Empresas de sucata ferrosa esperam ano melhor para o setor
Aumento de exportações e retomada interna ajudam a elevar preços da matéria-prima
As empresas de processamento de sucata ferrosa, uma das principais matérias-primas usadas na produção de aço, estão otimistas com o início de 2020. Após dificuldades no mercado interno no ano passado, o que levou o setor a ampliar exportações, em janeiro deste ano houve retomada da demanda interna de sucata pelas usinas siderúrgicas, aumento dos preços, além da manutenção do crescimento das vendas externas.
Conforme o Instituto Nacional das Empresas de Preparação de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa), com base em números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), após recorde de exportação em 2019, quase 700 mil toneladas (o dobro de 2018), em janeiro as vendas externas continuaram aquecidas. Os números do mês ainda não foram fechados.
Além disso, de acordo com levantamento realizado pela S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarks para os mercados de commodities, em meados de janeiro, houve forte retomada das compras pelas usinas, o que elevou os preços da sucata em até 7% em uma semana. Segundo fontes do mercado ouvidas pela S&P, a maioria das siderúrgicas está se apressando para estocar sucata antes que o preço aumente mais.
De acordo com o presidente do Instituto Nacional das Empresas de Preparação de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa), Clineu Alvarenga, a melhora da economia no Brasil neste início de ano, principalmente da construção civil, está levando as usinas a vender mais aço e por consequência buscar mais sucata.
“O mercado externo, por seu lado, mesmo com a retração econômica na Ásia (principal mercado comprador da sucata brasileira), continua uma boa opção para as empresas”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa, que representa um setor responsável por mais de 1,5 milhão de empregos, dos quais quase 800 mil de carroceiros, que coletam e vendem a chamada sucata de obsolescência.
Alvarenga está otimista e acredita que o mercado neste ano pode voltar aos patamares de 2017 e 2018, com produção de 8,9 milhões e 9,4 milhões de toneladas, respectivamente.
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