LGPD no setor varejista: desafios e oportunidades para as pequenas e médias empresas
*Por Ricardo Maravalhas
Sancionada há seis anos, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), sem dúvidas, representa um grande marco na forma como nós tratamos informações pessoais no Brasil, principalmente no setor varejista, um dos maiores da economia do país que representa uma fatia de 20% do PIB e emprega mais de 10,3 milhões de brasileiros.
Para as pequenas e médias empresas (PMEs), que representam 99% das empresas no país segundo o Ministério da Economia, essa legislação pode trazer desafios, mas também, ao mesmo tempo, oferece oportunidades valiosas que podem impulsionar o crescimento e a inovação.
Muitas dessas empresas carecem de recursos financeiros e expertise para implementar as mudanças necessárias em seus processos e sistemas dentro das conformidades da lei. Além disso, há ainda um longo caminho a ser percorrido, porque a falta de conhecimento sobre proteção de dados e a necessidade de criar políticas de compliance podem gerar insegurança e apreensão em relação a possíveis sanções.
Um outro obstáculo significativo é o custo de adequação, ainda mais quando o cenário econômico é desafiador por sofrer diversas oscilações ao longo do tempo. Contratação de profissionais especialistas que fazem revisão de práticas de coleta, armazenamento e tratamento de dados requer investimentos que podem ser desproporcionais para empresas menores.
Mas, ao mesmo tempo, a LGPD pode ser vista também como uma oportunidade para as PMEs se destacarem no mercado, porque ao se comprometerem com a proteção de dados, essas empresas podem conquistar a confiança dos consumidores. Felizmente, com as evoluções tecnológicas, há hoje empresas no ecossistema de startups e inovação que oferecem soluções personalizadas e democratizam a LGPD para empresas de todos os portes.
Com a privacidade sendo cada vez mais valorizada, as empresas que mostram transparência e responsabilidade no tratamento das informações podem ter maiores índices de fidelização, além de uma recuperação positiva perante ao mercado. O compliance, portanto, não é apenas uma obrigação, mas, uma oportunidade de se construir relacionamentos mais sólidos com os clientes.
A necessidade de se adaptar à LGPD também pode levar às PMEs a reavaliar e otimizar os processos internos, reestruturando não só a gestão de dados, como também abre portas para inovações e novos serviços que atendam melhor às expectativas dos consumidores que estão cada vez mais exigentes.
Por fim, a meu ver, embora a LGPD traga desafios significativos para as pequenas e médias empresas do setor varejista, ela também abre um grande leque de oportunidades. Cabe a essas organizações a capacidade de transformar essas exigências legais em um diferencial competitivo que pode ser a chave do sucesso em um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e com foco no consumidor. As PMEs que abraçam a LGPD não apenas evitam futuras penalidades, como também ajudam a promover um mercado mais justo, transparente e sustentável.
Ricardo Maravalhas é fundador e CEO da DPOnet, empresa com mais de 4.000 clientes, que nasceu com o propósito de democratizar, automatizar e simplificar a jornada de conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) por meio de uma plataforma SaaS completa de Gestão de Privacidade, Segurança e Governança de Dados, com serviço de DPO embarcado, atendimento de titulares, que utiliza o conceito de Business Process Outsourcing (BPO) e IA integrada (DPO Artificial Intelligence).
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