Governança É Fundamental em Tempos de Coronavírus
pixabay
*Thomas Lanz
Ainda está na lembrança de muitos empresários e executivos, as tantas crises que o país atravessou há algumas décadas em um cenário de constante inflação elevada. Enfrentamos os mais diversos planos e medidas governamentais que, em gera, l pegavam todos de surpresa. Os ex ministros Delfim Netto, Bresser e Mário Henrique Simonsen, na tentativa de debelar a espiral inflacionária, propunham e implantavem seus planos de ajuste. Os presidentes Sarney e Collor também e, finalmente, o plano do Real pilotado por Fernando Henrique Cardoso possibilitou colocar a economia brasileira numa rota de maior estabilidade. Naqueles tempos, empresários e executivos começavam seu dia de trabalho sem saber o que esperar.
A instabilidade e incerteza faziam parte do mundo dos negócios. Muitos ganhavam mais com a inflação do que com o resultado operacional de seus negócios. Como uma corrente sem fio, as medidas tomadas pelos executivos na eclosão das crises, se espalhavam rapidamente pelo mercado e eram adotadas. Após alguns dias tudo se acomodava de uma ou outra forma e a vida continuava.
Até o término do século passado, a governança ainda estava engatinhando em nosso país. Empresas de pequeno a médio portes e, principalmente, as empresas familiares não tinham Conselhos formados enquanto as grandes empresas de capital aberto já tinham seus Conselhos de Administração. Corria à língua solta que os conselheiros iam às reuniões apenas para buscar o seu “ jeton “.
De lá para cá, a governança amadureceu e progrediu muito. A cada dia que passa, mais e mais empresas de todos os portes e categorias vêm introduzindo as boas práticas de governança, tendo os conselhos como pivô central. Até pouco tempo atrás, os conselhos se reuniam para discutir e deliberar sobre todo tipo de assunto. As pautas iam do acompanhamento do desempenho das empresas, discussões sobre estratégias empresariais, questões de gestão, câmbio, auditoria, compliance e eventualmente dificuldades pontuais ou potenciais ameaças. A gestão de riscos, com raras exceções, não fazia da pauta das reuniões de conselho.
Esta é, talvez, a primeira vez que os Conselhos estão sendo chamados a discutir os rumos de suas empresas frente a uma crise inusitada e de proporções nunca antes vivenciada no Brasil. Variáveis da saúde pública, suprimentos, paralisação dos mercados e produção, queda das bolsas de valores, mobilidade urbana, transporte entre outros irão interferir simultaneamente no andamento dos negócios. No atual cenário não se sabe para onde os ventos irão soprar e que tempestades poderão ainda assolar os mercados.
Àqueles que ainda não têm Conselhos, deveriam formar comitês de crises, convidando pessoas de sua confiança para ajudar na discussão e tomada de decisões frente à crise que começa a abalar os mercados e que certamente se agravará nas próximas semanas.
Para empresas que já tem os seus conselhos constituídos, estes deveriam ser transformados em conselhos de crise, ou comitês de crise . Certamente alguns membros destes conselhos tiveram experiências em épocas passadas sobre gestão de crises. Grande parte dos atuais gestores apenas escutaram falar das crises anteriores. O Conselho terá por objetivo acompanhar muito de perto as medidas operacionais que as suas empresas estão tomando, seja em relação à redução de custos, administração do caixa, corte ou postergação de investimentos. O Conselho deverá saber dosar o quanto frear e o quanto acelerar e a partir de quando.
Além da responsabilidade em relação à sobrevivência econômica financeira dos negócios, os conselhos e seus conselheiros precisarão estar muito atentos aos aspectos sociais. O capital humano que tanto contribui para o desenvolvimento dos negócios deverá ser preservado ao máximo. A comunicação com os mais diversos stakeholders deverá ser feita com o máximo cuidado e civilidade. Será necessário aos conselhos pensar e fazer pesar a responsabilidade social das suas organizações. Os pilares da boa governança corporativa, ou seja, a prestação de contas, transparência, equidade e responsabilidade social deverão guiar e sustentar mais do que nunca as decisões e orientações dos conselhos em tempos de coronavírus.
Thomas Lanz, presidiu a Carbex Indústrias Reunidas e a Giroflex SA. Teve importantes cargos de gestão na Mangels Industrial e Lafer Industria e Comercio. É conselheiro de administração certificado pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), participando de conselhos tanto de empresas nacionais como estrangeiras. Formado em economia pela PUC – São Paulo e mestre em administração de empresas pelo INSEAD – França. É certificado pelo FFI (Family Firm Institute) de Boston – EUA. Tem inúmeros artigos publicados e foi co - autor dos livros Aspectos Relevantes da Empresa Familiar e Empresas Familiares – Uma Visão Interdisciplinar publicados pela Editora Saraiva e Editora Noeses respectivamente.
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
https://www.facebook.com/groups/portalnacional/
<::::::::::::::::::::>
IMPORTANTE.: Voce pode replicar este artigo. desde que respeite a Autoria integralmente e a Fonte... www.segs.com.br
<::::::::::::::::::::>
No Segs, sempre todos tem seu direito de resposta, basta nos contatar e sera atendido. - Importante sobre Autoria ou Fonte..: - O Segs atua como intermediario na divulgacao de resumos de noticias (Clipping), atraves de materias, artigos, entrevistas e opinioes. - O conteudo aqui divulgado de forma gratuita, decorrem de informacoes advindas das fontes mencionadas, jamais cabera a responsabilidade pelo seu conteudo ao Segs, tudo que e divulgado e de exclusiva responsabilidade do autor e ou da fonte redatora. - "Acredito que a palavra existe para ser usada em favor do bem. E a inteligencia para nos permitir interpretar os fatos, sem paixao". (Autoria de Lucio Araujo da Cunha) - O Segs, jamais assumira responsabilidade pelo teor, exatidao ou veracidade do conteudo do material divulgado. pois trata-se de uma opiniao exclusiva do autor ou fonte mencionada. - Em caso de controversia, as partes elegem o Foro da Comarca de Santos-SP-Brasil, local oficial da empresa proprietaria do Segs e desde ja renunciam expressamente qualquer outro Foro, por mais privilegiado que seja. O Segs trata-se de uma Ferramenta automatizada e controlada por IP. - "Leia e use esta ferramenta, somente se concordar com todos os TERMOS E CONDICOES DE USO".
<::::::::::::::::::::>
Itens relacionados::
- Especialista defende que Brasil desenvolva vacina nacional contra a Covid-19
- Otimizar a jornada do cliente é o diferencial no pós-pandemia da COVID-19
- Médico fala sobre a covid-19 e suas alterações como doença prolongada
- Pandemia de Covid-19 causa retrocesso no combate à tuberculose no Brasil
- Durante a COVID-19 cresce o uso de ferramentas digitais
- LafargeHolcim investe cerca de R$ 50 milhões em ações preventivas e de controle à Covid-19
- Covid-19: esclareça os principais pontos para quem quer viajar neste momento
- Como Imbituba se tornou referência no combate à covid-19
- Estudos do mundo real comprovam: três doses de CoronaVac garantem proteção elevada em idosos e imunossuprimidos
- Operadoras enviaram no ano passado quase 763 milhões de SMS com alertas de risco de desastres naturais e sobre Covid-19
- Como diferenciar os sintomas da gripe e da Covid-19?
- Cajamar chega à marca de 85% das crianças de 5 a 11 anos vacinadas contra a Covid-19
Adicionar comentário