Construção civil reage com práticas sustentáveis para diminuir efeitos na crise hídrica
Cooperativa habitacional de São Paulo adota medidas de utilização responsável da água, sem impacto no custo final dos imóveis
O Brasil passa pela pior crise hídrica em 91 anos, segundo o Ministério de Minas e Energia. A situação é grave, principalmente na região Sudeste, responsável por 70% da energia produzida no país. As chuvas abaixo da média histórica estão sendo registradas desde 2019, o que interfere nos níveis dos reservatórios, que já operam com capacidade reduzida.
Em julho deste ano, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM) assinaram o Alerta de Emergência Hídrica pela primeira vez em função das previsões de chuvas próximo ou abaixo da média entre maio e setembro deste ano.
Segundo a Agência Nacional de Água (ANA), diversos locais registraram vazões baixas a extremamente baixas tanto em 2019 quanto no período chuvoso de 2020/2021. O órgão destaca que a recuperação das reservas hídricas brasileiras será determinante para o próximo ano, incluindo a situação da geração hidrelétrica.
Além dos fatores climáticos, o uso irresponsável da água é o principal fator que levou ao colapso pelo qual o país passa. Em grande parte do país, o rodízio do recurso natural passou a ser uma realidade, além do aumento no custo da energia elétrica. Dentro desta questão, o debate sobre a sustentabilidade na construção civil passou a ser intensificado, como um dos fatores que pode interferir e ajudar a reverter a situação.
O uso de fontes alternativas, controle de consumo e redução da demanda de água entram na pauta para o setor em tempos de crise. “Precisamos pensar no todo, em toda a cadeia produtiva da construção civil, com foco principalmente no projeto e execução da obra. Mais do que nunca é essencial explorar alternativas mais responsáveis. O que antes era diferencial para empreendimentos de ponta agora é uma necessidade”, observa Carlos Massini, presidente da CICOM, Cooperativa Habitacional que atua principalmente no estado de São Paulo, com possibilidade de acesso facilitado à habitação.
A tendência não será passageira, é algo que deve se estender a longo prazo. “Essa é a nova realidade, que deve seguir para o futuro, neste pensamento coletivo e engajador, onde cada um faz a sua parte para beneficiar o todo”, afirma.
A Cooperativa habitacional CICOM oferece aos cooperados, em todos os empreendimentos que está construindo, alternativas responsáveis de uso e reuso da água, implementadas desde a construção dos empreendimentos até o reaproveitamento interno. Todos os imóveis garantem rede de abastecimento de água tratada e sistema adequado de coleta e tratamento de esgoto.
“Desde sua concepção, a CICOM está engajada em projetos que buscam reduzir os impactos ambientais, focando nas comunidades locais de forma responsável, visando antes de tudo, o interesse e o bem-estar da comunidade e do meio ambiente”, reforça o presidente da CICOM.
Diferente do que se imagina, a inclusão de atitudes responsáveis e sustentáveis não interfere no valor final dos imóveis da CICOM. “Ao optar pelo cooperativismo habitacional o associado tem a possibilidade de adquirir uma residência própria pagando até 40% a menos do que o valor disponível no mercado imobiliário tradicional”, destaca Massini.
Outra questão que deve ser levada em conta, segundo o presidente da CICOM, é o planejamento da gestão urbana, que faz a diferença e é capaz de reduzir os impactos nocivos ao meio ambiente. “Um exemplo desse planejamento são as cidades inteligentes, que promovem o crescimento econômico ao mesmo tempo que oferecem mais qualidade de vida ao cidadão. Tudo isso é possível quando existe um propósito sustentável focado principalmente em iniciativas voltadas para o meio ambiente”, finaliza.
Algumas das características essenciais das cidades inteligentes é a capacidade de criar, com o uso da tecnologia, uma infraestrutura sustentável, oferecendo por exemplo, transporte público eficaz com boa utilização dos recursos gerados pela cidade.
Sobre a CICOM
A CICOM é umas das cooperativas que atuam no estado de São Paulo promovendo o acesso social às habitações. O processo começa com a identificação de um terreno adequado a um projeto habitacional. Na sequência, inicia-se a abertura de cadastramento para que pessoas interessadas se unam com o objetivo de fazer as aquisições dos imóveis. Os cooperados acompanham todas as etapas envolvidas desde o início. Após este processo é desenvolvido o projeto de engenharia e, então, a cooperativa se encarrega de realizar arrecadações entre seus cooperados ou ainda, de buscar crédito e então contratar uma empresa construtora para executar as obras. A cooperativa dispõe hoje de diversos dispositivos de segurança que garantem a confiabilidade no processo, extinguindo mitos e conceitos que antes colocavam em dúvida os investimentos.
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