O impacto dos juros na economia brasileira e o consórcio como alternativa eficiente
Por Guilherme Carrasco*
O debate sobre os rumos da economia no Brasil tem sido destaque em diversos setores da sociedade, principalmente após a vitória de Donald Trump, como presidente dos Estados Unidos. Isso porque o político tem como uma de suas principais premissas o rigor na taxação das importações, elevando os preços de produtos internacionais.
Além disso, o movimento de aumento nas taxas de juros nos últimos meses e a perspectiva que esta tendencia se mantenha, também tem gerado insegurança para a população brasileira, que pode ter seu poder de compra restringido. Entretanto, o debate sobre o aumento dos juros é complexo, uma vez que esta é uma ferramenta monetária utilizada para controlar a inflação.
Por outro lado, as decisões a respeito da manutenção dos índices requerem a análise de diversos fatores, não só inerentes ao cenário nacional, mas os relacionados à política internacional, como os preços das importações, flutuação do câmbio, entre outros marcadores, que vão interferir diretamente no posicionamento do Banco Central.
Porém, a alta dos juros tem um efeito imediato no encarecimento do crédito, impactando nos valores das prestações de financiamentos bancários, sejam eles destinados à aquisição de veículos, imóveis ou bens de capital. Ainda aqueles que optam pela compra via financiamento estão sujeitos a não conseguir efetuar os pagamentos, compondo a estatística da inadimplência. Segundo dados da Serasa Experian, até outubro de 2024, o número de brasileiros inadimplentes chegou a 73 milhões.
Como resultado, muitos brasileiros postergam decisões de compra ou optam por alternativas que não comprometam sua saúde financeira a longo prazo, como o consórcio, por exemplo. A modalidade é isenta de juros e, com isso, o consumidor consegue adquirir bens por preços mais baixos. No comparativo, a taxa de juros pode chegar a 26% ao ano no financiamento de veículos, e 12% no setor imobiliário. Já no consórcio, a taxa de administração é de 1,5% e 1,3% ao ano, respectivamente.
Outra vantagem do produto é a organização financeira, já que ela pressupõe o planejamento. Mas é importante que, ao contratar uma cota, o consorciado tenha em mente que a contemplação não é imediata, ou seja, equilibrar as finanças e o tempo de acesso ao crédito é essencial.
Assim, a população que enfrenta dificuldade em poupar dinheiro ou no acesso ao crédito em instituições financeiras, como bancos, adere à modalidade como alternativa eficaz para adquirir bens e serviços, mantendo a economia do país aquecida.
Inclusive, dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (ABAC) revelaram que, em 2024, os negócios do setor aumentaram 19,6% em relação a 2023, atingindo a marca de R$ 378,73 bilhões em créditos comercializados e 4,49 milhões de cotas vendidas. Tais números confirmam o alto desempenho da modalidade e inflam a tendência do setor para 2025, que é de permanência na curva de crescimento, já que a Selic pode chegar a 15% até o fim de dezembro.
Em linhas gerais, o cenário econômico do Brasil é repleto de nuances, com índices flutuantes que tornam o controle das taxas uma tarefa nada simples. Entretanto, existem ferramentas, como o consórcio, capazes de driblar os obstáculos dos juros altos, mantendo o poder de compra dos brasileiros e, consequentemente, a economia aquecida, sem descapitalizar o consumidor.
*Guilherme Carrasco é vice-presidente executivo da Ademicon, é economista com MBA em Finanças pela Universidade Federal do Paraná. Possui ampla experiência no mercado financeiro e de capitais, com passagens por Itaú Unibanco, Aqua Capital e Positivo Tecnologia.
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