Uma das propostas que podem transformar o setor é a implementação de um novo modelo de seguro social, com obrigatoriedade NÃO limitada a situações essenciais, mas garantida por uma livre concorrência entre as seguradoras. Essa abordagem não apenas democratiza o acesso ao seguro, mas também estimula a competitividade e a inovação entre os players do mercado. Além disso, a criação de uma agenda regulatória para modernizar a legislação do setor, com a Susep atuando como uma verdadeira agência reguladora, é essencial para adaptar o mercado a novos conceitos regulatórios e às demandas tecnológicas do mundo contemporâneo.

Outro pilar fundamental é a educação. Investir em programas de formação para novos corretores de seguros e estimular a entrada de novos players no mercado são passos decisivos para renovar o setor e garantir sua sustentabilidade. Paralelamente, é preciso revisitar o papel do corretor no contexto digital, capacitando esses profissionais para um mercado que valoriza tanto a personalização quanto a eficiência nas plataformas digitais. Projetos concretos de profissionalização podem tornar o corretor mais competitivo e alinhado às demandas do consumidor moderno.

A previsibilidade e a competência atuarial também devem estar no centro das discussões. A experiência recente com catástrofes climáticas em 2023 e 2024 evidenciou a urgência de se traçar planos preventivos contra desastres naturais. Criar produtos que protejam não apenas propriedades, mas também vidas e negócios diante de eventos extremos, é uma forma de reafirmar o papel social do setor de seguros.

Para apoiar pequenos seguradores e criar condições mais equitativas frente à concorrência com associações e cooperativas, é necessário estabelecer incentivos que estimulem sua sobrevivência e crescimento. Ao mesmo tempo, melhorar os atendimentos digitais, principalmente no que diz respeito a serviços como assistência 24 horas, deve ser prioridade para reduzir as falhas que se tornaram mais evidentes durante a pandemia. A diminuição dos erros no atendimento ao consumidor é um passo vital para recuperar a confiança e a satisfação dos clientes.

Outro aspecto que não pode ser negligenciado é a melhoria na relação entre corretores e seguradoras. A construção de canais de comunicação mais eficazes e a valorização do corretor como parceiro estratégico são iniciativas que fortalecem todo o setor. Por fim, o referenciamento de empresas de prestação de serviços em âmbito nacional deve ser repensado para garantir um atendimento mais ágil e eficiente em todas as regiões do país.

Com um conjunto coordenado de ações e um foco renovado na inovação e na qualidade, o mercado de seguros tem a chance de transformar desafios em oportunidades, construindo um futuro mais sólido e confiante para todos os envolvidos.

Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros