Brasil,

Desafios climáticos e inovação no centro do Fórum de Seguros Brasil – Reino Unido realizado pela CNseg e ABI

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  /Cqcs/
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A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), em parceria com a Association of British Insurers (ABI), promoveu, nesta quarta-feira (30), em Londres, o “Fórum de Seguros Brasil – Reino Unido”, que teve como tema central: “Cooperação em mudanças climáticas e inovação”. O encontro reuniu mais de 100 pessoas, entre executivos brasileiros e do mercado europeu e representantes do governo do Brasil.

Em entrevista ao Cqcs, que esteve presente no evento, o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, afirmou que, durante o encontro, foram tratados “três temas superrelevantes” para o mercado brasileiro.

O primeiro deles é a questão da mudança climática, que, segundo ele, representa um grande desafio para o setor de seguros, porque os incidentes climáticos estão aumentando e estão sendo cada vez mais severos, o que impacta nas indenizações e nas provisões técnicas e é um grande desafio para o setor. “Por outro lado, é uma grande possibilidade, porque a sociedade também está percebendo melhor o risco climático como um risco que precisa ser gerenciado de alguma maneira. E o setor de seguros é a melhor maneira de gerenciar esse tipo de risco. Então, é um grande mercado”, comentou.

O segundo tema abordado foi a questão de tecnologia. De acordo com Oliveira, o setor de seguros passa por uma grande transição tecnológica que chega em “altíssima velocidade”. Ele assinalou que as empresas brasileiras são todas muito digitalizadas, o que significa riscos para o negócio, riscos para o próprio setor de seguros, pois o cliente também está digitalizado. “Não só na pessoa física, todo mundo anda com o seu celular, tem os seus dados expostos na rede, como as empresas também estão digitalizadas, sofrem grandes riscos também de vazamento do seu dado de comerciais, do dado de seus clientes. Então é outro tema muito relevante no mundo inteiro, como lidar com a questão da transição tecnológica e com os riscos cibernéticos envolvidos nessa transição”, ponderou.

Já o terceiro tema foi o investimento em infraestrutura. Vários representantes do governo brasileiro demonstraram a necessidade desses investimentos, que também significam demanda por seguros. “A gente estima mais ou menos de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões em contratação de seguro para a realização dessas obras. Mostramos que o Brasil está de volta ao mercado internacional e vai demandar resseguro”, assinalou Dyogo Oliveira.

Por sua vez, o presidente do Conselho Diretor da CNseg, Roberto Santos, disse ao Cqcs que um dos temas mais comentados no evento foi a utilização de inteligência artificial generativa, do big data e de produtos na linha de cyber risk. “Foi uma conversa muito intensa sobre proteção, segurança e investimento em segurança, que não são poucos. É muito parecida a situação que temos aqui no Reino Unido em relação ao Brasil também. Falamos sobre produtos e sobre a ética na utilização de algoritmos no dia a dia das operações”, sublinhou.

Santos salientou ainda que conheceu um termo novo, usado por consultor que atua em Londres, que foi a hiperpersonalização, que é quando se passa do ponto na utilização dos dados para fazer ofertas.

Ele informou ainda que a CNSeg assinou com a ABI – que é sua congênere no Reino Unido – um termo de compromisso e de troca de informações. “Este é nosso primeiro evento internacional e eu acho que foi muito positivo. Superou muito as minhas expectativas, inclusive da quantidade de gente que se habilitou a participar do evento. Então foi muito positivo, muito bacana e muito enriquecedor”, concluiu.

A diretora Geral da ABI – entidade coorganizadora do evento – Hannah Gerg, manifestou ao Cqcs a sua satisfação por estar assinando um Memorando de Entendimento (MOU) com a CNSEG na abertura do Fórum de Seguros Brasil-Reino Unido. “A ABI e a CNSEG têm uma longa trajetória de colaboração. Mas, o MOU estabelece uma base para que possamos fortalecer ainda mais nossa parceria, o que é cada vez mais importante, pois nossa indústria enfrenta riscos novos e emergentes que afetam não apenas o Reino Unido e o Brasil, mas todos os países ao redor do mundo. Estou muito animada em trabalhar com nossos parceiros no Brasil, especialmente na preparação para a COP30 em 2025. Este é um momento empolgante para o Brasil e para o Reino Unido, e estou realmente feliz por estar aqui”, pontuou.

Já o CEO da Guy Carpenter, uma das empresas patrocinadoras, Pedro Guimarães, destacou que o evento trouxe o mercado brasileiro de volta ao cenário internacional. “Aos olhos do investidor internacional precisamos estar conectados. Então, o evento foi muito positivo”, pontuou.

Visão igual foi manifestada pela Subsecretária de Planejamento e Fomento do Ministério dos Transportes, Gabriela Avelino. Segundo ela, foi muito relevante participar do painel que apresentou oportunidades para o mercado de seguros na área de infraestrutura. “Foi um diálogo muito produtivo. Nos próximos 3 ou 4 anos, haverá muitas oportunidades para o mercado na garantia e investimentos em obras de infraestrutura, que somam aproximadamente US$ 40 bilhões apenas no setor rodoviário. Mostramos para o mercado britânico que o Brasil vem crescendo e oferece muitas oportunidades”, revelou a executiva.

O CEO e sócio fundador da EZZE Seguros, empresa também patrocinadora do evento, Richard Vinhosa, também ficou entusiasmado com o evento. “Foi muito importante para mostrar para o mundo todos os produtos e modelos de seguros que temos no Brasil e para aprender boas práticas com outras seguradoras daqui da Europa. A EZZE fica feliz em patrocinar e ajudar a CNSeg. Foi nosso primeiro passo internacional”, afirmou.

Também em entrevista ao Cqcs, o CEO do IRB RE, Marcos Falcão, classificou o evento como “sensacional” e ponderou que esse precisa ser o primeiro de muitos encontros que precisam ser realizados no exterior, especialmente em Londres. “Esta é a capital mundial dos seguros e resseguros. Aqui é onde a troca de experiências tem que ser feita. Então, espero que tenhamos muitos outros encontros para trocar ideias e aprender com eles”, destacou.

O cofundador e CEO da BMG Seguros, companhia que apoio o encontro, Jorge Sant’Anna, igualmente enfatizou a relevância do evento para o mercado brasileiro. “Este evento marca uma nova jornada da CNseg e do seguro no Brasil. Estamos nos conectando com o mundo e incluindo a participação do governo. Isso mostra a grande importância do seguro, sobretudo do ramo garantia. Tenho muito orgulho de ter participado deste momento”, ressaltou.

Por fim, André Araújo, assessor da Secretaria Especial do Programa de Parcerias e Investimentos do Governo brasileiro, parabenizou a CNseg pela realização do evento, que classificou de “extrema importância para o desenvolvimento da infraestrutura no país”.

Segundo ele, a Secretaria está “muito focada” no desenvolvimento de projetos de concessões e parcerias. Em Brasília, nós temos uma equipe de excelência, super competente e eu acredito que esse evento vem brindar uma iniciativa muito importante. A área de seguros, especialmente os seguros garantia, o performance bond, é fundamental para que a gente alavanque projetos de concessões e PPPs. Nós sentimos muita falta desse tipo de fórum de discussão e esse evento vem inaugurar esse primeiro passo nesse sentido”, asseverou.


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