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Pequenos e Grandes empreendedores no mundo atual: Os desafios da governança para MPME's

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Marco Juarez Reichert - Crédito Divulgação Marco Juarez Reichert - Crédito Divulgação

Por Marco Juarez Reichert

Em nossas andanças de mais de vinte anos por uma entidade sindical patronal, tendo acumulado três décadas como empreendedor de pequenas e médias empresas, posteriormente com alguns anos como executivo de empresa multinacional, mais uma década de consultoria empresarial junto à inúmeras organizações − de todos os portes − percebo uma grande diferença do tipo de gestão feito pelos empreendedores, que são daqueles “donos” do negócio, predominantemente nas empresas menores e daqueles no topo das maiores. Cabe aqui contextualizar o momento que vivemos e caracterizar os dois tipos de empreendedores, bem como me atrever a oferecer sugestões a quem possa interessar, se entenderem que sejam úteis. Não me furtarei de uma análise crítica à própria trajetória de empreendedor.

Afinal, mais do que nunca as mudanças tecnológicas, culturais e mercadológicas no ambiente macro têm afetado os negócios de nossas empresas, muitas vezes de modo severo, descontinuando operações tradicionais e de sucesso absoluto até um passado recente. É o caso do comércio varejista. O e-commerce e o marketplace romperam uma cadeia que reinava absoluta e por décadas, com redes de grandes marcas do varejo. Aqui, nos EUA e mundo afora. Os novos entrantes (players), usando plataformas digitais inovadoras, se tornaram gigantes e foram tomando o espaço dos negócios tradicionais, principalmente os não digitais. Riscos para muitos versus oportunidades para outros tantos, funcionam como uma lei de mercado, assim como a da oferta versus demanda. Os negócios trocam de mãos.

A Quarta Revolução Industrial se faz presente em diversas grandes empresas, que se tornam ainda mais competitivas. Já nas pequenas e médias empresas, pouco se vê de aplicação do sistema que une o mundo cyber e o físico, que a Indústria 4.0 preconiza. Surge, fortemente, iniciativas de uso da Inteligência Artificial (IA) nos negócios. Esta tecnologia disruptiva, aliada a outras do mundo 4.0, altera o tabuleiro de xadrez, onde os grandes mestres sobrevivem e os amadores sucumbem. Isso será cada vez mais impactante, pois estamos apenas no início de uma nova era.

Não é regra, contudo constato que boa parte dos empreendedores de empresas maiores já contam com a implementação da governança corporativa, com talentosos executivos profissionais, contratados no mercado ou que cresceram dentro da própria organização. São pessoas de boa formação e com experiências acumuladas, que não param de buscar conhecimento. Os próprios empreendedores têm se aprimorado ao longo dos anos, muitos dos quais preparam seus sucessores, exitosamente. Eles analisam o macroambiente para criarem suas estratégias e buscar a longevidade de suas organizações. Trabalham em equipe; valorizam talentos; compartilham a gestão com seus liderados, delegando-lhes rotinas operacionais; destinam seu precioso tempo para pensar e analisar o mercado, as tendências e tomar decisões estratégicas vitais para a continuidade dos negócios que lideram; investem em novas tecnologias; implantam ferramentas nas diferentes áreas da empresa, a fim de melhorar seus processos, reduzindo desperdícios e colhendo melhores resultados, já que aumentam a produtividade, com maior eficácia e sendo mais eficientes. Será que o sucesso deles está garantido com tudo isso? Não, certamente não! No entanto, a chance de êxito será, notoriamente, maior do que para aqueles que pararam no tempo e só enxergam o que está no ambiente interno. Todos conhecemos aqueles queixosos, que passam o dia reclamando do mundo externo, que fazem uma gestão centralizadora, não valorizam talentos, se ocupam com tarefas menores – se orgulhando de colocar a “mão na massa” – e, tampouco preparam sua sucessão, adequadamente. Costumam passar o bastão a um filho, mesmo que ele não tenha o perfil e nem o preparo adequado para liderar a empresa do fundador. A micro gestão, geralmente, não tem clara qual a estratégia, qual a visão de longo prazo, com objetivos claros, indicadores, metas e o seu monitoramento. Em analogia com a música, é como aquele músico que sabe tocar de ouvido, por habilidades inatas, mas que não é capaz de tocar uma obra mais complexa, como uma sinfonia. Sequer sabem ler uma partitura. Com seu perfil, jamais tocarão em uma orquestra. Seu palco é o barzinho da esquina, no máximo. Logicamente que este tipo de empreendedor também tem seu valor e agregam muito para a economia nacional. O objetivo aqui é o de instigar estes pequenos empresários, para uma reflexão sobre o modo de gerir o próprio negócio.

A primeira sugestão para este micro gestor é a conscientização de que o jeito de conduzir o seu negócio − neste mundo de profundas, complexas e aceleradas mudanças − precisa estar adequado aos novos tempos. Simplificando a recomendação, é mandatório ter a mente aberta. Tendo esta percepção clara, que trate de buscar apoio com quem pode agregar valor ao seu negócio, como outros empresários, consultores, ou mesmo incorporando novos sócios. O empreendedor, como qualquer profissional, precisa se manter atualizado, investir nos talentos internos, capacitando-os ou mesmo substituindo aqueles que não estiverem comprometidos. Fora da empresa tem muita gente talentosa que aguarda uma boa oportunidade.

Como empreendedor, principalmente nos primeiros anos de atividade, cometi os mesmos erros acima descritos dos atuais micros gestores. O negócio crescia nos primeiros anos e depois estagnava. Com o tempo, participando de iniciativas do sindicato patronal a que éramos associados, visitando e até mesmo expondo em feiras, estudando, estabelecendo parcerias com empresas com ótima gestão e se espelhando nelas, fui evoluindo como gestor. Cometi erros, sim, muitos, mas entendo que acertei bem mais. Se eu consegui, qualquer empreendedor pode também. Por sinal, os pequenos negócios são vitais para o país. Nada mais auspicioso do que ver esses empreendedores assistindo à continuidade dos próprios negócios.

*Marco Juarez Reichert é Administrador de Empresas, Conselheiro de Administração certificado (IBGC), CEO da consultoria Reichert Advisors, ex-Conselheiro de Administração da SICREDI - Pioneira-RS. É Bacharel em Administração de Empresas (FEEVALE), MBA em Finanças e Governança Corporativa (ESPM), pós-MBA em Inteligência Empresarial (FGV), pós-graduado em Negócios Inteligentes e Indústria 4.0 (FIA ONLINE), e especialista em Valuation pela Universidade de Oxford, Inglaterra. É autor do livro "Gestão sem Estresse: Técnicas e Ferramentas Simplificadas", Editora Casa do Escritor, e de "A Metamorfose do Vencedor", Editora Alta Books.


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