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Inteligência artificial: desumanizando a máquina e humanizando a pessoa

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Dani Portela
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Inteligência artificial: desumanizando a máquina e humanizando a pessoa

*Por Juan José López Murphy

Quando falamos em Inteligência Artificial, podemos resgatar a discussão desse tema tão atual na dramaturgia de alguns anos atrás. Um exemplo disso é a trama do filme “Ela”, lançado em 2013 e protagonizado por Joaquín Phoenix, que levanta questões à frente de seu tempo e que surpreendentemente valem hoje: podemos humanizar uma “máquina” a ponto de nos apaixonarmos por ela?

O filme, que conta a história de Theodore, um escritor solitário que enfrenta um difícil processo de divórcio, que protagoniza com Samantha, que é intuitiva, alegre e tem uma voz sensual. Seus mundos se conectam, primeiro em uma amizade e depois em um intenso romance. Eles falam sobre arte, vida e amor. Discutem, riem, brigam e até se tornam sexualmente íntimos. Formam um casal como outro qualquer, exceto por um detalhe: ele é de carne e osso e "She", ou ‘ela’ em português, é um sistema operacional baseado em Inteligência Artificial (IA).

À medida que a tecnologia avança, seremos tentados a antropomorfizar cada vez mais a inteligência artificial? Vamos reduzir nossa condição humana a um estado ‘zumbi’ em que todas as nossas necessidades serão resolvidas por algoritmos matemáticos?

Nesse sentido, se falamos dos usos diários da IA, não é ruim que uma plataforma de streaming nos sugira um bom filme para assistir ou que passemos algum tempo assistindo a bobinas da última dança da moda. Os problemas começam quando desenvolvemos um vício em recompensas instantâneas que satisfazem nossos desejos de consumo.

Os conteúdos são aparentemente gratuitos e acessíveis a qualquer hora e lugar. O objetivo da IA ​​nas redes sociais é adoçar nossos olhos e ouvidos para que gastemos cada vez mais tempo, tornando-nos autômatos digitais. É como resume o ex-engenheiro do Google, Tristan Harris, no documentário “O dilema das redes sociais” com a afirmação que “se você não paga pelo produto, você é o produto”.

A intenção não é apresentar cenários apocalípticos ou futuros distópicos. A IA ocupa e vai seguir ocupando um lugar útil em muitas áreas das nossas vidas, e diversas organizações pelo mundo trabalham dia e noite para torná-la cada vez mais presente na vida das pessoas. No entanto, é importante estar ciente dos riscos que acompanham a dependência excessiva da tecnologia. O objetivo não é parar de usar IA, mas humanizá-la e usá-la para melhorar nossa qualidade de vida.

Líderes como Tristan Harris, Elon Musk ou Yuval Noah Harari, em carta aberta publicada em março deste ano, alertaram sobre os riscos do curso da IA ​​e apresentaram cenários tremendos para aumentar a conscientização e vencer a batalha cultural. Além disso, apelaram ao choque de realidade porque querem antecipar os potenciais efeitos tóxicos da tecnologia, não só ao nível da cibersegurança, mas também no seu impacto nefasto nas relações sociais e na consequente desumanização do utilizador.

Pensemos num futuro não muito distante em que vivemos com um avatar virtual, uma espécie de melhor amigo ou parceiro que, fisicamente, tem o aspecto que gostamos, que fala conosco da forma que queremos, que está sempre disposto, disponível 24 horas por dia e 7 dias por semana para nos ouvir e ajudar, que tem os mesmos interesses que nós, tal como isso acontece no filme ‘Ela’. Por que geraríamos contatos físicos se os avatares pudessem cumprir essa função? Poderíamos ser amigos de uma máquina? A resposta pode ser positiva, mas é importante fazer a pergunta com antecedência e entender os riscos que acompanham esses tipos de laços de IA.

Isso porque esse tipo de conforto pode atrapalhar nosso espírito crítico, nossa capacidade de aprofundar questões importantes, conectar-se com outras pessoas e desenvolver-se como seres sociais. A inteligência artificial às vezes vai contra essas necessidades fundamentais. Dessa forma, é importante falar sobre o tema em ambientes familiares, em sala de aula, em fóruns empresariais e em espaços políticos. As empresas que atuam no desenvolvimento de IA, contudo, têm papel fundamental na condução desse processo.

Devemos conscientizar a sociedade sobre os riscos da inteligência artificial e promover boas práticas sobre seu uso. Embora já existam iniciativas, como o Centro de Tecnologia Humana (Center for Humane Technology), organização sem fins lucrativos dedicada a reimaginar radicalmente a infraestrutura digital, que vão nessa direção, ainda há muito a ser feito. A boa notícia é que ainda temos tempo para agir.

Assim como deixamos de fumar em aviões e lugares fechados porque entendemos que o tabaco é tóxico, ou nos obrigamos a usar o cinto de segurança nos automóveis para nos precaver de riscos no trânsito, chegará o momento em que entenderemos que a inteligência artificial deve desumanizar a máquina e humanizar a pessoa.

*Por Juan José López Murphy, chefe de ciência de dados e inteligência artificial da Globant.

Sobre a Globant:

Somos uma empresa nativa digital, parceira de organizações que buscam a reinvenção e o alcance máximo de seu potencial. Somos o lugar onde a inovação, o design e a engenharia se encontram em escala. Passamos de 27.000 funcionários e estamos presentes em 25 países em 5 continentes, trabalhando para empresas como Google, Electronic Arts e Santander, entre outras. No Brasil, somos 1.200 colaboradores.

Fomos nomeados Líderes no IDC MarketScape: Worldwide AI Services 2023 Vendor Assessment doc #US49647023, May 2023) e Líder Mundial em Customer Experience Improvement Services 2020 Vendor Assessment (doc # US45658220 , September 2020). Também fomos apresentados como um estudo de caso de negócios em Harvard, MIT e Stanford. Somos membros ativos da Green Software Foundation (GSF) e do Cybersecurity Tech Accord.

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