O primeiro mês de 2020 mostra o que vamos enfrentar nas próximas décadas
Os dois eventos de proporções globais que apresentaram as primeiras credenciais do ano que se inicia foram a morte do líder da guarda revolucionária iraniana, derivada de uma investida militar norte-americana no Iraque, e o passeio global da pluma de carbono — resultado do incêndio australiano.
De um lado, um ataque aéreo e unilateral do governo americano ao aeroporto de Bagdá executou Qasem Soleimani, sendo justificado pelo presidente Trump como uma janela de oportunidade única para retirar o arquiteto da estratégia de expansão e da influência iraniana no Oriente Médio.
A morte do general criou um cenário de incerteza, seja no interior da sociedade americana, seja no Oriente Médio. Do lado americano, a ação do presidente abriu espaço para um possível enfrentamento entre EUA e Irã em meio ao processo de impedimento aberto contra Trump, que acontece no calor da corrida eleitoral. Do lado iraniano, Soleimani era a provável próxima liderança a dar continuidade à tradição dos aiatolás. Como chefe da guarda revolucionária iraniana, força militar organizada e institucionalmente formada para preservar o regime dos aiatolás, Soleimani era seu principal estrategista e provável liderança responsável por perpetuar o regime.
Já no hemisfério sul, ainda que concomitante ao cenário hobbesiano no Oriente Médio, a nuvem de gás carbônico, derivada do incêndio generalizado na Austrália, espalhava-se pelo globo, indo em direção à sua volta olímpica pelo planeta. A proporção, a força e as causas dessa pluma estão relacionadas a fatores locais, como o excesso de biomassa acumulada nos ecossistemas florestais australianos, mas sobretudo pela influência sistêmica de um clima globalmente mais aquecido e menos previsível.
Ambos eventos, tanto o quase colapso das relações entre EUA e Irã (os quais poderiam ter resultado em uma escalada imprevisível dos conflitos e da guerra no Oriente Médio) como os lastros de uma primeira catástrofe atmosférica de escala global revelam o limiar em que a sociedade internacional estará submetida daqui em diante. Ou seja, eventos com potencial de estilhaçar o tecido humano-social e a vida biológica no planeta.
Autor: André Frota é membro do Observatório de Conjuntura e professor do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Internacional Uninter.
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