Rio de Janeiro ainda recebe ajuda federal para combate à violência
Crédito: divulgação
Segundo dados oficiais, Polícias Civil e MIlitar, Corpo de Bombeiros e Sistema Penitenciário já receberam R$ 711 milhões em equipamentos
O Estado do Rio de Janeiro ainda recebe equipamentos comprados com os recursos liberados pela intervenção federal decretada pelo ex-presidente Michel Temer e que acabou em 31 de dezembro de 2018. De acordo com informações do Governo Fluminense, o gabinete de transição que deveria existir até julho irá funcionar até dezembro deste ano, com o objetivo de manter o legado e gerir os recursos.
São mais de 50 funcionários federais - a maioria militares - que trabalham na comissão de compras do gabinete e gerem os recursos na ordem de R$ 1,2 bilhão, liberados por Temer. A missão é reestruturar os órgãos de segurança pública do Estado.
As Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Sistema Penitenciário já receberam R$ 711 milhões em equipamentos, o que equivale a 59% dos recursos enviados pela União e 72% dos recursos destinados a compras e contratações de serviços (R$ 985 milhões). O restante dos itens com processos em andamentos somam R$ 274 milhões e devem ser entregues até 31 de dezembro, quando o gabinete deve ser desfeito.
Falta ainda a aquisição de pistolas e viaturas, além de três helicópteros, que devem ser entregues em janeiro de 2020. Os investimentos em segurança pública também englobam a abertura de edital para Concurso Polícia Civil RJ.
Em declarações à imprensa, o coronel Mário Luiz Fonseca, gestor da última fase da intervenção, afirmou que "os recursos federais demoraram a serem liberados, por isso a duração do gabinete foi ampliada até dezembro deste ano."
Fonseca citou que, com o fim dos prazos, 3% das verbas tiveram que ser devolvidas, aproximadamente R$ 35 milhões. Com isso, o estado deixou de comprar fuzis e licenças de computadores.
Dados oficiais mostram que os investimentos feitos pela União neste caso equivalem a cinco ou seis anos de investimentos do Estado, se comparados com a média dos últimos cinco anos. Quase 50% do valor foi usado para a compra de milhares de viaturas, carros, motos e caminhões. Também foram adquiridas 8 mil armas, 1 milhão de projéteis, coletes à prova de balas, 10 mil computadores e softwares, além de materiais de perícia. De acordo com o gabinete, a Polícia Militar foi a mais beneficiada, seguida da Polícia Civil.
A intervenção foi decretada pelo ex-presidente MIchel Temer, logo após o carnaval de 2018, quando cenas de assaltos viralizaram na Internet, aumentando a sensação de insegurança. Segundo informações, após 10 meses, a intervenção não diminuiu as mortes violentas e aumentou a letalidade da polícia. Por outro lado, reduziu a prática de roubos e implantação de melhorias administrativas.
Apesar das recentes contratações, o subtenente Mesac Eflaín, presidente da associação dos Bombeiros, faz coro para o aumento de efetivo e abertura de edital para Concurso Polícia Civil RJ “Os equipamentos não operam sozinhos”, explica.
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