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Crise climática leva seguradoras a repensar cálculo de riscos

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As mudanças climáticas, que têm intensificado a frequência e a gravidade de eventos como chuvas, ondas de calor e secas, estão forçando uma transformação no gerenciamento de riscos pelas seguradoras. Especialistas alertam que esse é o ‘elefante na sala’ com o qual o setor precisa lidar urgentemente.

O cenário atual desafia o modelo de negócios tradicional. “Estamos observando eventos que antes ocorriam a cada cem ou duzentos anos se tornarem mais frequentes. Isso aumenta o risco e, consequentemente, o preço dos seguros. Com o aumento dos preços, as pessoas deixam de adquirir seguros, justamente quando eles se tornam ainda mais essenciais”, explicou Marcos Falcão, diretor-presidente do IRB (Re). Segundo ele, o setor terá que aprimorar os modelos de avaliação e precificação de riscos. ‘É um desafio para toda a indústria’, afirmou.

No início deste ano, o IRB (Re) criou uma área dedicada à pesquisa sobre riscos climáticos. Uma das iniciativas recentes foi um fórum no Rio de Janeiro, que reuniu representantes do setor público e privado, além de pesquisadores, para discutir soluções e estratégias de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

Há poucos anos, o Brasil era visto como imune a eventos climáticos extremos, mas esse cenário mudou. As chuvas intensas registradas no Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024 devastaram o estado, causando um impacto para as seguradoras semelhante ao da pandemia de Covid-19. “Um evento isolado de dois meses se aproxima da maior calamidade já coberta pelo setor”, disse Amauri Vasconcelos, presidente da BrasilSeg.

As seguradoras no Brasil pagaram cerca de R$ 7 bilhões em indenizações relacionadas à Covid-19, dos quais R$ 2 bilhões foram desembolsados pela BrasilSeg. Já os pagamentos relativos às enchentes no Rio Grande do Sul chegaram a R$ 5,6 bilhões até o final de julho, podendo alcançar entre R$ 6 e R$ 8 bilhões, segundo a Confederação Nacional de Seguradoras (CNSeg).

Dyogo Oliveira, presidente da CNSeg, ressaltou a necessidade de atualização dos modelos de avaliação de riscos. “Ainda usamos modelos baseados em séries históricas, mas a crise climática está rompendo essas séries. Precisamos preparar o mercado para lidar com esse risco crescente”, afirmou.

O cientista Carlos Nobre também destacou a gravidade da situação: “As mudanças climáticas são rápidas, generalizadas e estão se intensificando. Já ultrapassamos o aumento de 1,5ºC na temperatura global, e isso pode comprometer a Amazônia e elevar ainda mais o nível do mar”, alertou.

Paulo Miller, da Superintendência de Seguros Privados (Susep), descreveu a crise climática como um ‘elefante na sala’ para o setor de seguros. Ele defendeu que o setor não deve adotar uma postura extrativista, explorando o mercado até que o risco se torne ‘insegurável’, mas sim trabalhar para manter os riscos dentro de patamares controláveis, incentivando boas práticas de gestão de risco. ‘O seguro tem um papel importante ao regular e incentivar essas boas práticas entre os segurados’, afirmou.

Entre as estratégias sugeridas pelas seguradoras para enfrentar os desafios climáticos está a maior colaboração com a academia, que fornece conhecimento científico, e com o poder público. Também é crucial fomentar uma cultura de seguros mais abrangente no Brasil. “Nos preocupa a baixa penetração de seguros no país, o que compromete a proteção da população e dos negócios”, disse Vasconcelos, da BrasilSeg. No caso das chuvas no Rio Grande do Sul, as indenizações cobriram menos de 10% do total de R$ 97 bilhões em perdas econômicas.

No setor agrícola, as perdas por eventos climáticos nos últimos dez anos somaram R$ 287 bilhões, com apenas R$ 56 bilhões indenizados por meio de seguros ou reembolsos do governo. A maior parte dos prejuízos foi arcada pelos produtores, muitos dos quais acabaram falindo. “Em última análise, é a sociedade civil que acaba pagando o preço. A gravidade do risco climático, combinada com a baixa cultura de seguros no Brasil, representa um grande desafio”, concluiu.


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