No aniversário do desastre de Brumadinho, consultoria aponta soluções para reduzir riscos
Ramboll, uma das principais consultorias em serviços ambientais no mundo, analisa o desastre ambiental, faz um alerta sobre as fragilidades persistentes e dá sugestões para que novos desastres como os de Brumadinho e Mariana sejam evitados
Um ano depois do desastre de Brumadinho, ainda são inúmeras as fragilidades na gestão das barragens das mineradoras brasileiras. No dia 25 de janeiro de 2019, houve o rompimento da barragem 1 da mina do Córrego do Feijão, da Vale, em Minas Gerais, liberando 12,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Próximo a completar um ano, o desastre deixou um rastro de lama e resultou na morte de 270 pessoas, sendo que 11 ainda estão desaparecidas, causando graves danos socioambientais.
“A tragédia tem impacto perpétuo na história do País”, diz Eugenio Singer, presidente da Ramboll no Brasil. “A revisão criteriosa de todos os padrões de segurança, construção e gerenciamento de barragens de rejeitos, alinhadas às modernas técnicas internacionais e principalmente aos sistemas de monitoramento de riscos geotécnicos avançados, com equipamentos de gestão da integridade das barragens, como acelerômetros, inclinômetros, utilização de laser e fotogramas, além de satélites radares, precisam estar no plano de gestão e monitoramento de barragens”. Após os desatres ocorridos, as empresas responsáveis passaram a adotar tais medidas.
A mina de Brumadinho era do tipo “alteamento a montante”, tecnologia de mais baixo custo e alto risco no quesito segurança. O modelo de barragem, utilizada no local como reservatório para os rejeitos gerados na mineração, foi proibido de ser implementado em todo o território nacional pela Agência Nacional de Mineração (ANM) para novas barragens. Porém, há construções antigas com esse modelo, que necessitam de prementes análises de segurança, avaliações estruturais, monitoramento contínuo, planos de ruptura e de emergência (“dam breaks”) e potenciais e possíveis descomissionamentos.
Segundo Singer, o desastre evidencia a necessidade de mais investimento em tecnologia, na preparação e recrutamento de profissionais qualificados. “Precisamos repensar as condições de monitoramento para garantir a segurança das barragens. Padrões técnicos e operacionais elevados pesam na balança entre a vida e a morte”. Esse tema será amplamente explorado nos próximos eventos internacionais de mineração em Phoenix, Arizona, o Society for Mining, Metallurgy & Exploration Inc. (SME) e, em Toronto, Canadá, o The Prospectors & Developers Association of Canada (PDAC), em fevereiro e março vindouros.
A gestão de barragens, pode também contar com o auxílio de empresas locais e internacionais qualificadas ajudando a nivelar a gestão de excelência em segurança e a redução de riscos. A Ramboll, através de seu corpo técnico especializado da Finlândia já vem atuando nesta direção no país, afirma Singer.
Sobre a Ramboll
Fundada em 1945, na Dinamarca, a Ramboll, uma das três principais empresas mundiais de consultoria em serviços ambientais, é conhecida por assinar projetos históricos e de reconhecimento global, como a Harpa Concert Hall, o Centro de Conferências, na Islândia, e a Ópera House em Copenhague, na Dinamarca.
Atuando no Brasil desde 2015, a Ramboll Brasil conta com mais de 100 colaboradores nas áreas de Petróleo & Gás, Meio Ambiente, Saúde e Segurança, Água, Energia, Transporte e Planejamento Urbano.
A Ramboll supervisiona e mantem o Programa de Reparação Integral da Bacia do Rio Doce, para o Ministério Público Federal, desenvolvido com as comunidades ribeirinhas, associações, cooperativas e comunidades indígenas da região. No Rio de Janeiro, assina o Plano de Adaptação de Mudanças Climáticas C-40.
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