma identidade semelhante, mas que andam juntas. E nada disso - da Graça - seria possível sem o nascimento deste Messias. Interessantemente, o livro de Daniel capítulo 9: 24-26 profetiza o ano de seu batismo e sua morte (de Jesus). O livro de Miquéias 5: 2 informa a cidade em que Ele deveria nascer: Belém da Judéia. O livro de Isaías capítulo 7 verso 14 afirma que o Messias nasceria de uma virgem. No mesmo Isaías 9:6 diz algumas qualidades desse menino: Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. (grifei)

Portanto, a maior figura pública já existente é indubitavelmente Jesus. Ele dividiu a história. Ele dividiu o tempo. Ele pagou o preço. E isso mudou tudo. Portanto, nada de fábula de papai Noel. Nada de gorros vermelhos e ovos de chocolate. Nada de duendes verdes. O dia 25 de Dezembro simboliza o nascimento da Graça. Sem ela, toda a nossa bondade não passaria de um endeusamento pessoal.

Joãozinho é um rapaz que mora em Caxias do Sul - RS. Por erro médico, está paralítico e dependente da mãe. O jovem, infelizmente, tem poucos amigos. A mãe, por causa disto, não pode trabalhar fora de casa. Porém, informo que troquei o nome deste jovem.

Certa vez, entre muitas humilhações que esta família passou, o seguinte caso:

A mãe do Joãozinho percebeu que havia uma cárie em um dos dentes do rapaz. Levou-o ao profissional de saúde, que informou o seguinte ponto de vista: agora há um procedimento hospitalar que pode arrancar todos os dentes deste jovem de uma só vez, assim ele não sofrerá mais com dores. A mãe dele falou que o problema era em apenas um dente, que possuía uma arcada dentária boa. A história é longa e cheia de nuances que não quero citar aqui; mas o referido profissional, na frente do Joãozinho disse mais ou menos assim: e o que importa se ele têm os demais dentes?

Porque escrevi um pedacinho breve da história do Joãozinho? Talvez para demonstrar que a humanidade inteira está dessensibilizada. E isto inclui o porquê do nascimento de Jesus. Ele nasceu para nos tornar mais humanos e menos arrogantes. Ele nasceu para salvar as nossas vidas. Ele nasceu para que tenhamos futuro.

Feliz natal!

Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros