Evento destaca papel da tecnologia nas Corretoras

A segunda edição da “AVATEC 2024 – Autoavaliação das Corretoras de Seguros” avaliou o grau de inovação e tecnologia das empresas, além de exibir no final a nota da corretora, que pode comparar com a de outras empresas. As perguntas foram relacionadas ao interesse no tema, à qualidade dos equipamentos e de conexão com a internet, à utilização de software de gestão, à digitalização de propostas, ao uso de multicálculo, aos planos de marketing digital, à geração de leads e à comunicação com clientes. A coordenação da pesquisa foi da 1º vice-presidente Simone Fávaro, com auxílio do corretor de seguros integrante da Comissão Editorial, Leandro Giroldo, e condução técnica do consultor de economia Francisco Galiza.

Resultados da pesquisa

No primeiro módulo “AVATEC: a tecnologia nas corretoras de seguros”, o 2º secretário e diretor de Comunicação do Sincor-SP, Rogério Freeman, conversou com o economista e responsável técnico da AVATEC, Francisco Galiza, sobre os resultados da pesquisa e quais os pontos que as corretoras precisam de mais auxílio quando o assunto é tecnologia.

Galiza explicou a metodologia de avaliação tecnológica das corretoras. “A primeira AVATEC foi realizada em 2020, no início da pandemia. Agora estão sendo apresentados os resultados da AVATEC 2024, considerando as mudanças ocorridas no período. A pandemia foi catalisadora da tecnologia, todo esse ambiente tecnológico cresceu após o período”, comentou.

Para descobrir se houve melhora na tecnologia nas corretoras e em que, foram criadas 10 perguntas, abarcando os principais pontos relacionados a tecnologia nas corretoras: interesse em tecnologia, qualidade de conexão de internet, qualidade e quantidade de computadores, software de gestão, digitalização de proposta, uso do multicálculo, marketing digital, redes sociais, utilização de leads e comunicação com clientes.

De acordo com a quantidade de pontos feitos ao final da autoavaliação, a corretora recebeu a nota: baixa, razoável, boa, muito boa ou excelente.

Uma pergunta extra não entrou no cálculo da AVATEC, mas ficou para registro: qual o conhecimento sobre novas tecnologias: computação em nuvem (constatado conhecimento regular, em média), inteligência artificial e chatbot (baixo), automação robótica, robôs assistentes virtuais, segurança cibernética avançada e big data (muito baixo).

Galiza explicou que foram 674 entrevistas, uma amostra muito boa das corretoras do estado de São Paulo, e bastante similar à quantidade de 2020, quando foram 840 participações.

Uma das constatações da pesquisa foi o aumento do interesse em tecnologia: na AVATEC 2020, 38% dos entrevistados apontava como essencial, em 2024 o número subiu para 49%. Também houve aumento da digitalização de documentos: em 2020, 31% utilizava sistemas em nuvem, e o número agora subiu para 50%.

Das 10 perguntas, foi constatada a diferença em quatro anos: : interesse em tecnologia - melhor, qualidade de conexão de internet - igual, qualidade e quantidade de computadores - igual, software de gestão - melhor, digitalização de proposta - melhor, uso do multicálculo - melhor, marketing digital - igual, redes sociais - igual, utilização de leads - igual e comunicação com clientes - igual.

Galiza afirmou, com base na pesquisa, que os corretores têm investido em tecnologia “da porta pra dentro”, ou seja, em equipamentos e softwares, mas ainda é preciso avançar na tecnologia “da porta pra fora”, explorando mais as redes sociais e comunicação com os clientes.

Para Galiza, falta na discussão de decisão tecnológica avaliar um aspecto psicanalítico. “As decisões tecnológicas que o dono de uma empresa toma podem ser do inconsciente, por exemplo, conflito de gerações, ou talvez o corretor se apegue ao modelo de negócio que ele criou, não quer abrir mão e cria toda uma estrutura racional e lógica em relação a isso. O guru Sri Sri Ravi Shankar fala ‘O cérebro quer coisas novas, mas o coração quer coisas antigas’. Isso é um ponto importante a ser considerado para evoluir”, finalizou.

Tratamento de dados

No segundo módulo “Como tratar dados e transformar em negócios”, a 1ª vice-presidente do Sincor-SP, Simone Fávaro, interagiu com o diretor de Operações, TI e Sinistros da Tokio Marine Seguradora, Adilson Lavrador, apresentando dicas aos corretores de seguros de como aproveitar as informações pessoais dos clientes para tratamento de leads e geração de novas oportunidades e vendas.

“A tecnologia hoje não é mais uma opção, todo mercado precisa de tecnologia, principalmente o de seguros”, declarou Lavrador. “Todas as seguradoras têm tecnologia embarcada e o corretor precisa estar inserido neste contexto, não dá para ter medo de tecnologia. Toda tecnologia que fazemos hoje na Tokio Marine é voltada ao negócio, o corretor precisa explorar tudo o que o mercado oferece”.

Ferramentas para os corretores

Por fim, no terceiro módulo “Plataformas para alavancar a venda de seguros”, o corretor de seguros Leandro Giroldo, apresentador do podcast do Sincor-SP SinPodOuvir e que participou do Comitê de construção da Avatec, recebeu o especialista em Dados e Tecnologia da Porto, Felipe Castiglia, para mostrar ferramentas que já existem e estão à disposição da categoria para aumentar as vendas de seguros.

Felipe comentou que o corretor possui uma excelente base de dados que poderia ser melhor aproveitada. “Estamos trabalhando fortemente para entregar mastigada toda aquela informação que o corretor consegue adquirir e trabalhar”, garantiu. “Vimos desenvolvendo modelos e algoritmos para que o corretor saiba qual o melhor produto a ser ofertado àquele cliente, e qual a melhor abordagem para cada caso, de forma que consiga trazer valor para o corretor e a seguradora. Assim, queremos ajudar o corretor a utilizar sua montanha de dados para fazer mais e melhores vendas”.

Conhecimento aliado a ação social

O valor de inscrição do evento foi totalmente destinado ao SOS Chuvas RS, em apoio aos securitários que são vítimas da calamidade no Rio Grande do Sul. “O valor é simbólico para estimular as doações do setor aos nossos colegas securitários que perderam tudo com a tragédia no Rio Grande do Sul”, comentou Boris Ber.