Espaço ocioso nos escritórios: O que as empresas estão fazendo com eles?
Imagem: Divulgação
Seguindo a mesma linha de grandes corporações do setor de tecnologia, como Apple e Microsoft, que implementaram definitivamente o modelo híbrido de trabalho no primeiro trimestre de 2022, muitas empresas brasileiras já aderiram à mesma dinâmica que alterna entre o remoto e o presencial. De acordo com a consultoria Buildings, o índice de vacância, que mostra a quantidade de edifícios corporativos desocupados, recuou 0,3% entre o final de 2021 e abril de 2022. Apesar de parecer uma mudança pequena, este dado aponta uma tendência animadora para o setor, que chegou a enfrentar 40% de desocupação em imóveis corporativos de alto padrão durante a pandemia no Rio de Janeiro, por exemplo.
Ao mesmo tempo, surge a pergunta: sem a equipe completa presente todos os dias, o que os gestores estão fazendo com os espaços ociosos? Segundo Renato Batista, CEO da Netglobe - empresa especializada em conectar pessoas através da tecnologia, os negócios estão se reestruturando bem diante deste dilema, mas ainda estão em fase de experimentação. “Depois de terem reduzido ou aumentado de tamanho, eles estão adaptando os ambientes para as novas culturas que surgiram, que são, principalmente, a cultura de retenção de pessoas, dos trabalhos colaborativos, da produtividade e da proatividade, ou seja, há uma ressignificação dos espaços a partir do que a empresa decidiu querer ser”, explica o executivo.
Renato também pontua que a decoração mudou e está ficando mais alegre e criativa. Além da preocupação em criar um ambiente que seja um local de encontro para os colaboradores, os espaços estão mais humanizados, as pessoas tem sido o ponto central dos ambientes; por exemplo uma plataforma muito requisitada é a de administrar o uso dos espaços, já que muitas equipes utilizam estações rotativas e não mais mesas fixas. “O conceito do novo workplace tem a ver com mais flexibilidade e facilidades. O que vejo hoje é um movimento muito organizado e consciente nas empresas, que estão preocupadas em alinharem suas rotinas ao que estão praticando no momento e o que querem praticar no futuro. Desde 2020, atendemos mais de 400 empresas por ano e a maioria delas buscavam justamente este alinhamento”.
Antes, os lugares eram estruturados para suportar a quantidade de pessoas que frequentavam diariamente. Agora, o especialista comenta que “muitas empresas têm trabalhado com espaços menores e com 30% a 50% das posições ocupadas nos espaços físicos, chegando a ter salas de reunião para uma pessoa só, o que era absolutamente impensável no passado. Outra mudança profunda foi Digital First, com a inclusão de tecnologia para a inserção dos colaboradores remotos nas dinâmicas do dia a dia do escritório, que são as responsáveis por manter uma boa convivência entre o home e o office. Por fim, ambientes menos formais e espaços abertos com puffs também ganharam força”, finaliza.
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