Pesquisa da Pluxee identifica diferenças entre formatos de trabalho atuais e o que buscam os trabalhadores

Além disso, 13% dos trabalhadores atuam em modelo híbrido, desejado por 29% dos respondentes e, para os formatos totalmente remoto e anywhere office, atualmente, somente 6% trabalham destas maneiras. No entanto, 29% dos trabalhadores brasileiros gostariam de atuar em jornada não presencial, com destaque para o trabalho remoto (20%).

“É esperado que a área de recursos humanos esteja em constante evolução, atenta às tendências do mercado e da sociedade, na busca por ser cada vez mais atrativa para os novos colaboradores e um excelente local para os já integrantes da equipe. E é nesse equilíbrio entre o que os trabalhadores buscam para sua vida profissional e o que as empresas estabelecem como prática que precisamos acertar. Afinal, cada vez mais as pessoas têm optado por escolhas que lhes permitam aproveitar o dia da melhor forma, com harmonia entre trabalho e vida pessoal”, explica Fabiana Galetol, diretora executiva de Pessoas e de Responsabilidade Social Corporativa da Pluxee.

Mudanças de emprego para buscar formato desejado

Metade dos trabalhadores planeja mudar de emprego em busca do modelo de trabalho mais adequado (52%) e 31% apontam que, nos últimos dois anos, já realizaram a mudança em função de um formato mais flexível - um importante alerta para as empresas que resistem aos novos modelos.

Modelos de trabalho no futuro

Para os próximos cinco anos, os RHs acreditam que os colaboradores de suas empresas devem se dividir em: 97,4% no formato completamente presencial; apenas 1,6% híbrido; 0,8% totalmente home office; e 0,2% em modelo anywhere office, o que mostra que com o tempo, essa lacuna tende a aumentar, por ir na contramão do que os trabalhadores desejam.

Formatos de trabalho antes do coronavírus

Antes da pandemia, 86% dos participantes do estudo trabalhavam em formato totalmente presencial; 8% em modelo híbrido; 6% completamente em home office. Já o anywhere office não era praticado, o que significa que este modelo é resultado da pandemia do coronavírus.

Vantagens e desvantagens das jornadas virtuais de trabalho

O estudo da multinacional, Formatos de Trabalho, indica ainda que o principal ganho percebido nos modelos virtuais de trabalho está na qualidade de vida, uma vez que o menor tempo no deslocamento é revertido em atividades pessoais, como tempo junto à família. Há também a percepção de melhora em questões de segurança, especialmente com relação a assaltos, roubos e acidentes, além de menor risco de contaminação com doenças. A autonomia também é percebida como vantagem nos modelos virtuais, principalmente no formato anywhere office, pela possibilidade de o colaborador ter a opção de morar onde desejar ou se manter constantemente em viagens.

Por outro lado, nos formatos virtuais há especialmente perda de convívio diário e interação com colegas de trabalho. Em menor grau, perde-se em produtividade, especialmente em função de interrupções, como maior quantidade de reuniões online. Além disso, há também o problema de infraestrutura fora do escritório, principalmente relacionado à conexão virtual.

Como balancear o desejo dos trabalhadores e o das empresas

Para que as empresas possam atender o que buscam os trabalhadores brasileiros, é possível desenvolver um processo seletivo incorporando o local de moradia como critério de seleção dos seus colaboradores.

Além disso, para todos os formatos, os ganhos de produtividade podem viabilizar reduções na jornada de trabalho, permitindo maior tempo dos colaboradores com atividades que realmente sejam importantes a ele fora do âmbito profissional.

Também é importante estimular momentos de convivência presencial para colaboradores virtuais, tanto relacionadas ao trabalho, como reuniões e workshops, bem como de celebrações.

Os problemas domésticos com a conexão ou ergonomia poderiam ser resolvidos com o auxílio home office, por exemplo, para reduzir impactos negativos sobre o desempenho dos colaboradores em formatos de trabalho virtuais.

Mesmo após o período pandêmico, uma das mudanças que permanecem são as reuniões online. Neste sentido, é essencial criar combinados e boas práticas que visem otimizar o tempo dos profissionais e facilitar o debate e resolução de desafios de forma remota.

Metodologia da pesquisa

Para a pesquisa com os trabalhadores, foram realizadas 945 entrevistas, sendo que os dados foram ponderados pela quantidade de trabalhadores nos grandes setores de atividade (Indústria, Comércio, Serviços, Agricultura) e por região. Todos os dados são obtidos dos resultados ponderados.

No estudo com RHs, foi considerada a metodologia quantitativa, desenvolvida por meio de entrevistas individuais telefônicas com duração média de 15 minutos. Foram realizadas 702 entrevistas (margem de erro de 3,7 pontos percentuais em intervalo de confiança de 95%), com decisores ou influenciadores em questões de RH em empresas de todos os portes e segmentos, em todas as regiões do Brasil.