Brasil e EUA devem formar coalizão para ajudar a salvar economia ocidental após Covid-19, avalia economista que atua nos EUA
O impacto econômico do Covid-19 vai deixar cicatrizes na economia mundial. Medidas, nos dois países, devem protagonizar a recuperação das economias do continente americano. É o que avalia analista político e economista brasileiro que preside o Oxford Group nos EUA há mais de 30 anos.
As medidas adotadas pelos Estados Unidos e Brasil para recuperação econômica pós Covid-19, devem, de modo geral, pautar as ações dos outros países do continente americano. Sabendo disso, o Brasil precisa ter um alinhamento único entre os três poderes urgentemente. É o que defende o economista e analista político que atua nos EUA há mais de 30 anos, Carlo Barbieri. Para o economista, os dois países devem formar uma coalizão para manter a economia ocidental e superar a crise.
Desde o início dos impactos econômicos do Covid-19 nas economias mundiais, tanto Estados Unidos quanto Brasil passaram a buscar medidas que visassem mitigar a crise. No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro sancionou projeto de auxílio aos trabalhadores informais. A lei que estabelece um auxílio de R$ 600 mensais seja pago, por três meses, a trabalhadores informais. Até duas pessoas da mesma casa podem receber o auxílio. O calendário oficial de pagamento ainda não foi divulgado.
Para Barbieri, que preside o Grupo Oxford nos Estados Unidos, o impacto econômico do Covid-19 será enorme, mas é preciso apoiar os trabalhadores. "Podemos chegar a ter uma recessão no Brasil, mas teremos uma perspectiva econômica de médio prazo positiva. O país não estava preparado para ser paralisado totalmente, seguramente não podemos mensurar, pois irá depender muito da implantação das medidas. É essencial neste momento apoiar os trabalhadores", analisa.
Para o economista, as medidas que forem, de fato, implementadas no Brasil devem ser seguidas por outros países da América Latina e haverá um esforço coletivo dos países para manter o bloco econômico de pé. "Há que se pensar que não haverá recuperação econômica isolada dos países. Há um consenso de que ou a recuperação acontece de forma gradual entre os países ou levará mais tempo para retomada dos crescimentos", pondera Barbieri.
Ações nos EUA
Nos EUA, foi aprovado, além da liquidez de $1,5 trilhões para dar liquidez aos Bancos, um investimento adicional de US$ 2,2 trilhões para diminuir os danos da pandemia, por meio de testes gratuitos, licenças médicas pagas e aumento dos gastos com redes de segurança. O presidente Donald Trump assinou a lei e o Congresso e a Casa Branca estão discutindo medidas adicionais de estímulo que podem custar mais de US $ 1 trilhão que serão destinados a infra-estrutura.
Além da remessa de um cheque de US$ 1,2 mil para cada cidadão, adicionado de $500,00 para até 2 filhos, de maneira a pagar algumas contas de urgência. Os economistas do governo já asseguraram que até U$6 trilhões podem ser colocados no mercado para evitar a depressão e tentar apenas ter uma recessão baixa, se for o caso.
"Seguramente, os EUA serão o primeiro país a sair da crise e, estar aliado a ele, será benéfico ao Brasil.
Numa sinalização de união de esforços Donald Trump e Jair Bolsonaro conversaram sobre o confronto ao novo coronavírus durante um telefonema na última quarta-feira (1), de acordo com a Casa Branca", pondera Carlo Barbieri.
Coalizão Brasil - USA
Os dois presidentes discutiram as iniciativas para combater a pandemia de Covid-19 e falaram sobre a importância de cooperação internacional e sobre a parceria entre os dois países, de acordo com a nota do governo dos EUA. Os dois líderes também afirmaram seu comprometimento a garantir empregos e as rendas das famílias. O presidente Donald Trump agradeceu o Brasil pela cooperação para repatriar cidadãos dos EUA que queriam voltar para a casa e elogiou a relação entre os dois países que continuam a dirigir esforços contra a Covid 19.
O governo federal brasileiro explicou, na última quarta-feira (1º), o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda que autoriza as empresas a reduzirem, proporcionalmente, a jornada de trabalho e os salários dos empregados. A Medida Provisória (MP) faz parte das iniciativas para evitar com que as empresas demitam durante o período da crise provocada pelo coronavírus.
O presidente dos EUA, Donald Trump, informou na terça-feira (31/3) que os americanos deveriam se preparar para um período de duas semanas "brutais". A projeção da Casa Branca é de que pode haver de 100 mil a 240 mil mortes nos EUA por causa da pandemia de Covid-19, mesmo se as regras de distanciamento social forem obedecidas e poderiam chegar a mais de 2 milhões se não for feito um trabalho conjunto entre as autoridades e a população e as diversas autoridades entre si.
Autoridades de saúde ressaltaram que o número pode ser menor se as pessoas mudarem seu comportamento. Com a previsão dessas duas semanas brutais Trump também disse que eles estão estudando proibir viagens entre os EUA e o Brasil e outros países.
Estabilidade para China e a Rússia
"Em alguns países como a China e a Rússia, que tinham um conhecimento do vírus e a sua forma de eliminação seguramente o impacto econômico para os dois países será altamente positivo. A capacidade produtiva não foi afetada e brevemente eles vão poder colocar seus produtos do mundo inteiro com enorme vantagem, face a carência dos produtos no mundo ocidental", avalia o analisa político Carlo Barbieri.
Para o economista, Carlo Barbieri, dos países que compõem o Ocidente o impacto econômico será avassalador. "Creio que deve haver uma força-tarefa muito grande em função do combate ao vírus e da capacidade econômica do país. O mundo não se preparou para uma moléstia como essa. Todos os esforços são válidos" finaliza.
*Carlo Barbieri é analista político e economista. Com mais de 30 anos de experiência nos Estados Unidos, é Presidente do Grupo Oxford, a maior empresa de consultoria brasileira nos EUA. Consultor, jornalista, analista político, palestrante e educador. Formado em Economia e Direito com mais de 60 cursos de especialização no Brasil e no exterior. oxfordusa.com/
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