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Poluição do ar pode afetar o sonho da maternidade

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Fernanda Matos
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Novo estudo europeu revela que poluentes no ar prejudicam a reserva ovariana; mulheres devem ficar atentas a opções para preservar a fertilidade

Morar em áreas com altos níveis de poluentes no ar pode aumentar em 2 a 3 vezes o risco de redução importante da reserva ovariana feminina. É o que diz um novo estudo apresentado no encontro anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, que revelou que a exposição à poluição atmosférica pode estar entre as causas da infertilidade feminina.

Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Modena e Reggio Emilia, na Itália, o estudo “The Ovarian Reserve and Exposure to Environmental Pollutants” analisou os níveis hormônio antimülleriano (HAM) em cerca de 1.300 mulheres que residiam em Modena entre os anos de 2007 e 2017. De acordo com os especialistas envolvidos no estudo, o trabalho relacionou a taxa de produção de óvulos das mulheres com a poluição atmosférica do local onde elas residiam. Ou seja, a poluição em grandes capitais pode ocasionar, além de doenças cardiovasculares e pulmonares, uma nova preocupação para as mulheres em idade reprodutiva: a infertilidade.

O médico creditado pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) Carlos Roberto Izzo explica que os níveis de HAM têm sido amplamente utilizados como marcador da reserva ovariana. Segundo o estudo, os índices de material particulado (aerosol) e de poluentes no ar podem ter impacto negativo em relação à reserva ovariana das mulheres. “A avaliação da reserva ovariana está associada a folículos ovarianos viáveis e pode ser utilizada como indicador da fertilidade feminina”, diz.

Estudo – Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que o nível de material particulado (MP 2,5) presente no ar não passe de 10 µg/m³ por ano ou 25 µg/m³ em 24 horas. No estado de São Paulo, por exemplo, dados recentes mostram que a média gira em torno de 25 a 28 microgramas por m³ por ano, quase três vezes mais que o recomendado.

Durante o estudo, foram medidos os níveis de NO₂ (dióxido de nitrogênio), gás poluente derivado da queima de combustível e de material particulado. Os pesquisadores analisaram a faixa etária e os níveis de exposição aos poluentes de acordo com a área geográfica da residência da mulher (geolocalização). Segundo Carlos Roberto Izzo, verificou-se que os limites de segurança estabelecidos em relação aos poluentes do ar pela União Europeia e autoridades locais estão acima do que seria seguro em relação à fertilidade.

Os resultados também apontam a idade como o principal fator responsável pela queda da reserva ovariana nessas mulheres. Isso porque, com o avançar dos anos, a quantidade e a qualidade dos óvulos começam a diminuir. Neste sentido, após levar a idade em consideração, a poluição do ar também apresentou seus efeitos. No entanto, na avaliação de Izzo, o estudo não apresenta uma associação exclusiva de causa e efeito entre a poluição e a fertilidade feminina.

“Ainda não é possível concluir se foi, exclusivamente, a exposição à poluição que refletiu na maior incidência de infertilidade em áreas geográficas de maior poluição, uma vez que fatores ambientais também podem modificar a dinâmica ovariana, independente da faixa etária da mulher”, avalia o médico, que também é mestre e doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

O estudo não traz evidências se o impacto da poluição do ar na reserva ovariana é permanente ou se causa efeitos nocivos sobre a concepção. Segundo ele, outros aspectos do estilo de vida das mulheres devem ser considerados, assim como o ambiente pode ter papel-chave no declínio da fertilidade. “Existe uma evidência emergente de que muitos produtos químicos ambientais, assim como componentes naturais e artificiais da dieta, têm potencial de alterar o papel fisiológico dos hormônios, interferindo na biossíntese, sinalização e metabolismo dos mesmos”, esclarece.

O especialista também ressalta que a dosagem do hormônio antimülleriano é fundamental para avaliar a reserva ovariana da mulher. Por esse motivo, quando se detectabaixa reserva ovariana é importante orientar a mulher sobre as possíveis chances de gestação e sobre as opções de preservação da fertilidade disponíveis.

Em gestantes, a poluição do ar tem sido associada a patologias apresentadas durante a gestação. De acordo com o médico, no entanto, esse estudo não demonstrou tal ocorrência de maneira clara. “O que sabemos é que a exposição à poluição do ar durante a gestação pode causar baixo peso no bebê, prematuridade e aumento do risco de autismo. Por isso, é recomendável a diminuição da exposição das gestantes ao ar poluído”, alerta.

O médico reforça ainda alguns cuidados que podem ser tomados por gestantes. “Não residir em regiões com baixa qualidade do ar, evitar contaminantes do ar na sua residência, evitar exposição ao ar poluído, permanecendo em ambientes protegidos e manter em casa plantas com capacidade de filtração natural do ar, assim como purificadores de ar”.

Segundo Izzo, os altos níveis de poluição do ar podem gerar impacto negativo em relação às taxas de gestação de casais submetidos às técnicas de reprodução assistida, além de aumentar eventualmente as chances de mulheres desenvolverem menopausa precoce. Neste sentido, mulheres jovens que residem nessas regiões podem recorrer à reprodução assistida a fim de preservar a fertilidade. “Essas mulheres precisam pensar no planejamento da sua gestação e devem procurar um médico especialista para que ele possa analisar qual a técnica mais viável para preservar a fertilidade da paciente. Existem diversas opções disponíveis e uma delas é o congelamento de óvulos”, finaliza.


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