O impacto das novas tecnologias na aceleração de entrega de valor

Uma empresa recebe 1.000 notas fiscais diariamente e o processamento manual dura cerca de 12 horas. Esse tempo é distribuído entre recepção e download, extração de dados, inserção no sistema, validação e arquivamento.

E se falarmos que com a combinação da Automação de Processos Robóticos (RPA) e a Inteligência Artificial (IA), é possível reduzir esse tempo para 2 horas e ainda obter uma análise sobre os dados das notas fiscais.

Nesta quarta-feira, 14, ocorreu mais uma edição do Lyncas Talks, desta vez com o tema “No Hype da IA: Onde fica o RPA?”, transmitido ao vivo pelo LinkedIn e YouTube. O bate papo teve como mediador Silvio Costa, Head de Operações na Lyncas, e os demais convidados, Maykon Meier, CEO da EvopaaS, Co-Fundador e Head de Soluções na Lyncas, Rodrigo Gomes, Gerente Comercial de Soluções na Selbetti e o Joel Villa, Head de RPA na Kuint.

“Dependendo do crescimento e do volume das interações, não se cogita mais não ter um RPA para algumas situações. Não tem como imaginar um monte de pessoas executando determinadas tarefas repetidamente, todos os dias do ano por determinados anos seguidos. Nós tínhamos as macros, depois veio o RPA, agora estamos falando de IA generativa, existe o ponto de complementaridade e de sombra um em cima do outro, temos que extrair o melhor delas”, comenta Meier.

Inteligência artificial e RPA são as mesmas tecnologias?

A Inteligência Artificial (IA) e a Automação de Processos Robóticos (RPA) foram o ponto de partida da conversa. Embora essas tecnologias compartilhem o objetivo de aumentar a produtividade e a performance, elas possuem capacidades diferentes.

A IA é um campo amplo no desenvolvimento de sistemas e algoritmos, capazes de realizar tarefas que normalmente requerem inteligência humana. O aprendizado de máquina e reconhecimento de padrões, permite que sistemas de IA realizem funções complexas como análise preditiva, chatbots e diagnósticos automatizados.

Por outro lado, o RPA é uma tecnologia focada na automação de tarefas repetitivas e baseadas em regras que são realizadas por robôs de software. O RPA é projetado para imitar a interação humana com sistemas digitais para executar processos mais rápido e precisos, como entrada de dados e geração de relatórios.

Apesar de suas diferenças, podem ser integradas para potencializar seus benefícios, que combinam a eficiência da automação com a capacidade de adaptação e análise da IA.

O Head de Operações da Lyncas, Silvio Costa, explica que cada empresa não precisa necessariamente desenvolver suas próprias tecnologias, mas podem adaptá-las para contextos específicos. “Então, com o meu contexto de dados, vou usar uma IA existente e que possa realizar transações, seja um forecast, montagem de pitch comercial ou uma apresentação comercial. Vou aproveitar todo o meu histórico de dados para capacitar essa IA a gerar informações relevantes para o meu negócio”, complementa.

A integração do RPA no dia a dia

Com a automação do RPA, é possível liberar os profissionais de trabalhos contínuos, permitindo-lhes desenvolver atividades estratégicas e aproveitar melhor o tempo. Dessa maneira, aumenta a maturidade das equipes e contribui na moral dos colaboradores, para que utilizem mais produtivamente sua capacidade cognitiva.

A escalabilidade do RPA é acompanhada pela flexibilidade. As soluções de automação podem ser ajustadas para se adaptarem a diferentes volumes de trabalho e mudanças nas necessidades do negócio.

Outro aspecto é a gestão de dados. O RPA contribui para uma tomada de decisão mais informada ao garantir que os dados sejam coletados e processados com maior precisão e rapidez. Uma visão mais clara dos fluxos de trabalho e o controle em tempo real dos processos, ajuda na identificação de gargalos e na otimização das operações.

Além disso, o RPA também facilita a transferência de informações entre sistemas e departamentos, melhorando a integração e a comunicação dentro da organização. Em ambientes com alto volume de informações, a automação assegura que dados sejam movimentados com segurança, reduzindo o risco de erros e atrasos.

O futuro dos resultados pertence a quem?

O estudo “The Supply Chain 2035 Roadmap”, traz RPA, IoT e inteligência aumentada como cenário até 2025. Inclusive, o Gartner estima que 70% das empresas comerciais têm dezenas de iniciativas de hiperautomação em andamento.

A tecnologia é vista como um veículo usado para chegar nos resultados esperados. Olhar para as possibilidades oferecidas pelas ferramentas disponíveis e escolher a mais adequada para o negócio é um passo para que o processo de automação seja vantajoso.

Esse pontapé inicial começa com o mapeamento dos ganhos que a tecnologia pode proporcionar, a compreensão do que está sendo automatizado e a razão pela qual está sendo implementado. Saber exatamente quais são os objetivos, ajuda a medir o sucesso da iniciativa e a ajustar as estratégias.

“O ponto de reflexão é quando podemos sair da caixa do problema e analisar o cenário como um todo, é olhar a situação de fora e buscar conectar os pontos. É pensar o que eu tenho na mão, as ferramentas e o que cada uma faz. Uma coisa que a IA não tem é a criatividade que está na cabeça do ser humano, as experiências e a bagagem que tem essa possibilidade de pensar diferente, são coisas que ainda precisaremos de pessoas”, esclarece Meier.

Proporcionando uma experiência única, o evento nasceu porque a Lyncas acredita no aprendizado contínuo, na colaboração e no desenvolvimento de profissionais no campo da tecnologia, impulsionando assim a inovação e a transformação da sociedade.

O assunto abordado em agosto será “ITIL e a Otimização dos Processos na TI”. O evento é online e será realizado no dia 11/09 às 11h. Ao vivo no Youtube e Linkedin.