Especialista dá 5 dicas para reduzir despesas
Simone Sgarbi, idealizadora do Investir, eu?, explica como se livrar de tarifas bancárias e otimizar compras
Mesmo com diversos setores da economia paralisados, gastos com certas atividades diminuídos e planos adiados em razão da pandemia, o endividamento dos brasileiros só aumentou. Em julho, o índice de famílias com dívidas chegou a 67,4%, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Soma-se isso ao fato de que para 60% da população os gastos com alimentação, produtos e serviços também cresceram, segundo a pesquisa Ipsos Essentials: Cost of Living Amid Covid-19
Uma das formas de amenizar esse problema é implementar medidas para reduzir despesas. Para ajudar a elaborar um plano de redução de custos, a especialista em organização financeira pessoal do Investir, eu?, Simone Sgarbi, listou 5 dicas.
Com o que estou gastando?
O primeiro passo para reduzir despesas é realizar um diagnóstico completo da sua situação. Para isso uma planilha de gastos, como esta disponível aqui, pode ajudar bastante. Também é possível usar aplicativos para controle de despesas, como o Mobils ou o Organizze.
Depois disso, você pode implementar alguns métodos de controle. Um muito eficiente é a técnica dos envelopes, em que no início de cada mês você separa um envelope para cada tipo de despesa, seja ela moradia, alimentação, saúde, transporte, etc. Escreva do lado de fora o valor máximo de cada uma e acompanhe semanalmente se está dentro do que você planejou.
Varejo ou atacado: a hora das compras
Alimentação e produtos de limpeza são as áreas que mais causaram o aumento dos custos na pandemia. Segundo a pesquisa da Ipsos, 65% dos consumidores notaram a diferença. Comprar no atacado só vai compensar quando você não estiver imobilizando um valor que pode faltar no final do mês. No mais, é possível combinar pequenas medidas que vão ajudar a otimizar o valor gasto nesse segmento:
Defina um valor para gastar por mês no supermercado e divida-o por semana. Anote o resultado e considere-o o valor máximo semanal que você pode usar para isso;
Antes de montar sua lista de compras semanal, olhe na geladeira, despensa e armários. Assim, será possível montar um cardápio que custe menos na semana seguinte;
Elabore um cardápio semanal. Leve em conta o que você ainda tem em casa e tenha preferência por frutas e legumes da estação, além de carnes com o custo menor;
Para limpeza você pode optar por marcas mais baratas, como marcas próprias dos mercados. Dá também para fazer produtos caseiros ou usar alternativas, por exemplo, bicarbonato e vinagre já são suficientes para limpar a casa toda;
Evite compras muito grandes, pois você vai usar um dinheiro que pode precisar mais tarde. Aproveite e pesquise os preços na internet antes de sair de casa, fazendo a lista caber no seu bolso;
Vá ao mercado ou faça a lista somente quando não estiver com fome;
Para aproveitar descontos dos atacadões, sem comprometer sua verba mensal, combine com vizinhos, amigos ou parentes criar uma lista em comum. Então, será possível dividirem os produtos e aproveitar os descontos.
Comprar online ajuda mesmo?
A facilidade das compras online pode representar um perigo real ao bolso do consumidor, principalmente durante uma pandemia. É legal fazer uma limpa no e-mail e descadastrar todas as lojas - geralmente, ao final do e-mail há uma opção para cancelar o envio desse tipo de comunicação. Ao fazer uma pesquisa de um produto na internet prefira usar o modo anônimo do seu navegador para evitar rastreamento e personalização de ofertas.
Depois, comece a dificultar as compras por impulso. Vale retirar seus dados do cartão salvos em aplicativos e evitar decorar o número dos seus cartões. Dessa forma, toda vez que você for comprar algo, vai precisar ir atrás do cartão e, nisso, estará dando ao seu cérebro um tempo para repensar. Aqui vai uma dica de ouro: sempre espere pelo menos 24 horas antes de concluir uma compra.
Como usar melhor os métodos de pagamento
Por questões de segurança quase não usamos dinheiro em espécie, porém, quando você não consegue controlar seus gastos a dor do pagamento é educativa. Nesse caso, vale aplicar a técnica dos envelopes mencionada na dica 1, para sentir que o dinheiro está sendo gasto. Já o cartão de débito é mais seguro, mas exige que você preste atenção no extrato para não cair em cheque especial, que é hoje um dos maiores juros do mercado.
Contudo, se você já for uma pessoa organizada, é possível facilitar o controle das compras no cartão de crédito, visto que você pagará essas despesas em um único dia do mês, além de ter à mão todos os gastos descritos. Mesmo assim, sempre pague a fatura integral para que você não entre em uma bola de neve de dívidas.
Tarifas bancárias e do cartão de crédito
Os bancos são obrigados a disponibilizarem uma conta essencial para todos os clientes, de forma gratuita. Na conta essencial, você tem consultas ilimitadas pela internet, 1 cartão do banco e 10 folhas de cheque, além de 4 saques, 2 extratos, 2 transferências bancárias por mês entre contras da mesma instituição. Caso faça muitas movimentações, você pode migrar para uma conta em um banco digital, sem cobrança de tarifas.
Também é possível se livrar das tarifas de cartão de crédito. Se a instituição na qual você tem o cartão ainda cobrar a tarifa, entre em contato e peça a isenção. Se não aceitarem, troque para um cartão que não cobre essa taxa. Existem vários no mercado com essa opção.
Simone Sgarbi
O ponto de virada na vida de Simone Sgarbi aconteceu em um momento em que ela estava sufocada em múltiplas dívidas. Então, pensando em estratégias para sair desse ciclo, iniciou no mundo da educação financeira e, não só reverteu a sua situação, passando de devedora a investidora, como criou o Investir, eu?, que ajuda outras pessoas a se planejarem financeiramente e a investir.
Especialista em organização financeira pessoal, com formação na FGV (Fundação Getúlio Vargas), no curso Como organizar o orçamento familiar, e Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), nos cursos Mercado financeiro de A a Z e Planejamento de Investimentos, atualmente Simone também promove o Círculo de Educação Financeira que, por meio de pequenos grupos e grade de estudos personalizada, dispõe às pessoas conhecimentos e ferramentas exclusivas para melhorar sua relação com o dinheiro.
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