Contratação de refugiados ajuda a cumprir metas de ESG nas empresas de tecnologia

Nos últimos anos, o ESG – Environmental, Social and Governance – tem sido cada vez mais implementado nas empresas. O termo surgiu em 2004 em um relatório publicado pelo Pacto Global, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de engajar organizações na adoção de políticas responsáveis nessas três áreas.

O diretor-executivo da Toti Diversidade, Caio Rodrigues, líder da startup que oferece cursos profissionalizantes na área de tecnologia para refugiados no Brasil, afirma que empresas que desenvolvem atividades pautadas em ESG chamam mais atenção de fundos de investimento. Um estudo feito pela McKinsey mostrou que, se as ações de ESG forem bem executadas, o lucro de uma corporação pode crescer até 60%.

“Empresas pautadas em ESG apresentam-se como organizações mais atrativas para receber um possível aporte, pois, a longo prazo, a implementação dessas práticas gera um retorno financeiro mais relevante”, afirma Rodrigues. A contratação de refugiados é uma alternativa, já que contribui diretamente para a diversidade no ambiente corporativo e evidencia a responsabilidade social da companhia.

Aliada nas práticas de ESG

A pessoa refugiada encontra muitos desafios ao se inserir no mercado de trabalho brasileiro, principalmente o preconceito e a dificuldade de revalidar o diploma. Pensando nisso, a Toti forma e capacita profissionais qualificados para se inserirem no mercado de tecnologia e melhorarem suas condições de vida no Brasil.

Ao longo de sua formação, o toter – como são chamados os estudantes e egressos da Toti – participa de várias atividades que desenvolvem técnicas de trabalhos e o prepara para as etapas de seleção. A instituição faz a ponte entre os alunos formados e os negócios que apresentam demanda de contratação qualificada, sendo uma aliada na implementação de métricas de ESG em empresas.

“Nós promovemos encontros de empregabilidade focados em desenvolver nossos estudantes e prepará-los para as etapas de entrevista comportamental e teste técnico. Nesses encontros, falamos sobre boas práticas de programação, marketing pessoal, método STAR, orientações para preencher o currículo, LinkedIn e Github”, detalha a responsável pela Área de Empregabilidade da Toti, Juliana Vieira.

Segundo Caio Rodrigues, além de contribuir para a diversidade nas organizações, os refugiados formados destacam-se por serem profissionais qualificados, flexíveis, sem vícios na área e interessados em aprender novas tecnologias. Eles também são naturalmente bilíngues, sendo 59% deles trilíngues, pois precisam falar português para estudarem na Toti.

De acordo com uma pesquisa feita pela Harvard Business Review 11, o investimento em diversidade pode gerar 17% mais produtividade entre os colaboradores e 69% mais aceitação da marca.

O que é ESG?

Environmental, “ambiental” em português, se refere às ações da corporação em relação ao meio ambiente, isto é, debates sobre mudanças climáticas, redução nas taxas de emissão de carbono e outros poluentes, descarte correto de resíduos, entre outros.

Já Social diz respeito à responsabilidade de garantir que o ambiente de trabalho seja diverso, inclusivo e saudável, respeitando os direitos humanos e as leis trabalhistas.

Por fim, Governance, ou governança, trata-se de avaliar a postura ética dos gestores e diretores na administração da companhia, ou seja, analisar a conduta da empresa e dos funcionários, fiscalizar a igualdade na remuneração, na composição de conselhos, assegurar canais de denúncias, etc. Essas são algumas das vias para se ter transparência e evitar a prática de corrupção.