Especialista orienta sobre cuidados ao aceitar propostas de trabalho no exterior
Trabalhar no exterior exige cautela e atenção a processos seletivos claros e transparentes, ressalta Giulia Lorena Mandri, especialista em RH na Wyser
O caso dos brasileiros Phelipe Ferreira e Luckas Viana, que se tornaram vítimas de esquema de tráfico humano após falsas propostas de emprego, reforça a necessidade de se adotar uma postura cautelosa e bem-informada ao considerar propostas de trabalho no exterior. Giulia Lorena Mandri, especialista em Recursos Humanos (RH) na Wyser, unidade de recrutamento executivo da multinacional Gi Group Holding, diz que situações como essa evidenciam a importância de adotar uma postura criteriosa durante todo o processo seletivo.
“O processo de recrutamento segue uma estrutura clara, com etapas que incluem abordagem inicial pelo RH, entrevistas com gestores e, frequentemente, videoconferências. Desconfie de processos que não incluem, no mínimo, uma entrevista por vídeo, especialmente para posições no exterior. Empresas sérias se preocupam em conhecer melhor o candidato e oferecer transparência sobre a vaga”, explica Giulia.
A especialista enfatiza que a pesquisa prévia sobre a empresa recrutadora é essencial. Antes de se candidatar, o interessado deve investigar o histórico e a reputação da organização, seja ela o empregador direto ou uma consultoria terceirizada. Sites oficiais, pesquisas em ferramentas de buscas na internet e até mesmo avaliações em plataformas de carreiras podem fornecer indícios importantes sobre a credibilidade da empresa.
“Outro ponto de atenção é a questão salarial. Embora o trabalho no exterior ofereça vantagens financeiras, desconfie de salários excessivamente altos para a posição oferecida. Utilize plataformas confiáveis para comparar a média salarial no país e na moeda específica”, ressalta Giulia.
Além disso, o processo de recrutamento internacional legítimo tende a ser mais longo, já que envolve a emissão de documentos para vistos, moradia e outras exigências legais. A especialista destaca que, em sua experiência, o fluxo completo — desde a abordagem inicial até o início no novo cargo — leva cerca de três meses.
A carta de oferta ou proposta de contratação é outro elemento indispensável. “Nenhuma empresa séria deixa de fornecer um documento detalhado contendo salário, benefícios e localização. Jamais aceite uma oportunidade sem essa formalização”, alerta.
Por fim, Giulia recomenda atenção à linguagem utilizada nas comunicações. “Erros gramaticais ou palavras em tom de comando podem indicar fraudes, mesmo em inglês. Use tradutores ou ferramentas de inteligência artificial para avaliar o texto, caso o idioma não seja familiar”, aconselha.
Desejo crescente por oportunidades internacionais
Uma pesquisa global realizada pelo instituto Ipsos em parceria com a Gi Group Holding revela um aumento no desejo dos brasileiros de buscar experiências profissionais no exterior. Segundo o estudo, 70% dos entrevistados expressaram interesse em trabalhar fora do Brasil, enquanto 63% consideram atrativa a ideia de estabelecer uma carreira internacional. Esses números refletem um crescimento em relação a 2021, quando os índices eram de 60% e 59%, respectivamente.
"Esses dados mostram como é fundamental que os profissionais estejam bem orientados e preparados para aproveitar as oportunidades internacionais de forma segura e bem-sucedida", destaca Giulia.
Sobre a Gi Group Holding
Fundada em 1998 em Milão, Itália, a Gi Group Holding é uma das principais provedoras de serviços voltados para a evolução do mercado de trabalho global. Com um amplo ecossistema de soluções para recursos humanos e terceirização de serviços gerenciados, que inclui sete divisões globais (Gi Group, Gi BPO, Wyser, Grafton, Intoo, Tack TMI e QiBit) e duas locais (Gi Group Horeca e C2C), o grupo oferece uma oferta integrada para empresas de todos os segmentos.
A Gi Group Holding trabalha para promover um mercado de trabalho sustentável, ágil, eficiente e gratificante para empresas e profissionais, atendendo às necessidades em constante transformação. Com mais de 8.000 funcionários e presença direta em 37 países na Europa, APAC, Américas e África, a empresa atende a mais de 25.000 clientes e registra um faturamento de 3,9 bilhões de euros (2023).
No Brasil, a Gi Group Holding conta com 21 escritórios, atuando em todo o território nacional.
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