Por que o modelo EOR pode ser um aliado na hora de expandir um negócio

A maioria das empresas com as quais falo todos os dias, tanto as grandes multinacionais quanto as pequenas e médias empresas, geralmente se depara com a mesma necessidade: expandir-se para novos mercados. Para atingir esse objetivo, um dos seus principais desafios é contratar o melhor talento. Felizmente, com a expansão do modelo home office, agora é possível recrutar os candidatos mais especializados em qualquer local do mundo. De acordo com o Gartner, consultoria global de tecnologia, prevê que 51% dos profissionais estão trabalhando de modo híbrido e 20%, completamente a distância em 2023.

Em todos os casos, a velocidade e segurança são as principais preocupações dos gestores. Velocidade, porque o tempo costuma ser urgente para atender aos resultados esperados; Segurança, porque diante do desconhecido, é sempre bom saber que se avança com a tranquilidade de que as coisas estão sendo bem-feitas.

Nesse contexto de globalização da força de trabalho, surge o modelo de contratação employer of record que, embora não seja novo, está ganhando popularidade nos últimos tempos. É um modelo que permite que as empresas contratem talentos em outros países, sem precisar abrir uma pessoa jurídica local. A contratação se dá através de um terceiro que já possui esse tipo de entidade em diferentes países e contrata esse talento em seu nome.

Os benefícios do EOR são consideráveis. Primeiro, a contratação internacional permite o acesso a um pool de talentos mais amplo; segundo, as empresas economizarão tempo e custos associados à abertura de uma entidade subsidiária, em um mercado desconhecido – adeus à dor de cabeça de procurar e contratar advogados, contadores, abrir contas bancárias, entre outras várias obrigações, como entender as leis trabalhistas daquele novo local.

Por fim, dois pontos principais que o EOR resolve e merecem destaque: pagamentos e cobertura legal. Ao contratar através da pessoa jurídica de um terceiro, será este terceiro o responsável pelo pagamento desse talento, deduções fiscais, ao mesmo tempo que responderá por qualquer tipo de contingência legal que possa surgir. Mais uma vez, estamos a falar de reduzir o tempo, os custos e de saber que os regulamentos locais estão a ser cumpridos, diminuindo os riscos de uma classificação erronêa no contrato de trabalho, por exemplo. Esse ponto é extremamente relevante se considerarmos que, por exemplo, segundo o Tribunal Superior do Trabalho, no ano passado 207.470 pessoas entraram com ações judiciais em 2022 para ter seu vínculo empregatício reconhecido no Brasil e 350.205 pessoas processaram empresas por não receberem suas horas extras.

Embora eu possa continuar listando os benefícios desse modelo – que projeta crescer globalmente de US$ 42,36 milhões em 2021 para US$ 67,95 milhões em 2028 – vou parar no essencial: há muitos aspectos que devem ser levados em conta ao expandir para um novo mercado e, na maioria dos casos, montar uma nova equipe e gerenciá-la é um grande desafio. O EOR vem para simplificar, para oferecer flexibilidade. Sem dúvida, o aliado que deve ser levado em conta para só ter que focar no que importa: o sucesso do nosso negócio.

*Cristiano Soares, Country Manager da Deel no Brasil