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Costumes atuais

No mundo atual, estamos nos acostumando a muitas coisas como se fossem normais.

Estamos nos acostumando a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que as janelas ao redor. E, por não ter uma bela vista, logo nos acostumamos a não olhar para fora.

Porque não olhamos para fora, também nos acostumamos a não abrir de todo as cortinas, o que nos leva a acender mais cedo a luz. Com isso, vamos esquecendo o sol, o ar, a amplidão.

Estamos acostumados a acordar pela manhã em sobressalto porque está na hora. Tomamos o café correndo porque estamos atrasados e consultamos a internet, adentramos as redes sociais, enquanto comemos.

Tudo para não perdermos tempo.

Estamos acostumados a comer sanduíche porque não dá tempo de almoçar. A sair do trabalho quando a noite já se anunciou e a cochilar no sofá porque estamos muito cansados.

Deitamos cedo, dormimos pesado, sem ter vivido inteiramente o dia.

Estamos nos acostumando a ouvir as notícias, a ler sobre as guerras e as vítimas que elas produzem e nos habituando ao seu grande número de mortos.

Estamos nos acostumando a assistir à emigração de famílias inteiras, buscando encontrar um lugar sem bombas. E, por causa disso tudo, não acreditamos mais nas negociações de paz.

Estamos nos acostumando a esperar o dia inteiro por uma mensagem importante e, quando ela chega, ouvimos a gravação: Hoje não posso ir.

Estamos acostumados a sorrir sem receber um sorriso de volta. A sermos ignorados quando gostaríamos de ser notados.

Estamos acostumados a pagar por tudo o que desejamos e necessitamos.

Estamos acostumados com as salas fechadas, com o ar-condicionado, com a luz artificial e até com a contaminação do mar e a lenta morte dos rios.

Vivemos tão fechados que nos acostumamos a não ouvir passarinhos, a não ter galo cantando na madrugada, a não colher fruta no pé.

Estamos nos acostumando a coisas demais e nos tornando indiferentes.

Somos tantos no planeta que estamos nos acostumando a ouvir falar de desaparecimentos e mortes como simples números estatísticos. Estamos nos esquecendo de ser humanos, de sentir, viver e amar.

Estamos nos esquecendo que somos filhos de Deus, Espíritos imortais, criados para o amor.

Por isso, vamos recomeçar a reparar nas coisas pequenas e a dar importância a elas.

* * *

Cada flor é única. Cada rosto é especial. Cada manhã de nossa vida é diferente.

Prestemos atenção nas coisas que parecem insignificantes. Percebamos as flores, suas cores, seus perfumes.

Se não há jardim onde moramos, observemos os canteiros floridos das ruas e praças por onde passamos.

Ou as flores simples plantadas por Deus, ao longo das campinas, ao lado das estradas pelas quais rodamos.

Observemos o pôr do sol. Nunca houve nem haverá dois crepúsculos exatamente iguais, desde o começo dos tempos.

Observemos a dinâmica da vida que está em todo lugar e não nos deixemos levar pela acomodação perigosa. Cultivemos a alegria de viver.

Vivamos cada dia, de forma intensa, consciente. Comecemos hoje, comecemos agora.

Redação do Momento Espírita com base no texto
Eu sei que a gente se acostuma, mas não devia, de
Marina Colassanti e no cap. Tornando-se você, do
livro Vivendo, amando e aprendendo, de Leo
Buscaglia, ed. Nova Era.

Em 9.3.2024.


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