Como a adesivação de veículos pode impactar seguro durante as eleições
Com a proximidade das eleições, a adesivação de veículos para campanhas políticas tem se tornado uma prática comum. No entanto, essa mudança pode trazer implicações importantes para a cobertura do seguro em caso de sinistro. Segundo Dorival Alves de Sousa, advogado, corretor de seguros e diretor do (Sincor-DF), é fundamental que os proprietários de veículos que possuem seguro consultem seus corretores antes de realizar qualquer alteração. “Cada seguradora tem suas próprias diretrizes sobre a adesivação. Por isso, é essencial que o segurado esteja ciente das regras específicas de sua companhia”, afirma o corretor.
O especialista destaca que, para quem está contratando o seguro pela primeira vez, informar sobre a intenção de adesivar o carro é crucial. Isso evita complicações futuras, principalmente se o veículo for usado para fins políticos. As seguradoras tendem a ser rigorosas durante os períodos eleitorais. Se um veículo adesivado se envolver em um acidente e for constatado que estava transportando eleitores ou materiais de campanha, a cobertura pode ser negada. “É importante que o contrato de seguro seja baseado na boa-fé. Se o veículo não for utilizado para fins políticos, essa informação deve ser comunicada à seguradora”, explica Dorival.
Não existem regras padronizadas que se apliquem a todas as seguradoras. Cada empresa pode ter suas próprias políticas sobre a porcentagem da área do veículo que pode ser adesivada. Segundo Dorival, mesmo que não haja um limite específico, a empresa investigará a utilização do veículo em caso de sinistro. “Se um carro estiver praticamente todo adesivado e a seguradora verificar que o veículo estava participando de eventos políticos, isso pode ser considerado um risco excluído”, adverte.
Além disso, é essencial que qualquer adesivação seja comunicada e registrada junto à seguradora. Dorival orienta que o corretor deve solicitar a emissão de um endosso, documento que altera a categoria tarifária da apólice, o que pode resultar em um aumento no prêmio. A função desse profissional se torna ainda mais relevante neste contexto. Ele ressalta que os corretores devem manter seus clientes informados sobre as implicações da adesivação. “Eles têm a responsabilidade de alertar os segurados sobre os riscos e as possíveis alterações na apólice”, diz ele.
A situação pode representar uma oportunidade para os corretores, não apenas de vender, mas de oferecer um serviço de excelência. “Tratar essa questão de forma adequada pode resultar em um relacionamento de longo prazo com os clientes, aumentando as chances de renovação do contrato e até conquistando novos negócios”, finaliza. Em suma, antes de adesivar um veículo, é imprescindível que o proprietário converse com seu corretor de seguros para garantir que todas as informações necessárias sejam repassadas à seguradora. A boa comunicação e o entendimento das políticas podem evitar complicações futuras em caso de sinistros, especialmente em um período eleitoral tão intenso.
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