Bikes elétricas se popularizam como alternativa sustentável no trânsito
Com o investimento dos municípios em expandir as malhas cicloviárias, esses veículos têm ganhado mais espaço no mercado
Por conta da situação climática preocupante do planeta, cresce cada vez mais as iniciativas em adotar medidas sustentáveis para minimizar os impactos no meio ambiente. Já se sabe que a emissão dos gases no transporte é um dos principais poluentes, fato que deu vez ao crescimento recorde dos veículos elétricos entre carros, motocicletas e bikes como alternativa sustentável. Segundo um levantamento da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), a adesão deste novo modelo cresceu 91% em 2023, registrando 93.927 veículos adquiridos no ano.
Em Niterói, cidade conhecida por ter uma das maiores faixas em ciclovias, empresas do segmento comemoram o sucesso nas vendas. É o caso da Ventane Motors, que trabalha com a venda de bikes e motos elétricas na cidade e com filiais no Rio de Janeiro. Mostrando a força crescente no mercado de veículos elétricos, a empresa registrou mais de mil vendas de bikes elétricas no ano passado, primeiro ano da empresa.
A empresa, que ganhou força em Niterói, já tem unidades em Botafogo e na Barra da Tijuca, além de representações por todo o Brasil. O especialista em mobilidade sustentável, Davi Souza, um dos diretores de varejo, falou sobre o crescimento como uma nova tendência de mercado. “É irreversível a expansão e adesão dos elétricos cada vez mais. Não se trata de praticidade e economia, mas também de um setor importantíssimo na contribuição da mitigação dos gases de efeito estufa (GEE). É imprescindível que a frota de veículos a combustão seja substituída por elétricos o quanto antes”, comentou o diretor.
Os veículos totalmente elétricos podem chegar até 80 km por hora, utilizando baterias de lítio que substituem o uso do combustível fóssil na mobilidade urbana, fazendo com que este novo estilo de vida seja consideravelmente mais sustentável e até 90% mais econômico que os tradicionais. A Ventane também se preocupou em lançar uma forma de compensar a emissão de gases na operação através das algas marinhas. A empresa adquiriu 10 créditos de carbono azul capturados para compensar a emissão dos GEE na operação que ainda não conseguiram extinguir. A captura foi feita por macroalgas marinhas da espécie kappaphycus alvarezii, uma das principais fontes de compensação de emissão de gases.
Municípios investem em ciclovias
Com as bicicletas ganhando cada vez mais espaço no cenário urbano, municípios do Rio passaram a se preocupar cada vez mais com a criação de ciclovias. Recentemente, o município de São Gonçalo foi quem anunciou uma parceria com o Estado para a construção de 22 km de ciclorrota, que irá ligar os bairros do Colubandê ao Rocha, o que representa uma pista de 4,4 km. O outro projeto faz parte das intervenções do Mobilidade Urbana Verde Integrada (MUVI) e irá criar uma ciclovia de 18 km de extensão, que irá cortar 13 bairros.
Niterói é um destaque nacional quando se fala em malha cicloviária e mobilidade ativa, possuindo cerca de 80 km de infraestrutura cicloviária. Recentemente, a Prefeitura da cidade anunciou o Nit Bike, sistema de bicicletas compartilhadas de Niterói. Serão instaladas 50 estações, com 600 bikes oferecidas de forma gratuita para a população e mais 2,75 km acrescidos à malha cicloviária da cidade.
“Niterói tem sido referência nacional, quiçá mundial na conscientização das mudanças climáticas e na importância de se tomar medidas efetivas na mitigação dos GEE. Nós do setor acreditamos muito no poder do elétrico, e temos investido e aprimorado a cada dia mais os nossos produtos para que atendam a necessidade específica dos nossos clientes. Existia muita resistência com os elétricos, mas hoje, graças a Deus as pessoas têm aderido cada dia mais. E isso será uma importante contribuição a longo prazo não só para a mobilidade urbana mas também para a agenda climática que tem urgência", concluiu o especialista.
A cidade do Rio anunciou, no ano passado, o Plano de Expansão Cicloviária (CicloRio), projeto que prevê a construção de 600 km de faixas exclusivas para bikes em 10 anos. O Rio atualmente possui 400 km de ciclovias já existentes. A ideia é que em 2033, a cidade tenha mil quilômetros para as bicicletas, transformando o Rio na “capital da mobilidade urbana saudável e sustentável”. Segundo os dados da Empresa Pública de Transportes, em Maricá, até 2020 já haviam sido contabilizados 38,2 km de malha cicloviária na cidade.
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