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“Job Crafting”: O Que é e Por Que a Sua Empresa Deveria se Importar com Ele

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Renan Cola
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Por Renan Cola*

“Sim, modificar o mundo do trabalho, tornando-o melhor, tanto para a empresa quanto para o colaborador, é possível”, afirmam os renomados psicólogos organizacionais Amy Wrzesniewski e Jane Dutton, em sua publicação acadêmico-científica que trouxe para a seara dos negócios um conceito que não vai mais deixar de estar presente no dia a dia das corporações: o job crafting.

Não sabe o que este importante conceito quer dizer? Atente-se à explicação sem enrolação. Para os especialistas em recursos humanos mencionados acima, o verbo que vem do idioma estrangeiro “to craft” traduz-se para “criar”, aqui no Brasil. Logo, quando aplicada ao ofício das organizações, a expressão alude à prática de adaptar o labor à necessidade de cada indivíduo.

Imagine, por exemplo, que determinada profissional de serviços gerais foi contratada para fazer a conservação das instalações do seu empreendimento. Chegando lá, depois de apresentada à equipe e direcionada ao recinto onde ficam os produtos de limpeza, o gerente de facilities deu a ela a seguinte instrução: “nesta firma, o escritório do patrão dá para aquela janela mais alta”.

“É sua a obrigação de deixá-la transparentemente impecável, pois ele precisa observar o chão de fábrica com certa efetividade. Portanto, pegue logo o que for precisar e pode começar”. Será que ela fez conforme o recomendado? Espie bem. Uma vez que a vidraçaria ficava a 5 metros do piso, constituindo uma plataforma suspensa, o rodo comum talvez requeresse uma melhoria.

Assim, ao reportar à chefia que a adaptação de um simples aparato mecânico ao melhor amigo da vassoura, alongando a sua capacidade de extensão, fosse a alternativa financeiramente mais viável para a execução da incumbência recebida, dona Eugênia, além de adequar o trabalho à sua maneira, também trouxe à empresa outra perspectiva: a capacidade de “craftear” as coisas.

Dali a pouco, foi a vez do pano de prato. Na maioria das cozinhas existentes por aí, sejam elas residenciais ou corporativas, instituiu-se na sociedade de consumo que o utensílio utilizado para secar a louça deveria ser branco. E por quê? Você dá uma enxugada aqui, outra ali e em mais algumas poucas lavadas o tecido amarela de vez, tornando-se elegível para o devido descarte.

Neste entendimento, era de se pressupor que a moça que está sempre com o balde perto de si perpetuasse o protocolo mercadológico, certo? Ao invés disso, bastou uma espiada na copa e uma solicitação à tesouraria para que malhas estampadas fossem adquiridas. Agora, além de divertir as pessoas ao seu redor, os panos duram muito mais, maximizando a sua rentabilidade.

E o sabão em pó? Requisito para qualquer ambiente que almeje chegar ao higienizante status de branquitude estimada, um punhado de “Momo” faz faxinar a calçada da firma na totalidade de sua extensão. Outro de “Xariel” e o assoalho da recepção por onde entram os seus clientes de alto poder aquisitivo, de tão abstergido, quase vira uma passarela para as suas celebridades.

Isto até receberem o crafting de Eugênia. Por conta dele, ensaboar a fachada ficou muito mais fácil. O segredo? “Deixa o [Bypê] pra lá, seu Antunes. Agora, tem um sabão que é tudo de [bão]”, afirmou a especialista em desenxovalhar as coisas. “Em vez de sólido, ele vem diluído parecendo uma espécie de shampoo fortificado: vai uma porção e a gente consegue purificar um montão”.

Resumindo para quem estava dormindo, de “craft” em “craft”, de auxiliar, a copeira passou para a função de assistente. De assistente, ela foi promovida ao cargo de perita em conservação. De perita em conservação, ela foi parar na chefia responsável por assegurar a plena eficiência das instalações do conglomerado empresarial. Tudo por influência da sua habilidade de ir além.

Dito de uma outra maneira, para sobreviverem em um mercado cada vez mais competitivo, as empresas de hoje em dia precisam fazer diferente e isto requer atitude. Nesta lógica, sentenças comunicacionais pouco eficientes, tais quais “aqui, as coisas sempre foram feitas assim” dão lugar a elucidações edificantes, como “o que pode ser feito para otimizar os nossos resultados?”.

Deste modo, da próxima vez que você tiver que resolver alguma bucha organizacional, por que seguir o protocolo que leva sempre à mesma decorrência? Em vez disso, permita com que as Eugênias de cada equipe possam dar o que têm de melhor. Afinal, o seu negócio pode sequer ser o mais asseado, mas requererá sempre do crafting resultante de um bom pano molhado.

*Renan Cola é psicanalista

Sobre o autor:

Formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Marketing e Gestão Comercial pela Universidade Vila Velha (UVV), em Psicanálise pelo instituto IBCP Psicanálise e em Terapias Integrativas, Gestão de Pessoas e Gestão Empresarial pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), o psicanalista possui 17+ anos de experiência utilizando a psicologia profunda aplicada à mercadologia para construir narrativas de marca para empresas de todo o Brasil, dos pequenos aos grandes negócios. Ao longo da carreira, escreveu artigos para veículos comunicacionais de ampla abrangência, como: Psique, Mistérios da Mente, Estado de Minas, O Tempo, Hoje em Dia, Administradores, Empresas & Negócios e Novo Varejo.


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