Turismo de experiência é preferido pelos jovens; conheça os diferenciais
A busca pela pura e simples transação financeira não é mais o suficiente para muitos jovens. A procura por sensações inéditas e experiências novas é a tônica da nova geração, pelo menos segundo as novas pesquisas de comportamento de consumo. O turismo também foi afetado por essa transformação, e hoje tem-se o que é chamado de turismo de experiência.
O termo designa as viagens que são feitas com o objetivo de fazer uma imersão cultural no destino. Não focam, portanto, só nos pontos de interesse mais comuns e visitados em uma determinada região, país ou cidade. É por este motivo que algumas pessoas hoje recusam o rótulo de turista e preferem ser chamadas de viajantes. Não há nada de ruim no termo -- pelo menos não de origem, já que a palavra deriva do francês tour. Mas o termo ganhou uma conotação negativa para alguns indivíduos que associam o turista a uma pessoa que só está interessada em fotos em monumentos tradicionais.
O debate, hoje, não é nem em torno da palavra, e sim no estilo da viagem que se pretende fazer. Para sair do país, obviamente é necessário comprar passagens aéreas, mas, uma vez no local, a prioridade é para trajetos a pé ou por meio de transporte público.
Tudo para observar e desfrutar de todas as sensações que a cidade em questão tem a oferecer. De acordo com pesquisa feita pela plataforma Eventbrite, 78% dos millennials (nascidos entre 1981 e 1996) escolheriam gastar dinheiro com experiências, e não com objetos materiais, o que reforça a tendência do turismo de experiências. Por causa da crise, escolhem opções mais baratas de roteiro ou hospedagem.
O mercado também aproveitou a oportunidade e passou a oferecer viagens com mais experiências, até mesmo com a ajuda de nativos da própria região. A plataforma Airbnb, focada no compartilhamento e aluguel de diferentes imóveis ao redor do mundo, já possui uma seção chamada “experiências”, com passeios oferecidos pelos próprios usuários. Em muitas situações, no entanto, o termo é banalizado, e algumas agências oferecem pacotes de até R$ 90 mil, de acordo com o jornal Nexo, deturpando o sentido da palavra.
Se, por um lado, o turismo de experiências pode demonstrar um desprendimento com o superficial e o mundo material, proporcionando experiências jamais vividas, para alguns especialistas é apenas uma forma de preencher um vazio existencial.
“Os millennials nasceram na era da internet e são uma geração consumidora muito jovem. Sociólogos e filósofos mais críticos têm apresentado a análise de que tal grupo apresenta certo vazio de cultura e de história. Assim, é um grupo que anseia pelo diferente, pelo autêntico”, diz Alexandre Panosso Netto, professor do curso de Lazer e Turismo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (EACH-USP), em entrevista para o Nexo.
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