Webinar da CNseg debate a importância da diversidade e o papel da linguagem na inclusão de todos

O evento contou com abertura do presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, que destacou a “importância de se promover a igualdade, a diversidade e o respeito às pessoas, independentemente de sua orientação, identidade de gênero ou quaisquer outras características que nos tornam únicos”.

A mudança da linguagem começa pela escrita

Em sua palestra, o escritor e diretor de Comunicação da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, André Fischer, explicou que a linguagem inclusiva busca a comunicação sem a reprodução de preconceitos ou reforço de estereótipos que possam contribuir para a exclusão ou a invisibilidade de qualquer grupo, sem, entretanto, alterar o idioma. Por exemplo: ao invés de dizermos “o homem inventou a roda”, podemos dizer que “a humanidade inventou a roda”.

“Essa mudança começa pela escrita”, afirmou André, que disponibilizou, via QR Code, um manual sobre linguagem inclusiva. Segundo ele, organizações mais inclusivas, com equipes diversas, que tenham experiências, origens e habilidades diferentes, são mais motivadas, criativas e inovadoras, trazendo um impacto positivo nos resultados financeiros das empresas.

Todo o setor de seguros deve fomentar os processos inclusivos

Também participante do webinar, a diretora Técnica da Susep, Júlia Lins, se identificando como integrante da comunidade LGBTQIA+, disse que a Superintendência de Seguros Privados busca agir para fomentar os processos inclusivos. Em função disso, emitiu em janeiro deste ano um ofício demandando que os seus entes supervisionados incluam em seus documentos o espaço para o nome social, que é o nome com o qual a pessoa escolhe se apresentar diante dos demais, de acordo com a sua subjetividade. Ela afirmou que, não apenas a Susep, mas todo o setor segurador, deve buscar fomentar os processos inclusivos, embora reconheça que isso envolve a necessidade de um aprendizado constante. “Temos que reconhecer que a homofobia é uma construção social amparada por uma educação heteronormativa e que todos devem ter o direito de usufruir da própria existência“, concluiu.

A importância do engajamento das lideranças

O superintendente de Estudos e Projetos da CNseg, Thiago Ayres, outro membro da comunidade LGBTQIA+, afirmou que o engajamento das lideranças é fundamental para a construção de um ambiente de maior aceitação. ‘Em um ambiente seguro, o funcionário não precisa viver uma vida dupla, como aconteceu comigo no colégio, na faculdade e até no meu início na Confederação (...) Noto que a CNseg caminhou junto com a sociedade e hoje me sinto honrado em estar aqui”, concluiu.

O diretor-executivo de Operações da Swiss Re América Latina, Luiz Fabiano, também elogiou a seguradora onde trabalha e, com base em sua experiência profissional em várias partes do mundo, afirmou que os países latinos ainda são os mais preconceituosos e os países nórdicos, os menos. Destacando a necessidade de se dar conforto, espaço e segurança para todos, lembrou que, além de o Brasil ser o país que mais mata pessoas LGBTQIA+, também ocorrem muitos suicídios dentro dessa comunidade.

Encerrando o webinar, que apenas pela plataforma Zoom (ele também foi transmitido pelo YouTube) contou com cerca de 350 participantes, Cristina Barros disse que a comunidade LGBTQIA+ não está sozinha. ”A luta é grande, mas vamos construir uma sociedade melhor e o diálogo e a forma de se dirigir ao outro é parte disso”.

Confira abaixo o webinar na íntegra