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Conselheiro de Administração - Estratégia de sucesso para a governança corporativa

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  POR Marco Juarez Reichert / Enviado por Sheila Fonseca
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Por:* Marco Juarez Reichert

Quantos sonham em fazer parte de um Conselho de Administração? Certamente, muita gente. Mas para se habilitar a um cargo deste, é preciso compreender o papel de um Conselho em uma organização. Depois, quais os requisitos mais desejados dos candidatos. Por fim, uma breve abordagem sobre a remuneração de um conselheiro.

Falar em Conselho de Administração, ou Consultivo implica em entender o que é Governança Corporativa. Pode-se afirmar que as maiores empresas, incluindo aqui aquelas listadas em bolsas de valores no mundo, têm a Governança Corporativa (GC) implementada. É a forma mais desenvolvida de cuidar de uma organização. A GC é um sistema que trata das relações entre as partes (propriedade, gestão e stakeholders) do principal objetivo estabelecido e como fazer – estratégia – para que ele seja cumprido ao longo dos anos e, garantir a prosperidade e longevidade da organização. A GC é responsável por aprovar as principais políticas da empresa, no cumprimento do código de conduta, evitar o conflito de interesses, minimizar os riscos do negócio e gerar valor destacável às partes envolvidas, como acionistas ou sócios-quotistas, conselho, comitês, executivos, colaboradores, sociedade, governo, fornecedores, clientes, entidades de classe, enfim, os stakeholders.

Outro ponto importante da GC é a política de sucessão, que tantas preocupações e desentendimentos causam entre os sócios de uma empresa. Os critérios e as regras da sucessão devem ser discutidos, elaborados e formalizados nos detalhes, para não haver surpresas e dissabores futuros.

A boa prática de Governança Corporativa nas organizações precisa de um órgão que represente os acionistas (SA) ou sócios (Limitadas) e que sirva de elo entre a propriedade e a gestão. Este órgão é o Conselho de Administração. Os proprietários elegem os profissionais para esse órgão. Cabe aos executivos (gestores), cumprirem a orientação estratégica do Conselho, ao qual atende à vontade dos proprietários da organização. Os executivos se reportam ao Conselho. Este tem responsabilidade de proteger a organização, fazê-la prosperar e buscar sempre a sua longevidade. As partes envolvidas (stakeholders) devem merecer a devida atenção do Conselho.

Um Conselheiro de Administração tem responsabilidade legal sobre a licitude dos relatórios financeiros e da administração da organização, o que o diferencia do Conselheiro Consultivo, embora nem todos entendam que haja essa diferença, do ponto de vista jurídico. Um Conselho de Administração tem maior complexidade e a sua manutenção representa um gasto para a empresa, mas que tendo um bom desempenho gera tranquilidade aos proprietários. Justamente um grupo colegiado tende a ter mais e precisas reflexões sobre um negócio do que um ou dois dirigentes apenas. Razão essa que leva as organizações a optarem por número ímpar de conselheiros, indo de três a sete, em boa parte dos casos. Há algumas grandes empresas com mais de dez, o que pode significar que a empresa precisa “agradar” às partes externas. Empresas públicas são exemplos desta prática. O número de sete conselheiros já é de bom tamanho. Para empresas médias, de três ou cinco conselheiros costuma ser o suficiente.

O que vemos hoje, com bons olhos, é a preocupação fundamental de diversificar o tipo de conselheiro dentro das organizações. Um exemplo do quanto precisamos evoluir ainda, é a predominância absoluta de homens nesses órgãos. Faz algum tempo se imaginava o estereótipo do conselheiro como um homem grisalho, ou seja, com uma idade considerável. Esse quadro mudou e diante de um mundo com uma transformação tecnológica exponencial e comportamental como o atual, é preciso ter um mix mais representativo da sociedade, com pessoas mais jovens somadas às mais experientes. Vemos aqui um possível risco para as organizações no anseio de mostrar à sociedade que a organização é politicamente correta (para vender uma imagem de “mocinho”), venha a eleger conselheiros com o principal quesito que é o de ser diverso, no sentido de não se enquadrar no estereótipo citado. O que deve prevalecer, independentemente de idade, gênero, e outras características é a competência, ética, intelecto e alguma experiência. Ser um jovem inteligente, com formação, mas sem uma exitosa experiência no mundo dos negócios, seria imprudente. Afinal, um conselheiro tem a responsabilidade de decidir a estratégia da organização para atingir a visão para seu futuro e cumprir seu propósito, ou seja, decidir qual o rumo que ela deverá seguir. Algumas organizações bem desenvolvidas em sua Governança Corporativa trabalham o propósito como o principal guia a ser considerado e para tal grande objetivo, elaboram uma estratégia principal. O importante não é o nome, não é ter declarações (frases) bonitas, mas cumprir aquilo a que se propõe e entregar o que se espera.

Para o exercício dessa atividade profissional de conselheiro, deve haver alguns conhecimentos gerais mínimos – necessários a todos os membros de um Conselho de Administração ou Consultivo – tais como de pessoas, finanças, contabilidade, estratégia, tecnologia, inovação, compliance, inteligência empresarial e de governança corporativa, dentre outros. Ou seja, o conselheiro ideal é aquele generalista, mas com alguma especialidade também, por exemplo em finanças. Qualquer organização movimenta recursos financeiros, então o mínimo que se espera de um conselheiro é saber interpretar, basicamente, os relatórios apresentados. Os especialistas em finanças do conselho terão a oportunidade de fazer uma análise mais profunda nos relatórios financeiros contábeis. Por analogia, os demais especialistas de outras áreas trazem, da mesma forma, suas contribuições onde eles mais entendem. Ter experiência prévia com o exercício de altos cargos dentro de organizações, é altamente desejável. Algo que agrega bastante a um conselheiro é a experiência em um determinado mercado, para atuar no conselho de organizações do setor. Pelo menos um ou dois membros com este perfil, dependendo do tamanho do conselho, seria recomendável. Outro aspecto positivo para um conselheiro é ser certificado por instituições que realizam cursos para formação de conselheiros, com reconhecimento nacional. Após o curso, o candidato à certificação deve realizar um teste, o que requer longas horas de estudo.

Tendo em vista que os negócios atuais são cada vez mais complexos, muitos em setores de alta volatilidade, delegar atribuições a conselheiros sem a formação adequada é um risco que as empresas devem evitar. Um bom conselheiro deve ter, além da graduação de nível superior, alguma especialização. Há casos de pessoas de larga experiência e de uma vida profissional de grande sucesso no mercado, quer como empreendedoras, quer como executivos e que se tornam ótimos conselheiros, mesmo sem formação acadêmica, pois, apreenderam muito ao longo de suas vidas e somam muito dentro de um colegiado, como é o caso de um Conselho de Administração.

Este tema de formação acadêmica de um conselheiro assusta ao empresário do tipo empreendedor de empresas de pequeno e médio porte, no caso dele não ter além de uma formação escolar básica, o que é bem comum. Ele sente insegurança em ter um conselho de pessoas com conhecimento mais elaborado, academicamente. Ele deve, antes de tudo, se dar conta de que, sendo proprietário, o Conselho de Administração presta conta a ele, então o empresário não perde o “poder” e não precisa se intimidar. Deve sim, saber aproveitar ao máximo as experiências e saber dos seus conselheiros. Este sócio, normalmente um empreendedor, ainda que também tenha ótima formação acadêmica, deveria aperfeiçoar a governança corporativa de sua empresa, constituindo um conselho. Assim ele se livra da atividade operacional, que deve ser profissionalizada, e concentrar o foco para a diretriz estratégica e sendo o guardião do propósito da organização, ambos vitais para a longevidade da empresa.

Quanto à remuneração, salvo àquelas empresas estatais, cujos cargos de conselheiros são preenchidos por escolhas políticas, muitas empresas privadas de médio porte e grande porte costumam remunerar, mensalmente, valores compreendidos entre R$ 12 mil e R$ 30 mil. Empresas bem grandes pagam valores, muitas vezes, bem superiores. Uma empresa menor pode ter seu conselho de administração, ou consultivo, de forma a ter sua governança aprimorada. Nestes casos os valores podem ficar próximos aos R$ 12 mil mensais. Ressalta-se que os conselhos, diferentemente do passado, têm um envolvimento de tempo maior durante o mês, não se restringindo a uma única reunião mensal. O modo online veio a trazer grande contribuição para isso.

Ensejamos aos empresários de pequeno e médio porte a se iniciarem na Governança Corporativa e a implementarem, gradativamente, esse sistema nas suas organizações. Se não servisse para nada, por qual razão as grandes e bem-sucedidas empresas teriam seus conselhos?

* Marco Juarez Reichert é Administrador de Empresas, Conselheiro de Administração certificado (IBGC), CEO da consultoria Reichert Advisors, ex-Conselheiro de Administração da SICREDI - Pioneira-RS. É Bacharel em Administração de Empresas (FEEVALE), MBA em Finanças e Governança Corporativa (ESPM), pós-MBA em Inteligência Empresarial (FGV), pós-graduado em Negócios Inteligentes e Indústria 4.0 (FIA ONLINE), e especialista em Valuation pela Universidade de Oxford, Inglaterra. É autor do livro "Gestão sem Estresse: Técnicas e Ferramentas Simplificadas", Editora Casa do Escritor, e de "A Metamorfose do Vencedor", Editora Alta Books.


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