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As telcos e o compromisso da descarbonização

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Rachel Mattos
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* Por Márcio Kanamaru e Felipe Salgado

A descarbonização representa um desafio significativo para as empresas de telecomunicações, considerando que esse é um setor que requer uso intenso de energia para manter a infraestrutura de rede existente e desenvolver tecnologias para a próxima geração assim como continuar se expandindo.

Também significa uma oportunidade importante de atender às crescentes expectativas do consumidor em relação à sustentabilidade, viabilizar reduções de custos operacionais, tornar-se uma empresa com responsabilidade climática e potencialmente beneficiar-se dos mecanismos de financiamentos temáticos que abrem as portas para acesso a um capital de menor custo.

As principais empresas de telecomunicações globais assumiram grandes e ousados compromissos, definindo metas de descarbonização. A eletrificação de frotas e a aquisição de energia de fontes renováveis serão vitais, particularmente, em um mundo 5G, que utiliza mais energia que as soluções anteriores.

No entanto, a descarbonização para o setor também envolve uma abordagem de negócios completamente diferente, incluindo modelos econômicos circulares e cadeias de valor sustentáveis – da obtenção da matéria prima ao descarte dos produtos. Quando pensamos sobre as emissões mais amplas de carbono, envolvendo a cadeia de fornecedores, as iniciativas de descarbonização necessárias são significativamente mais complexas, embora igualmente importantes, pois geralmente representam a maior parte da pegada de carbono de uma empresa de telecomunicações.

Encontrar a estratégia correta de descarbonização é fundamental para alcançar compromissos mais amplos em relação às mudanças climáticas, incluindo a neutralização das emissões líquidas de carbono. Mas não existe uma solução mágica — as empresas de telecomunicações precisarão analisar as estratégias de gestão de ativos de rede, as iniciativas de eletrificação e as oportunidades de digitalização utilizadas, além da aquisição externa de fontes de energia renovável ou de baixo carbono.

O ritmo acelerado das mudanças tecnológicas no setor de telecomunicações continuará à medida que as maiores empresas implementarem redes 5G até 2027. No Brasil, a nova tecnologia já está presente em mais de 300 munícipios cobertos por aproximadamente 14 mil antenas, incluindo todas as capitais do país. E isso ocorre apenas um ano depois da ativação do 5G Standalone (5G SA), uma tecnologia de rede móvel de quinta geração que permite a operação independente e autônoma das redes 5G, isto é, com autonomia total em relação aos elementos das redes 4G existentes.

Ao contrário do 5G Non-Standalone (5G NSA), que inicialmente se baseia na infraestrutura 4G existente para funcionar, o 5G SA é uma implementação totalmente nova e autônoma, projetada para fornecer maior capacidade, velocidade e eficiência em comparação com as gerações anteriores de tecnologia de rede. O 5G SA traz várias melhorias em relação ao 5G NSA, incluindo latência mais baixa, maior capacidade de conexão simultânea de dispositivos e a capacidade de aproveitar plenamente as características do 5G.

No entanto, o gasto energético associado à implantação dessa tecnologia é um desafio que não pode ser ignorado em um contexto global que prioriza a redução das emissões de gases de efeito estufa. Ou seja, embora muitas empresas de telecomunicações tenham projetado as redes 5G para serem mais eficientes em termos de consumo de energia, prevê-se que o adensamento e o aumento no tráfego de dados consumirão mais energia em comparação com as gerações anteriores.

De qualquer forma, o 5G e a hiper conectividade estão prestes a ser a chave que vai desbloquear o potencial inerente a tecnologias como internet das coisas, mobilidade futura e veículos autônomos, inteligência artificial e realidade aumentada. Essas e outros recursos emergentes ajudarão as organizações em grande escala, com melhorias na arquitetura corporativa, otimização de custos, segurança aprimorada e capacidade de aprendizagem de máquina. Embora os benefícios sociais e de transformação digital sejam claros, existe a necessidade de equilibrar esses avanços com as iniciativas de sustentabilidade.

A boa notícia é que algumas empresas de telecomunicações globais se comprometeram a implementar redes 5G eficientes em termos de energia, que dependem de fontes de energia renovável para reduzir a geração de eletricidade baseada em combustíveis fósseis. Além disso, a virtualização da rede, a Rede de Acesso de Rádio Aberto e os investimentos em aprendizagem de máquina apresentam grandes oportunidades para impulsionar a eficiência no consumo de energia de rede.

Existe também uma oportunidade para o setor entrar no mercado livre de energia e firmar contratos de compra desse insumo ou contratos virtuais diretamente com produtores, para garantir eletricidade renovável e obter retornos financeiros atraentes, dependendo dos preços negociados entre as partes.

As empresas de telecomunicações europeias também estão explorando soluções da próxima geração para combater de maneira agressiva a pegada de energia do 5G. Isso inclui a implementação de requisitos de sustentabilidade ou baixa emissão de carbono para os fornecedores, considerando novos modos de autogeração de energia, como microrredes e medidores inteligentes, bem como a exploração do uso de algoritmos de IA para prever e ajustar o consumo de energia.

* Márcio Kanamaru é sócio-líder de tecnologia, mídia e telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul e Felipe Salgado é sócio-diretor de descarbonização da KPMG no Brasil.


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