No período de janeiro a abril deste ano, a Tokio Marine manteve um ritmo expressivo, registrando um crescimento de 19,7% em relação ao mesmo período de 2022. As receitas em prêmios emitidos totalizaram R$ 3,9 bilhões. Se esse valor fosse anualizado, equivaleria a um faturamento de R$ 11,7 bilhões, consolidando a arrecadação do grupo na faixa dos 11 dígitos. No entanto, nos últimos 12 meses até abril deste ano, a empresa apresentou um crescimento de 33,1%, alcançando um faturamento de R$ 11,5 bilhões.
A expansão do resultado neste ano supera a do próprio mercado de seguros – sem considerar previdência, capitalização e saúde. O setor registrou um crescimento de 14,6% nos quatro primeiros meses de 2023, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Para 2023, o CEO da Tokio Marine Brasil, José Adalberto Ferrara, prevê uma expansão de, pelo menos, 12%. “Estamos completando neste mês 64 anos de Brasil, mas a última década foi um período muito diferenciado para nós”, diz.
O chefe da operação brasileira do grupo segurador japonês enxerga também potencial de o mercado seguir em um ritmo de expansão mais forte que o do PIB. “Acredito que a indústria securitária tem tudo para continuar crescendo dois dígitos no ano.”
Os números, segundo o executivo, mostram que, na última década, “foi como se tivéssemos criado mais duas Tokios, além da operação que tínhamos”. Para efeito de comparação, se for considerado o faturamento de 2012, de R$ 1,6 bilhão, corrigido pelo IPCA no período, o resultado de pouco mais de R$ 3 bilhões colocaria a companhia na 17ª colocação no ranking. “Os números atuais são um marco”, ressalta. “Crescemos 40,7% no ano passado e atingimos um resultado que prevíamos para 2024.”
O avanço da filial brasileira consolidou a operação como a terceira maior do grupo global em todo o mundo, entre 46 subsidiárias. “Hoje somos a segunda maior operação entre as filiais, atrás apenas dos Estados Unidos”, diz Ferrara. No resultado geral, conta, só estão acima a operação americana e a matriz no Japão, que corresponde sozinha a 49% das receitas do grupo.
Assim como a maior parte dos grupos globais no mercado brasileiro, que não se associaram a bancos, a Tokio Marine comercializa apenas seguros pessoais, empresariais e de ramos elementares. Fica fora de segmentos como saúde suplementar, previdência privada e capitalização, que, apesar de fazer parte do setor de seguros, são áreas com exigências operacionais e de conhecimento de mercado local muito específicas.
Ferrara ressalta que um ponto importante para o suporte do crescimento recente do grupo tem sido o investimento em tecnologia. “Vamos investir cerca de R$ 140 milhões em tecnologia em 2023 e esse é o ritmo que planejamos manter [nos próximos anos]”, afirma o executivo.
A seguradora implementa há alguns anos um processo de migração de sistemas para a nuvem (“cloud computing”), um formato no qual a necessidade de poder computacional, espaço e segurança digital são contratados conforme a necessidade. Segundo Ferrara, algumas operações do grupo já estão 100% na nuvem. “Assistências auto e residencial, por exemplo, já estão totalmente no cloud.”
Além da computação em nuvem, a seguradora tem investido na transformação digital e automação de processos. Um dos pontos de destaque tem sido o atendimento em plataformas como site, aplicativo móvel, WhatsApp, Facebook Messenger e chat online, com suporte de inteligência artificial.
Fonte: /Cqcs/Stéphanie Louise com informações do Valor
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