Suzano renova contrato de seguros com redução de taxas e tem a TOKIO MARINE como líder no Brasil (Destaque)
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Hoje a Suzano tem a corretora MDS para a colocação do risco, que fez road show no Brasil, na China, nos EUA e na Inglaterra
Investir em gerenciamento de riscos e perseguir o caminho de ações sustentáveis deixam de ser representar apenas um desconto na hora de negociar o programa de seguros. É agora uma condição para se conseguir o seguro. Prova disso é a renovação da Suzano, maior produtora de celulose do mercado. As negociações começaram em junho e foram concluídas neste mês, para a apólice que começa a valer hoje, 1o. de novembro, e terá vigência de 18 meses, até abril de 2025.
O contrato foi renovado com redução de taxas. Renovar um contrato sem reajuste nos últimos dois anos é um grande feito diante do cenário traçado pelos resseguradores no evento de Monte Carlo, Mônaco, e no Fides Rio 2023, onde os principais players do mundo estiveram reunidos em setembro deste ano. Eles revelaram as tendências das renovações dos diversos segmentos da economia e de riscos e apontaram que o fim do ciclo hard é previsto apenas para 2025. Isso se nenhuma nova surpresa, como um furacão mais nefasto, pandemias ou guerras, surgir no caminho.
Diante do momento de endurecimento de taxas e condições do mercado mundial de resseguros, a estratégia foi promover mudanças de parceiro, depois de 15 anos com a FM Global, e ampliar o painel de resseguros. Hoje a Suzano tem a corretora MDS para a colocação do risco de seguros e de resseguros e a renovação tem a Tokio Marine como a seguradora líder e Zurich e Swiss CorSo em cosseguro. “Exigiu um trabalho muito duro do meu time e da MDS. Mantivemos muitas coberturas e condições que tínhamos na FM Global e melhoramos as franquias, principalmente de lucros cessantes”, conta Raphael Verza Tasselli, Risk & Insurance Manager da Suzano.
Trata-se de um dos três maiores contratos de seguros do país, que hoje conta com um limite de risco de US$ 1 bilhão. São 13 fábricas no Brasil, sendo três consideradas HPR (highly Protected Risk) além de alguns portos e terminais intermodais, totalizando mais de 20 locais de riscos em território brasileiro. Além das coberturas clássicas do patrimonial e lucros cessantes, há cobertura para obras de engenharia e para mercadoria estocada nas fábricas, contratado à primeiro risco absoluto, sem clausula de rateio. Isso faz o programa patrimonial da Suzano ser considerado no setor como um dos mais completos.
Munidos de dados relevantes, Tasseli e a corretora MDS participaram de roads shows em quatro mercados: Brasil, China, Londres e Miami. “Foram mais de 100 resseguradores consultados para fecharmos um painel próximo de 50, o que nos ajudou a reduzir taxas”, conta o CEO da MDS Re, Thiago Tristão. Principalmente no mercado de Londres vimos a realidade ESG inserida nos negócios de seguros.
“A Suzano tem uma agenda ESG robusta. A remuneração variável de todo o corpo gestor, inclusive a minha, está atrelada a nossas metas de ESG. Além disso, nós temos uma grande parte da dívida da companhia atrelada a esses indicadores”, conta Tesseli. Ele se refere aos green bonds e os Sustainability Linked Bond (SLB). A Suzano foi a primeira companhia do Hemisfério Sul a emitir uma dívida atrelada a esses indicadores e a segunda do mundo.
Antes disso, a Suzano já ganhava pontos com o mercado dado o amplo uso de energias renováveis. A Suzano gera toda a energia elétrica necessária a sua operação dentro dos seus parques fabris. E exporta o excesso para a matriz enérgica brasileira. “Eu percebo que o mercado europeu já está mais avançado nessa agenda, e seleciona seus segurados a partir dessas iniciativas. Empresas com agendas robustas de ESG e que realmente assumem um compromisso com isso tem maior acesso a capacidade e boas taxas no mercado seguradora”, comenta Tasseli.
“Ainda não temos como travar um paralelo concreto em descontos por ações ESG. No entanto, nos encontros em Londres, com cerca de 40 resseguradores, além do subscritor especializado no ramo da Suzano, todos tinham um especialista apenas para análise de risco ESG, o que não era uma prática comum até então. Eles questionaram muito o que o cliente vem fazendo e certamente as ações da Suzano neste quesito foram determinantes para as condições que estamos finalizando”, afirma Tristão.
A segurança também foi determinante. “Nos últimos nove anos concluímos mais 700 recomendações de mitigação de riscos, proveniente dos relatórios da FM Global e Zurich, e isso nos ajudou a ter uma boa percepção com o mercado”, acrescenta Tesseli.
Além de todo investimento em retrofit, upgrade das fábricas existentes e implementação das recomendações de mitigação de risco, a Suzano também investe em uma nova unidade fabril em Ribas do Rio Pardo, em Mato Grosso do Sul. “Será a maior linha única de produção de celulose do mundo. A estimativa é de que comece a operar no primeiro semestre de 2024.
“Ainda iremos avaliar se ela será incluída na apólice atual ou se teremos uma contratação específica para ela, dado o tamanho. Todos os parceiros atuais serão convidados para os riscos dessa nova planta. Usamos tecnologia de ponta para o mercado de papel e celulose. A companhia prevê investir mais de R$ 20 bilhões”, conta o gestor da Suzano.
Tristão afirma que a agenda ESG das empresas tem sido um importante componente de negociação. “Todos têm de levar este assunto mais a sério, pois não é apenas para ter desconto no preço do seguro e sim para ser considerada como uma empresa a ser incluída na agenda dos subscritores”, alerta Tristão.
Uma das conclusões dos eventos de re/seguros em Monte Carlo e no Rio de Janeiro foi que as seguradoras tradicionais não ignoraram mais os princípios da sustentabilidade social, ambiental e governança delas mesmas e de seus clientes. Substituir os KPIs, ou seja, indicador-chave de performance, por princípios regenerativos para o planeta Terra, é o caminho que faz mais sentido para se manter em crescimento de vendas e em lucro neste concorrido mercado.
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