Executivos do mercado de seguros debatem sobre novo cenário do segmento no Brasil

A palestra foi mediada pelo 2º vice-presidente do Sincor-SP, Braz Fernandes, que direcionou a primeira pergunta para a CEO da Liberty Seguros, Patrícia Chacon. A executiva comentou sobre as transformações do mercado e oportunidades futuras. “Eu entendo que como gestores do mercado, o nosso papel é reinventar o nosso negócio a cada ciclo, e temos um consumidor que está evoluindo suas preferências, querem as coisas personalizadas, e nosso produto está bem posicionado para fazer isso. Também vemos preferência em termos de atendimento, cada vez mais as pessoas preferem o digital, mas também é necessário o contato humano. Nós acreditamos que para navegar nesses tempos de mudanças temos que caminhar em sintonia. Apoiamos os corretores, mas também precisamos do apoio deles, pois são eles quem estão mais próximos dos clientes”, disse.

A evolução tecnológica nos últimos tempos e a influência para os corretores foi pontuada pelo diretor Executivo de Operações, Tecnologia e Sinistros da Tokio Marine Seguradora, Adilson Lavrador. “A gente percebeu na pandemia, o quanto evoluído e maduro está o mercado, no lockdown todas as seguradoras tiveram que colocar em tempo recorde os colaboradores em home-office e disponibilizar serviços para que tudo continuasse operando. O mercado começou a criar serviços novos, dentro desse universo digital, e não parou. Também trouxe à tona um novo consumidor, aqueles que começaram a usar o meio digital e gostar, e hoje eles demandam serviços e produtos através desses canais. O corretor de seguros, por exemplo, deve aproveitar esses canais como aliado”, destacou o executivo.

Também durante o bate-papo, o CEO da HDI Seguros, Eduardo Dal Ri, teve a oportunidade de abordar a respeito de como as mudanças de carteiras com as novas fusões da companhia podem afetar os corretores. “Eu tive a honra de participar de algumas aquisições no mercado e todas elas foram muito benéficas. Quando juntamos empresas como a Sompo Consumer e Liberty Seguros só podem surgir coisas boas. As empresas ficam mais fortes, principalmente empresas que pensam no corretor de seguros. Essa experiência nos trouxe até aqui, a gente se preparou muito. Se os corretores não estiverem com a gente, não vai dar certo, o que buscamos é criar um mercado ainda mais forte para os corretores”.

O CEO da Zurich Brasil, Edson Franco, evidenciou que no atual mercado, o corretor de seguros continua sendo o principal canal para o setor. “Discutir o futuro do corretor de seguros, muitas vezes, é um falso dilema. Tempos atrás quando começou a oferecer seguros por bancos, diziam que o corretor iria acabar, agora tem o Open Insurance, que é vista como uma ameaça aos corretores. Nada substitui a atuação dos corretores na distribuição de seguros nesse país. Não existe ameaça na distribuição dos seguros pelos corretores”, enfatizou Franco.

As mudanças do dia a dia e as novidades no mercado podem ser aproveitadas como oportunidades, destacou o CEO da MAPFRE, Felipe Nascimento. “As mudanças e evolução tecnológica parecem que são imparáveis, e com isso teve até mudança comportamental. Mas é importante olhar tudo isso pela ótica das oportunidades. Vão surgindo novas coisas no mercado, hoje, por exemplo, existe o seguro Pix. A tecnologia é um meio para que possamos alcançar o nosso fim, que é alcançar a parcela da população que não está coberta pelo seguro e fazer entender a sua importância. A distribuição é chave e a distribuição são vocês, corretores”, ressaltou.

O presidente do Grupo Bradesco Seguros, Ivan Gontijo, deixou uma dica para os corretores terem sucesso. “Podemos destacar dicas, não significa dizer que são as mais corretas, mas serve de insumo para um aperfeiçoamento. Na Bradesco Seguros temos dois pilares, o cliente e o corretor, eles são as figuras centrais do investimento, tudo mais é meio. Temos que olhar o corretor como um verdadeiro consultor. Como principal dica, eu destaco a capacitação para que vocês possam vender mais e vender melhor, além de ter a empatia com os clientes”, frisou Gontijo.

Para finalizar a conversa com os corretores, Alexandre Camillo, corretor de seguros e ex-superintendente da Susep, avaliou o futuro do corretor frente às mudanças no mercado. “Se constrói o futuro agindo no presente, estamos diante de mudanças no comportamento social, e o produto seguro supre as necessidades de maneira incomparável. Corretor, fique atento a tudo e, principalmente, as oportunidades de negócios que surgem”.

Ao final do debate a plateia pôde interagir com os painelistas, fazendo perguntas referentes ao tema abordado.