Impacto financeiro e os desafios na pandemia
Por Ivan Cadore, advogado - BCK Advogados
Com mais de cinco meses desde o início da "Corona Crise" causada pela propagação do Coronavírus, empresários de todo país - de todos os portes e setores - estão fazendo tudo que está ao seu alcance para superar esta pandemia que transformou o mundo.
Apesar de uma pequena melhora desde o início da pandemia, as projeções do crescimento da economia brasileira, segundo relatório Focus do Banco Central divulgado no dia 17 de agosto, os economistas consultados acreditam que o Produto Interno Bruto (PIB) terá uma retração de 5,52% .
E os economistas apontam que o choque financeiro já é maior que a crise financeira de 2008.
Segundo pesquisa do SEBRAE, a cada cinco empresas abertas no Brasil, três delas fecham em menos de dois anos. No primeiro semestre de 2020, os pedidos de falência avançaram 34,2%, os de recuperação judicial, 32,8%, e as recuperações judiciais deferidas, 45,3%, mantida em relação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento nacional da Boa Vista.
Existem estimativas de que a pandemia custará mais de US﹩ 2,7 trilhões à economia global, o que gera forte receio em vários países, principalmente entre aqueles que já se encontravam em uma situação econômica fragilizada.
Governos e entidades assumem a liderança no monitoramento da doença e na definição de protocolos de atuação, mas é também responsabilidade das empresas contribuir com medidas de prevenção, controle e informação. Todas estas mudanças refletiram no mercado e mudaram o cenário imaginado no início do ano.
A atenção dos empresários com seus negócios deve ser redobrada, com atenção especial para a vida financeira neste desafiador ano de 2020 com foco já em 2021.
Outra pesquisa, também do SEBRAE, "O impacto da pandemia do coronavírus nos pequenos negócios", mostrou que, além da dificuldade de acesso a crédito, maioria dos pequenos negócios tiveram que realizar demissões por conta da crise. O levantamento, que ouviu 6.080 empreendedores de todo o país, aponta que cerca de 40% dos empresários demitiram funcionários
A situação financeira das empresas já não era considerada boa pela maioria dos pequenos negócios (73% disseram que era razoável ou ruim), mesmo antes da chegada da pandemia. Com a crise, a questão se agravou drasticamente. Quase 88% das empresas viram seu faturamento cair (a perda foi de 75% em média) e a estimativa é que as empresas consigam permanecer fechadas e ainda assim ter dinheiro para pagar as contas por mais 23 dias (expectativa média dos entrevistados).
Trabalhadores temem a garantia dos seus empregos, empresários temem ser obrigados a fecharem as suas portas, autônomos temem não ser capazes de sustentar o seu negócio. Mas, acima de tudo isso, indivíduos em todo o planeta temem pela saúde própria, de familiares e amigos.
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